[Anahi narrando]
- Voce dança muito bem. Agora... gire - Enzo diz e me gira para o lado.
Ele estava sendo um cara legal, e me ensinava alguns passos já que era um profissional. O ritmo latino é realmente impressionante, voce move cada parte de seu corpo, e é como se estivesse se libertando ao som da musica, é maravilhoso. Ele na verdade era funcionário do clube de dança e era o seu trabalho dar um show na pista, fazendo as pessoas terem vontade de dançar também, eram ele e mais quatro pessoas.
Quando Enzo me gira, dou um pequeno passo em falso e acabo me colando mais a ele, eu sou bastante estabanada as vezes e quase caio de bunda no chão, então ele consegue me segurar e aperta minha cintura fortemente, eu coro e antes que pudesse me desvencilhar, um terceiro braço me puxa rudemente para longe de Enzo, fazendo as atenções de quem estava perto se voltarem para nós.
- Poncho! - falo o repreendendo, já tinha entendido tudo, eu ia me explicar mas ele está com um olhar furioso, me ignora e entra na minha frente , falando diretamente com o rapaz.
- Essa moça aqui tem noivo cara, vai caçar uma na esquina.
- Cara, o que é isso, a gente tava....
- Cala a sua boca, nunca te ensinaram que não se deve mexer com a mulher dos outros não imbecil? - "Que vergonha!"
Pronto, mais um dos milhões de barracos do senhor Alfonso Herrera estava prestes a começar, mas desta vez eu iria corta-lo.
- Poncho, não comece. Estávamos só dançando okay? As pessoas estão reparando! - eu o seguro forte e me viro para Enzo - Obrigada pela dança, e desculpe por isso. -tento esboçar um sorriso de desculpas e puxo Alfonso para longe. - Vem, vamos pra nossa mesa antes que voce comece um barraco.
- O que? Nós vamos embora, agora - Certo, o teimoso estava bastante nervoso, eu odiava quando ele me olhava daquela forma, como se eu estivesse cometendo um crime quando não estava. Eu tentei manter um pouco da calma tentando salvar a noite de um fracasso.
- Não vamos não, voce vai quietar, beber alguma coisa e voltaremos a dançar. - Eu não queria brigar então não iria cair nesse joguinho de ciumes dele, portanto, não o deixaria arruinar nossa noite.
Pelo menos eu tinha conseguido impedir que ele tentasse bater no cara, uma vez ele socou um rapaz que pediu meu telefone em um shopping, e quase foi parar na cadeia por isso. Ridículo, pois nunca encostei um dedo no séquito de mulheres que viviam atras dele, exceto Claudia no ensino médio, e hoje me arrependo por ter descido tão baixo e sobre o rapaz, eu ja tinha dado um corte nele, não precisava de tanto.
Eu o observo ainda nervoso, com o punho fechado enquanto chegávamos na mesa, então paro e digo seria.
- Chega Poncho, não é pra tanto.
- Okay, então vamos embora - "Céus, dai-me paciência!"
- Não Poncho, não vou embora e arruinar minha penúltima noite aqui, se quiser, vá voce, eu fico. - digo firme para ele perceber que não estou de brincadeira, as vezes era preciso usar e abusar do blefe para fazer Alfonso ceder em alguma coisa, era um teimoso cabeçudo as vezes, porém eu nunca ficaria ali sem ele.
- O inferno que voce vai!
Eu estou prestes a usar meu melhor argumento quando ele me pega no colo pela cintura e me puxa pra fora do estabelecimento, quase me matando de susto com sua rapidez, não consegui nem protestar de imediato. Meu Deus, o que esse homem tinha? Por que estava tão estressado?
Eu comecei a me debater, ciente da vergonha que estávamos passando com aquela situação ridícula, e sem motivo algum.
- Me larga seu imbecil ou eu vou acabar com voce quando chegarmos! - eu tentar bater nele era uma coisa inutil, então comecei a praguejar, mas de novo, fui ignorada.
- To esperando por isso baby. - ele rosna.
As vezes eu não entendo ele, simplesmente, não entendo, porém eu só sabia de uma coisa: eu estava com raiva, vergonha e eu iria acabar por Poncho por destruir nossa noite.