O coração de Anahi batia descompensado. Ela não conseguia acreditar em cada palavra dita por Poncho naquele instante. Cada detalhe, cada tentativa dele esconder dela essa criança...esconder Perla, chegava ate ser algo maldoso com a criança.
Anos atrás quando ele havia se declarado para Anahi, a unica coisa que passou pela cabeça de Alfonso foi que ele deveria ir embora, e então ele foi... As primeiras semanas foram as piores, foram indagações, ferimentos, tristezas , garrafas e mais garrafas sendo esvaziadas, um Poncho sozinho e vazio se sentindo perdido em Nova York.
Passou mais algum curto tempo, umas duas semanas, quando Aaron apareceu em seu apartamento, sabe lá Deus como depois de descobrir que ele estava lá.
Aaron ouviu sua história e depois de fingir compreensão as dores do amigo tentou, diversas e diversas vezes leva-lo consigo para bares e festas, onde quer que fosse para tira-lo de casa. Até que conseguiu.
Poncho que vivia no automático aprendeu a misturar a bebida com as bagunças da cidade que nunca dorme, ou melhor,reaprendeu , foi parar em toda e qualquer tipo de festa, trocando a noite pelo dia, ocupando cada espaço de seu corpo com bebidas e outras mulheres para esquecer a existência daquela unica que ao fim da noite sempre aparecia para atormenta-lo, fazendo-o relembrar da dor da rejeição, a qual ele ainda não havia sido apresentado até então.
Numa dessas festas, Aaron aparece com duas mulheres, uma ruiva de olhos claros, com perfeitas sarninhas em seu rosto, abraçada a ele, e junto dela uma morena com um olhar todo mal intencionado, em um vestido que sabe lá Deus o que estava cobrindo , mas que ele admitia, provocante...chamou sua atenção quando ela se apresentou como Perla...ah se ele soubesse.
A unica coisa que ele se lembra após disso é de ter acordado com essa mulher em sua cama, vestindo sua camiseta acordando toda manhosa como se fosse de casa de tão confortável. Isso o deixou irado! Como fora deixar isso acontecer? Porra!
Ele se lembra de ter sentido sua cabeça doer e sua ficha cair! Ele levara uma das outras até seu apartamento, deixou-a deitar em sua cama, e sequer se lembrava disso, nunca havia ficado tão nervoso consigo mesmo.
Acabou por destratar Perla e pediu-a que não a procurasse de maneira alguma, em outras palavras, agiu como perfeito canalha - Anahi sequer conseguiu condenar tal ato quando ele lhe contou - nunca se sentira tão pequena e magoada quanto naquele momento, enquanto ouvia Alfonso contar tudo - ela nunca quisera realmente saber como foram os meses longe dela naquela época de colegial, já sabia que não era algo do qual ele iria se orgulhar.
Mas ouvi-lo falar da época na qual eles se separaram por um mês e ela fugiu para a casa da vó, foi demais para ela. Durante esses dias Perla apareceu com uma criança de dois anos em seu colo, jogando a bomba pra cima dele: aquela noite rendera... rendera um pequeno Herrera. Ian Herrera já tinha até o sobrenome do pai, mas conhece-lo mesmo, de poder passar uma tarde com o pai jogando, brincando...nada disso. Alfonso fora tão ausento como se seu nome nunca tivesse constado naquele documento.
Ele contara a ela que se recusava a fazer o teste de paternidade, que não aceitara a situação nem por um instante e então Anahi sofreu pela criança e odiou cem vezes mais Perla e suas cobranças. Contou a ela sobre seu desespero e sobre o fato dele ter corrido para Uckermann buscando ajuda. Contou sobre o medo de perde-la por ter usado a cabeça de baixo nao a de cima e muito menos o coração, o que justifica sua ida na casa de sua avó para busca-la e também todo o resto...
Seu carinho demasiado com ela, suas atitudes, e até mesmo o fato de te-la renegado fisicamente durante os últimos quatro anos, Deus...era tanta coisa.
Alfonso se sentia um lixo contando tudo a ela. Lutara tanto para esconder isso ate que se resolvesse (nunca quis de fato aceitar a paternidade, por isso o acordo milionário com Perla) mas agora lá estava ela querendo reivindicar a presença dele na vida de Ian, há meses tentando, ate chegar tudo isso aos ouvidos de Anahi, da pior forma possível que agora o via como um monstro.
É, agora sim tudo parecia estar perdido