Alguns dias depois ....
- Amiga a Julie já me ligou umas dez vezes para irmos na prova do meu vestido hoje, só estamos esperando você confirmar, diz que sim! - Dulce havia ficado muito próxima de Julie depois que a pequena irritante começou a lhe dar dicas sobre o casamento, o que deixava Anahi um pouco feliz em nao ter toda a atenção da irmã voltada pra ela. Ser uma Puente Portilla já era complicado, agora ser irmã de Julie
Anahi estava ocupando todo o seu tempo com sua família que estava sendo construída. Passava o dia trabalhando em seu escritório se transformando numa mulher de um sucesso incalculável mas da porta da empresa para fora era só uma jovem vivendo um momento maravilhoso com seu noivo.
Os dois passavam as noites planejando o futuro, pensando em seu bebê e vivendo tudo o que lhes era presenteado como benção do destino. Mas o destino é traiçoeiro, o que ele te dá, ele pode tomar não é mesmo?
- Certo Dul, você me convenceu. Me espere as três no atelie tudo bem? Eu estarei lá. Aliás, quero que leve a Maite,ela ficou muito estranha desde a sua festa e também tem odiado minha amizade com Angelique, preciso falar com ela. Vou desligar agora, beijos, ate mais tarde.
Quando Anahi passou pela entrada da empresa não imaginava o que lhe aguardava. Tirou os óculos escuros e todos como era de costume diminuíram seu ritmo para vê-la passar, deixando a batida de seus saltos serem o som de fundo. Havia admiração no olhar de cada um naquele lugar, ou ate mesmo inveja de alguns poucos. Anahi havia se tornado referencia, a imagem da PH Motors ao lado de Alfonso, que há pouco havia ampliado seus negócios em sua viagem a Nova York, entrando também para o time dos magnatas do petróleo. Não havia casal mais poderoso no momento que os dois na cidade, ou melhor, no país.
- Bom dia senhora Portilla.
- Como vai Charles? - ela disse ao chegar no elevador para o simpático senhor que trabalhava na empresa.
- Ultimo andar?
- Como sempre.
- Obrigada Charles, tenha um bom dia.
- Para a senhora também. - Disse com um sorriso de orelha a orelha que logo morreu ao sair do elevador.
Elisabeth umas das secretárias da PHMotors que estava cobrindo Belinda que tinha um compromisso cedo estava discutindo com uma criança! Primeiro, o que uma criança fazia ali? Segundo, por que esta senhora o tratava assim e terceiro? Por que tao familiar para Anahi aquele rostinho?
- Elisabeth!
- Oh bom dia Anahi, como vai?
- Senhora Anahi. Meu dia estava ótimo, ate encontrar esse cenário na minha empresa. O o que essa criança faz aqui? - a mulher de aproximadamente quarenta anos engoliu em seco. Nunca havia sido tratada assim por Anahi, estava acostumada a receptividade da jovem, tanto é que desconfiava de tanta bondade.
- Eu não sei Senhora - disse sem conseguir esconder a perplexidade. - Ele está com a mãe.
- Olha, não acredito que acabo de ver voce destratando uma criança Elisabeth, ainda mais aqui, na minha empresa.
- Me desculpe Senhora Anahi, mas é que a situação aqui hoje está muito difícil, e estão todos assim. Isso nao vai se repetir.
- Eu espero que não se repita mesmo, nem que haja oportunidades para isso, porque senão a próxima coisa que você irá assinar é sua carta de demissão. Com licença.
Certo, a Anahi da qual falamos nunca iria tratar uma pessoa que não garotas como Cláudia, Sabrina, Bianca ...dessa forma, mas ela se colocou no lugar da mãe da criança, que aliás, gostaria de saber onde estava. Ela virou na direção do menino acuado e pela primeira vez pode repara-lo direito. Era uma crianca linda, de cabelos negros e olhos claros, quase um verde esmeralda, com um jeito timido olhando para ela esperando sua reação.
- Oi mocinho, qual o seu nome? - ela disse sorrindo ao se abaixar para ficar do seu tamanho. Ela vestia uma calça social preta com uma blusa de seda branca com o seu blaiser preto em mãos assim como sua bolsa gucci e seu óculos. Olhando para algumas semanas atras, a antiga Anahi sequer a reconheceria.
- Ian. - O menino disse ainda assustado.
- Oi Ian, meu nome é Anahi, mas pode me chamar de Annie.
- Oi. - ele disse erguendo a pequena mãozinha fazendo-a rir.
- Onde está a sua mãe?
- Ela disse que precisava falar com meu pai, eu estava esperando logo ali em baixo mas ela tava demorando e eu pedi pro moço me trazer aqui em cima.
- E seu pai trabalha aqui? - o menino assentiu sem dizer nada, parecia um pouco mais receptivo com a presença de Anahi, ignorando a secretária. Anahi quis ajudar a criança e nao ia confiar ela a secretária que acabara de destrata-lo, no entanto ela tinha assuntos a resolver. - Escute Ian, eu preciso passar naquela sala ali rapidinho, então eu te ajudo a achar os seus pais tudo bem?
- Tudo. - Anahi sorri e estende a mão para o menino se endireitando, que segura seu brinquedo com a outra mão, pegando a que a Annie lhe oferecia.
Acontece que atos bondosos nem sempre geram consequências positivas. É aquela história de que para cada regra há uma exceção.
Ao invés de ir em sua sala Anahi vai direto para a de Alfonso que sempre chegava antes dela e como de costume ela passava lá para lhe dar um bom dia. O problema veio quando ela entrou na sala sem bater e encontrou Alfonso alterado apertando o braço de uma mulher de cabelos tom chocolate e bem vestida, ou quase isso já que lhe faltava um pouco de tecido. A principio Anahi não entendeu até que o pequeno Ian fez questão de lhe jogar o balde de água frio que faltava no dia que mal havia começado.
- Mamãe, porque ele ta te machucando?