Eu mal conseguia falar de tão agoniada que estava naquele barco correndo de volta pro hotel.
- Calma meu amor, voce vai melhorar. - Poncho disse sentado ao meu lado no barco.
- Ai, Poncho, ta coçando! E ta doendo muito! - Choraminguei levando minhas mãos ao outro braço querendo cravar minhas unhas nas picadas, mas ele me impediu.
- Não Anahi! Só vai piorar, voce não pode ficar coçando amor, espera,estamos chegando, vou te levar pra enfermaria. Respira.
Eu ficava sem ar apavorada com as picadas, pois me lembrava da vez em que fui picada por uma unica abelha duas vezes e acabei no hospital, toda embolada. Foi terrível,era agonizante a coceira, a dor ... eu precisava tomar vacina sempre que ficava perto de insetos e algum me picasse.
Eu não podia ficar marcada, eu nao podia perder tempo descansando nessa viagem, mas a dor estava insuportável, não conseguia pensar em mais nada. Poncho até tinha algumas picadas, mas apenas doeu e passou em segundos, ao menos era o que ele dizia. Chegamos ao hotel e Poncho me levou correndo para a enfermaria.
[...]
- Tome, dê isto a ela e daqui a pouco ela dorme. O efeito da injeção que apliquei nela já deve estar agindo. - O enfermeiro que tinha nos acompanhado da enfermaria até o quarto falava para Poncho. Me sentia uma idiota, mas que droga.
- É só dar isto a ela? Não tem mais nada que eu possa fazer? - perguntou Poncho pegando a embalagem.
- Sim, apenas de o remédio para faze-la dormir um pouco, descansar o corpo. - eu olhava os dois incrédula, fingindo que eu praticamente não estava ali.Alo, eu era o motivo da conversa!
- Então ela vai ficar bem? - ele pergunta com a voz preocupada ao rapaz.
- Sim Alfonso, amanha ela ja estará novinha em folha.
- Então okay, muito obrigada, eu vou cuidar dela agora.
- Disponha. Com licença.
Eu me encolho dentro das cobertas enquanto Poncho desaparece e volta logo depois com um copo e um comprimido na mão.
- Está melhor carino? - ele perguntou sentando na beirada da cama ao meu lado.
- Sim, obrigada. - disse me endireitando na cama.
- Olha, tome isso, o carinha lá mandou. - eu ri com o "carinha" e ele sorri pra mim. - Por que não falou que era alérgica Anahi? Tomei o maior susto! - falou calmo enquanto eu tomava um gole da água.
- Eu não vi elas Poncho, não me lembrei de insetos e muito menos de alergia nenhuma na hora. - falei um pouco emburrada - Maldito o dia em que criaram aquelas formigas idiotas! - falei com raiva e ele riu.
- Ah, e todos os outros insetos. - ele falou sorrindo fazendo graça com minha cara.
- É. Todos malditos, malditos mesmo. - falei tristonha me lembrando do que poderia ter acontecido se não fosse meu ataque mais cedo. Quase chorei lembrando disso.
- Maldita é essa sua mania de usar essa palavra e esse seu beicinho lindo quando ta emburrada! - ele falou carinhoso me dando um rapido beijo. - Agora é melhor voce descansar minha linda.- ele falou acariciando os meus cabelos.
- Mas e voce? - Não era justo eu ficar dormindo e ele sozinho pelo hotel. Nós viemos para nos divertir juntos!
- Eu? Eu vou ficar aqui com voce, não vou te largar um segundo sequer. Posso? - ele perguntou sorrindo de novo e eu me desarmei. Não tinha como lutar contra aquele sorriso dele e seu jeitinho protetor comigo. Era perfeito demais para se negar.
- Pode, vai dormir é? - perguntei dando espaço para ele se deitar junto comigo, me aninhando em seu peito logo em seguida.
- Vou, daqui a pouco. Agora eu só quero cuidar de voce. - disse me dando um beijo nos cabelos e começou a acaricia-los. Ele sempre fazia isso e eu sempre caia no sono, era incrível. Era só ele brincar com meus cabelos um pouquinho que eu adormecia, era ótimo e foi o que acabou acontecendo. Dormi quentinha sendo aparada pelos braços daquele príncipe maluco que era Poncho pra mim.