Estava indo para a última aula. Outra que tinha com meu ex-namorado e isso fez meu estômago revirar. Biologia sequer era minha matéria preferida e o professor era um sínico , não era lá muito legal com os outros apesar de que sempre me tratou muito bem por eu ser uma ótima aluna.
Eu ia entrando na sala e o professor entrou ao mesmo tempo comigo, parando para me cumprimentar.
- Srta. Portilla, é bom revê-la.
- Digo o mesmo. - sorri amarelo.
- Eu fui avisado de que voltaria, e sei que deve estar perdida nas aulas, mesmo tendo me entregados os trabalhos e deveres propostos durante esses dias que não veio a aula. - O QUE? MAS EU NUNCA TINHA FEITO NADA! NEM TRABALHO, MUITO MENOS DEVERES! Ele prosseguiu ignorando minha cara de espanto, o que significa que eu soube disfarçar. - Eu tive o cuidado de te arranjar um novo parceiro para esta aula, levando em conta que é um aluno tão inteligente quanto você , formarão uma bela dupla. - Ele me virou para entrar na sala com as mãos me guiando e apontou para a ultima mesa no canto direito da sala. Oh céus, ele devia estar de brincadeira. Por acaso eu havia feito algo grave nessa vida pra merecer isso? - Ali está o seu novo parceiro. - sorriu para mim - Agora, dirija-se ao seu lugar para começarmos a aula.
Olhei em volta esperando que alguém estivesse sem parceiro, mas nada. Era o jeito fazer a dupla com o garoto alto e sorridente que olhava em minha direção , aguardando que eu me direcionasse até ele.
Fui jogando minha mochila sobre a carteira, tentando parecer casualmente irritada o bastante para uma conversa.
- Que ironia eim Anahí? Acho que seus planos de me ignorar são muito falhos. - disse Poncho sem tirar os olhos de mim com um jeito diferente ao qual se encontrava no refeitório, mas ainda assim, irônico.
- Você sabia disso não é? - Claro que ele sabia, estava lá, me esperando! E eu pensando que já não era ruim o bastante uma aula de biologia, ainda teria que conviver com aquele convencido o ano todo.
- É - ele deu de ombros - Digamos que nossa amiga Mariana ficou um pouco desapontada por ter que passar a se sentar com Albert e não comigo. - sorriu satisfeito.
Eu bufei. O professor começou sua aula. Eu estava nervosa com o jeito desse menino, algo não me agradava, me parecia um tanto metido. Não consegui ficar calada.
- AFF, como pode você ser uma pessoa tão cheia de si garoto? Acha mesmo que Mariana esta desapontada por não ser sua dupla? Desapontada estou eu de estar aqui!- exclamei . Ele não me respondeu, estava virado pra frente, relaxado em sua cadeira, prestando atenção a aula como se ninguém falasse com ele - Você é muito metido garoto. Poderia por favor - frisei o por favor, dando a ele uma dose de sarcasmo - fazermos uma troca de duplas porque ...
Ele se virou pra mim e esticou seu braço, tocando minha boca com dois dedos . Eu me calei , mesmo podendo continuar a falar, já que seu toque era suave e não me impedia em nada, mas não o fiz. Em outras palavras, paralisei.
- Shiu, preste atenção na aula por favor, já deve ter perdido coisa demais. - disse ele em um tom calmo e desinteressado, retirando seus dedos dos meus lábios e cruzando os braços em seguida.
- O QUE É ISSO? - eu exclamei nervosa. Quem aquele idiota pensa que é pra me mandar ficar em silencio? Como eu o odiava naquele momento.
- Agora "eu" estou te ignorando. - ele ter dito aquilo tão calmamente, de braços cruzados, poderia soar mais grosso do que um grito ou xingamento. "Maldito Poncho" pensei.
Então, sem nenhuma resposta para dar nele, resolvi soltar um "Que seja" entre os dentes e me voltei para a aula, que por sinal estava um saco e mesmo sem dizer uma palavra sequer, era difícil ignorar a ilustre presença do convencido novato ao meu lado.
- Então alunos, podem começar a fazer o questionário que está sob a mesa de vocês, é um pra cada dupla.
Pronto, agora ele teria que falar alguma coisa comigo, porque eu não faria sozinha o trabalho.
- Certo, vamos logo responder isso e então nos livraremos um do outro ao menos o resto do dia. - pedi .
- Por favor! - disse ele puxando a folha e mexendo sua cadeira para mais perto de mim, e eu pude sentir seu cheiro. Com certeza ele usava algum perfume de uma marca bastante exclusiva, pois não era um cheiro nada comum, na verdade, era bastante diferente, mas era bom, era ... FOCO Anahí!
Me praguejei em pensamento por ter começado a pensar asneiras mas enquanto líamos o questionário em silencio, eu entendi o desapontamento de Mariana, embora não concordasse e achasse o tal de Poncho um metido. Nesse momento pedi a Deus para que minha respiração descoordenada e incomoda não fosse percebida por ele.
- Sobre te ignorar, não estava falando sério. - ele quebrou o silencio , e confesso , que agradeci ouvir sua voz naquele momento pois quebrou a tensão que eu sentia segundos antes. - Foi só pra você saber que não é nada simpático desdenhar de alguém com quem nunca conversou. Você devia ser mais cordial. - não tirou os olhos do papel enquanto falava, mas eu não consegui e fiquei virada olhando pra ele, que continuou alheio ao meu ato.
