[Alfonso narrando]
Cheguei em casa , e logo me joguei na cama com um sorriso que nunca tenha dado talvez em toda minha vida, e eu sabia disso. Eu sempre detestei essa ideia de sair de Nova York, sempre fugi de namoro, de amor, porque eu achava que esse era um sentimento que só te feriria no final.Eu via as pessoas apaixonadas e só o que pensava era que no dia que tal sentimento acabasse, um dos dois sairia quebrado, magoado, como sai a alguns anos atras quando tive meu primeiro amor, então passei a repudiar a palavra "namoro".
Mas como explicar pra mim mesmo o que está acontecendo? Eu sempre fugi de garotas como Claudia ,Camila e toda a sua corja depois de ter o que queria delas, mas quando cheguei naquele colégio, conheci todas aquelas pessoas e ouvi falar de Annie as coisas mudaram. O nome Anahi congelou em minha mente como se dissesse "Guarde este nome Alfonso". Meus pais falavam muito dela quando começamos a nos preparar para a mudança. Eu não queria, mas eu perderia tudo o que tinha que ficasse longe dos meus pais então resolvi vir com a condição de que se eu não me adaptasse nesse lugar, eu poderia voltar para Nova York ao fim do ano, e eles me bancariam.
Parecia o plano perfeito, mas como eu poderia imaginar que o nome congelado em minha mente poderia fazer comigo o que está fazendo agora? Quando eu vi aquela menina de olhos azuis hipnotizantes em minha frente, me chamando de idiota a primeira coisa que pensei foi "Quem é esta garota Meu Deus?" e então descubro que ela é Anahi Portilla. A mesma garota que um dia fui jantar em sua casa e não quis descer, supus, porque era das minhas, odiava aqueles jantares. Lembro que pedi licença para ir ao banheiro e fiz rota contraria subindo as escadas, quando vi uma porta entreaberta e a curiosidade me levou até lá,andei em passos silenciosos e calmos. Eu queria conhece-la, queria saber como era a garota que seria minha "amiga" como meus pais falavam. Quando iria olha-la , ela chamou por sua mãe se levantando e eu corri assustado escada abaixo.
Quando fui para o meu primeiro dia de aula, Christopher logo se apresentou na aula de química, e me apresentou Dulce, uma menina muito bonita, pensei, mas não chamou minha atenção, "Garotas normais demais em Seattle" . Algumas doces, perfeitinhas como Dulce, outras atiradas demais e descartáveis como Claudia e até mesmo aquelas que viram sua "irmã" como Maite. Virei amigo instantaneamente daquelas pessoas, que eram muito legais , avaliei, até que percebi que estavam falando de Anahi Portilla, e isso era o estranho deles. Falavam preocupados, falavam como se ela fosse a ultima peça do quebra cabeça que faltava e eles não estavam achando. Então conheci um rapaz chamado Kevin que estava recebendo demasiada atenção daquelas pessoas, que começaram a lhe dar sermões e apoio , falando de Anahi . Eu observava tudo meio por fora enquanto era entretido por Nick que não parecia muito preocupado com o amigo que já havia até chorado naquele dia, então eu ouvi a seguinte frase "Mas eu amo a Anahi, a amo, não queria abandona-la!" . Foi o suficiente para que eu desse um jeito de começar a perguntar discretamente as coisas e eu entendesse a história.
O tal Kevin não veio mais na aula no dia seguinte, ele havia ido embora, como dissera os outros. Eu me perguntei porque a tal de Anahi não aparecia, porque ela não se despediu de seu namorado? Os dias foram se passando, e eu já estava por dentro de tudo o que havia acontecido. A garota nem sequer recebia os amigos mais, e eu me perguntava que tipo de pessoa fazia isso por alguém que resolveu ir embora? Aquele menino me pareceu um idiota, que queria demonstrar a todo momento que era maduro o suficiente, que era um homem apaixonado ,e a cada vez que ele falava eu tinha vontade de revirar os olhos no dia em que tive com ele e seus amigos.
Mas agora que eu conheci Anahi, eu o entendo. Entendo o extremo que um cara é capaz de chegar por uma mulher daquela. Anahi não era como nenhum tipo que eu já conhecesse. Ela é autentica, é a pessoa mais maluca, brava, engraçada...linda que eu já havia conhecido em toda minha vida. O que ela fazia pelos seus amigos, sua inteligencia, seu jeito de quem não ligava pra nada me fizeram querê-la ao meu lado desde o primeiro instante que a vi. Quando eu vi que era a tal Anahi, ali, sentada ao lado de Dulce, eu não conseguia tirar meus olhos dela, e me pegava agarrado a qualquer chance de descobrir alguma coisa sobre a mesma, buscando chamar sua atenção, tentando faze-la notar que eu estava ali nem que para isso eu a irritasse.
Agora me vejo preso em uma teia com esta história. O que um dia foi curiosidade, vontade tinha se transformado em amor. Logo amor, que era sagrado não acontecer em minha vida! Eu me agarrei a unica chance de te-la perto comigo, e agora, eu sou amigo dela, um amigo que finge ser seu namorado. Eu não quero fingir nada, eu quero ser! Sempre tive o que quis e agora estou me curvando aos ideais de uma mulher como Anahi, o problema, é que ela só me vê como um amigo que a ajuda em tudo e eu nem sequer consigo tirar seu beijo da minha cabeça, que eu havia imaginado tanto tempo como seria. Eu estou apaixonado e com medo dos estragos que isso pode me causar.