Eu acordei mais cedo naquela manha de agosto. Desci e tomei café sozinha já que Dolores já tinha preparado tudo. Subi e peguei uma calça preta justa, uma blusa branca estilo cigana e minhas sapatilhas pretas como de costume, já meu cabelo, o deixei de lado, coisa que não fazia a tempos pois só o deixava dividido ao meio. Me olhei satisfeita no espelho, eu estava linda.
Quando cheguei na escola, fui direto procurar uma vaga no estacionamento do prédio B.Quando olhei em volta, fiquei abismada com o que vi na minha frente. Poncho estava encostado no SEU carro sorrindo para mim enquanto eu estacionava. Desci do carro e fui em direção a ele empolgada. Ele estava um tanto bronzeado, e seus olhos pareciam muito mais chamativos agora, de certa forma, ao menos para mim chamavam atenção.
- Meu Deus Poncho! Este é o seu carro? - eu ria boquiaberta. - Uau!
- Agora você entende porque não uso ele ? Ele podia ser sucesso em Nova York, mas aqui, as pessoas são um pouco mais discretas.
Poncho tinha simplesmente, um dos carros mais caros do mundo, e eu entendia bem disso. Era muito chamativo na cor preta com laranja. E eu achando que um Porsche era uma maquina de circo passeando pelas ruas, quando Poncho tinha um mil vezes mais "interessante" em sua garagem.
- Isso é um Bugatti Veyron ? É sério isso?
- Pois é, o próprio! Super Sport versão 2011 , blablabla. - ele disse desinteressado.
- Sabe quanto custa esse carro? - ele assentiu. Na época em que meu pai falou desse carro durante meses lá em casa, me lembro dele falar por alto um valor que chegava a dois milhões de dólares. Como o pai de Poncho aceitou dar pra ele um carro daqueles? Meu Deus! Poncho ficou calado me olhando enquanto eu observava seu carro.
- Sério Any, você não me vê a um mês e esta mais interessada no meu carro? Grande amiga você!
Eu fui até ele e lhe dei um abraço apertado que me fez perceber que eu realmente havia sentindo sua falta, me fazendo aperta-lo ainda mais. Ele sorriu.
- E ai, já esta acostumada com a ideia do nosso plano?
- Não, Poncho eu... - eu ia dizer para que desistíssemos por favor, porque eu não queria isso. Era coisa de criança de quatorze anos e além do mais, não queria enganar todo mundo.
- Não Anahi, eu não vou deixar você dar pra trás. Sabe o que ela fez? Sabe o que Claudia fez? - ele repetiu dando enfase - Ela foi atras de mim, NO PERU!
Certo, aquilo era mais do que eu poderia imaginar. Ela estava realmente louca nele para viajar atras dele até o outro lado do continente. Será que eles tinham ficado? Porque apesar de tudo, ela era bonita, muito bonita alias, e Poncho não era nenhum inocente. Senti meu coração gelar com este pensamento.
- Ela o que? Poncho! Vocês... tipo...? - Eu não conseguia terminar a frase e ele pareceu entender isso.
- Não, não, nossa, jamais! Eu fiz pior! - ele fez uma careta. Ele tinha aprontado alguma na certa, parecia que estava com medo...de mim? - Não me mate, mas eu já meio que dei um toque pra ela.
- HAN? - O olhei apavorada.
- Tipo, ela se declarou pela milionésima vez e eu disse que estava envolvido com outra e que era melhor ela ir embora. -ele continuou com a careta, esperando que eu o matasse provavelmente, mas eu não me mexi. - Ou seja, não adianta mais você fugir senão vou pagar de mentiroso.
- Mas você é um! - o acusei.
- Ah Anahi, para com isso. - ele suspirou - Ta pronta? - ele me ofereceu a mão para que eu a pegasse. Fiquei em silencio. Por que Poncho fazia aquilo? Não havia necessidade alguma , serio. Mas eu também não queria Claudia no pé dele, até mesmo porque uma hora ou outra ela ia conseguir se continuasse tentando. Eu cedi e peguei sua mão. Ele sorriu.
- Vamos logo com isso! - eu disse irritada.
- Ok, vamos lá querida! - ele disse irônico. Sua mão quente e macia apertou a minha, e eu gostei, gostei de estar ali segurando-a, porque sentia que ela encaixava perfeitamente na minha, e eu me senti confortável com aquilo, embora meu estomago estivesse se revirando e minha mente formigando, sem contar as correntes elétricas que passaram pelo meu corpo naquele momento deixando minhas pernas bambas, mas eu jurei a mim mesma que não iria me iludir com isso, não iria cair na besteira de me acostumar com este teatro, mas o deixei me conduzir para dentro do colégio.