O dia sem Poncho pareceu uma eternidade e eu ficava o tempo todo lutando para não ligar para ele e pedir pra voltar. Eu havia feito "amizade" a alguns dias com uma mulher chamada Lana que estava passando as férias com o marido e dois filhos. Ela tinha trinta anos e era bastante simpática, então como não sabia o que fazer sozinha, a chamei para um passeio, indo ao shopping. O que eu não imaginava é que a mulher era completamente uma compradora compulsiva, entrando em tudo que era loja. Fiquei completamente estressada com isso, parecia que estava andando com uma cópia fiel de Julie, o que me fez sentir saudades da minha fadinha sem noção. Após um lanche no fim da tarde, percebi que o tempo havia passado mais rápido do que eu pensei, então a chamei para dar uma passada ao spa do hotel , onde eu poderia me arrumar e tomar um belo de um banho sem que precisasse aparecer no quarto. Foi quando eu me dei conta do que me esperava e do que estava prestes a acontecer. Meu coração acelerou tão rápido que pensei que fosse parar, porém tentei me acalmar e esquecer tudo isso.
A ultima hora passou se arrastando, mas assim que deu as oito horas em ponto, não esperei um minuto a mais sequer, indo embora o mais rápido possível.
[...]
Ele estava me esperando na porta, com um sorriso imenso nos lábios, segurando um lindo buque com flores azuis lindas. Eu fui em sua direção e lhe dei um abraço apertado, selando nossos lábios em seguida.
- Pronta? - ele disse ao me entregar as flores e me oferecer o braço.
- Sim. - falei sorrindo. Ele abre a porta e não ascende a luz, mas não precisa. O ambiente está decorado com velas lindas nas cores azuis e brancas, assim como os arranjos que estão no local. Sorri, pois ele sabia o quanto eu amava a cor azul e tinha conseguido deixar todo o ambiente lindo daquela forma. Uma musica calma tocava de fundo e haviam pétalas na cama. Eu nunca entendi o que fazia os homens acharem que tal ato era romântico, parecia tão clichê! Mas vindo dele, eu entendi, que a intenção de nos fazer sentir especiais, o faziam se apegar a estes detalhes. O quarto parecia todo e completamente diferente, enquanto eu olhava tudo com sorrisos nos lábios.
Ele me puxou delicadamente pela mão e me levou até a varanda onde o quiosque tinham luzes enfeitando-o envolta. A mesa havia sido movida para o meio, em frente a escada que dava para a água.
- Poncho! - exclamei sorrindo. Não tinha como explicar o quão tudo estava lindo.
- Calma, antes de qualquer coisa, sente-se. Vamos jantar.
Nós nos sentamos e eu não conseguia raciocinar, ou melhor, eu não sabia o que falar. Não sei se por tudo estar tão lindo ou se era por nervosismo, então eu me limitava a dizer poucas palavras enquanto comia e apreciava o vinho que ele havia escolhido, porém quando dei por mim, ele estava parado, recostado a cadeira com um sorriso nos lábios apenas me observando, quando o olhei, ele se endireitou e me olhou sério, engolindo em seco.
- O que houve? - perguntei sorrindo. Ele olha para o os lados e depois se volta pra mim.
- Eu não preparei isso apenas para ficarmos juntos. - Eu o olhei com uma cara interrogativa, ele sorri nervoso e coça a nuca - Nossa, não sei por onde começar, mas ...
- Pode falar - eu disse tocando sua mão que estava sob a mesa, apertando-a um pouco.
- Voce sabe que nós nunca fomos o casal mais normal não é mesmo? Voce por exemplo sempre estraga nossos momentos românticos com alguma piada ou quando me bate - nós rimos - e eu bom...eu sou só sou um cara, que teve a sorte de ter te encontrado.
- O que está querendo dizer? - o olhei um pouco temerosa. O que será que estava acontecendo com ele? Ele soltou um longo suspiro, buscando ar e me olhou novamente.
- Casa comigo Anahi. Eu não posso mais ficar longe de voce, eu quero viver contigo, eu te amo mais do que qualquer coisa, e sabe disso. É a pessoa mais importante da minha vida. - eu sorrio não acreditando naquelas palavras, eu parecia estar ouvindo errado, mas não ousei me pronunciar, com medo de que acordasse daquele sonho - Eu quero acordar, todo dia, ao seu lado, dormir com voce nos meus braços e viver junto contigo até que eu fique velhinho e ranzinza - Sinto lágrimas se formarem nos meus olhos, mas sorrio ao ouvir isto, quando ele aperta minha mão - Quero ser sua família e ter filhos com voce,mesmo que isso signifique me submeter as vontades de uma menina teimosa que adora brigar comigo por qualquer motivo - ele diz sorrindo e meu olhos pareciam não acreditar em tanta beleza em uma pessoa só, e essa pessoa estava na minha frente dizendo que queria passar o resto da vida comigo. Ele se levanta e caminha para o meu lado - Eu quero até as coisas mais simples como estas, mas eu quero com voce Anahi - e é quando ele se ajoelha em minha frente e eu sei o que está por vir, sei o que isso significa para a minha vida. O que ele significa, e posso lhe dizer que é tudo - Então, aceita se casar comigo?
Já não me contendo com as lágrimas de um momento que não pensei que pudesse ser tão emocionante na vida de uma mulher, me levantei e deixei que ele abrisse a caixinha que havia um anel lindo, com um pedra linda e brilhante que parecia reluzir aos meus olhos, com tamanho brilho. Era linda, perfeitamente linda. Ele colocou o anel em meu dedo de forma delicada, depositando um leve beijo ali , e então eu o abraço o mais forte que consigo.
- Eu te amo Poncho, te amo muito, muito! - e deixei-me levar pelo momento maravilhoso. Não sei por quanto tempo ficamos abraçados daquela forma, nos beijando, porém ele me afasta calmamente e olha para o seu relógio, olhando novamente para mim logo em seguida.
- Ainda bem que voce aceitou, vai começar. - Ele coloca a mão em minha cintura e me vira para o mar, apontando para o cel - Olhe pra cima. - Eu olhei e ele me apertou mais contra si, fazendo uma contagem regressiva baixinha em meu ouvido. Foi quando no um, fogos de artificio começaram a enfeitar o céu, um atras do outro. Brancos e azuis... Oh!
- Poncho! - digo admirada e boquiaberta - Foi...foi voce? Isso? Oh meu Deus!
- Eu te amo minha princesa - ele diz olhando-me nos olhos.