- Você não é muito cordial também. - dei de ombros
- Sério, isso tudo é por causa de um esbarrão? Não é como se eu saísse por aí esbarrando de propósito nos outros. Eu prometo. - pela primeira vez eu em que o vi, ele não carregava um olhar furtivo e irônico sobre mim.
- Não é só o esbarrão. Não é muito gentil quase me derrubar no chão e sair rindo da minha cara como se eu fosse uma palhaça. - olhei pro trabalho - Aliás, a questão 1 não é letra A e sim B.
- Ah , é por isso que ficou zangada? - ele voltou com a cara sínica - Não leve isso a sério, não estava zombando de você, sou meio risonho mesmo. Me desculpa. E sim, é a letra A, estou certo, pode confiar.
- É claro que é B, se não for B por favor, queime meus neurônios porque mesmo não vindo a aula nos últimos tempos, eu tive a chance de aprender genética antes dele começar a dar esta matéria, então sei do que estou falando. É B porque a mãe é dominante, porém é heterogênea,e não homogênea. - num ato rápido peguei o lápis que estava em sua mão, sentindo uma corrente elétrica com aquele breve toque, mas ignorei e marquei a B, passando uma borracha na alternativa A em seguida.
- Não me respondeu se me desculpa. E para de mudar minhas respostas, é letra A isso ai. - ele foi a apagou a B e rabiscou a A novamente.
- Poncho! - eu exclamei - Para! Eu to certa!
- Não está. Como sabe que é heterogênea? Vai me desculpar ? - Nossa, ele era irritante, e insistente.
- Porque na primeira ninhada deu 75% brancos e 25% cinzas.
Ele bufou e pegou a folha da minha mão, começando a reler o exercício muito sério, e fez uma careta confusa que eu entendi muito bem e sorri vitoriosa com as sobrancelhas arqueadas.
- Tudo bem, letra B.
- Agora sim você está desculpado. - Falei e pisquei num tom brincalhão, só então quando o olhei sorrindo divertido pra mim , me dei conta do que estava fazendo e me recompus.
Continuamos respondendo até que eu mudei o assunto.
- Qual é a do lance dos deveres?
- Han? - ele me olhou confuso.
- Os deveres e trabalhos que foram entregues em meu nome, já to sabendo e você deve saber do que estou falando.
Ele inclinou um pouco a cabeça pra trás e voltou rapidamente.
- Ah sim, to super a par de tudo isso. A turma espalhou que você pegou uma dengue numa tal viagem que você fez parece, ai Dulce arranjou com seu pai um atestado alegando isso, ai a galera fazia seus trabalhos e deveres, dizendo que passavam todo dia em sua casa para te ajudar com a matéria e tudo mais. Confesso que até eu fiz alguns. Os de biologia por exemplo.
Uma expressão de surpresa e espanto surgiu em meu rosto e não consegui disfarça-la. A galera fazia isso por mim? E até o convencido do novato do meu lado ajudava? Uau, não existiam palavras naquela hora.
- Me espanta que não tenha se dado por falta dos seus cadernos. - ele disse se voltando pro questionário de vinte questões novamente. Estávamos na 15.
- Dos cadernos sim hoje cedo, mas é porque os deixo na escola, no meu armário. Só os levava quando tinha deveres e tudo mais, sempre fiquei só com alguns livros em casa. - disse meio desconcertada.
- Ah sim.
- De qualquer forma obrigada. Devo ter dado um trabalhão.
- Imagina, 17 dias de pura biologia em dose dupla apenas. - ele sorriu
Ele contou os dias? Porque ele contava os dias que não estava aqui? Será que resmungava ao fazer os trabalhos? Aliás, ele devia odiar isso, porque estava ajudando uma desconhecida a conseguir nota através de seu esforço.
- É sério, não se preocupe, sei o que está pensando aí. Mas não foi nada demais te dar uma força, você tinha que ver Dulce e Christian, esses sim sofreram! Inglês e álgebra são matérias muito extensas.
Ele continuou conversando comigo em um tom ora formal, ora informal ,mas acabávamos trocando farpas escondidas em um sorriso presunçoso de ambos os lados, e assim conseguimos terminar o questionário e tiramos total, graças a mim óbvio porque ele era um teimoso irritante.
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Bom amores, por este capitulo 021 ter sido meio grande, só irei postar esses dois por enquanto, pois sei que quando vem capitulos grandes tudo de uma vez, atrapalha a acompanhar a web , enfim. O que estão achando do Ponchito?
P.S: No começo da história, tudo é meio detalhado mesmo. Um dia por exemplo, pode durar alguns capitulos.
bellaherrera: Espero que arranque mesmo, é essa a intenção kk. O Poncho é meio maluquinho, e não está nem ai em fazer as coisas, você vai perceber, principalmente quando o assunto é a Any <3
carlaaya: A Any não foi muito com a cara dele, principalmente porque ela acha que ele roubou o lugar do Kevin no time, na escola inteira, com os amigos e também o coração dela, mas ainda não sacou kkkkk
vverg: Também adoro quando os casais se odeiam no inicio e depois vê que tá tudo errado kkkkkk Poncho vai enlouquecer a Any. Nooooossa, isso que é sono , mas quase fiz o mesmo ontem USHAUSHAUS mas não esquece de postar não, to adorando sua web.
jessica_ponny_steerey: Quem enjoa do Poncho né? Impossiveeel kk