[Alfonso narrando]
Eu não entendia o que estava acontecendo ali. Nunca vi Annie tão vulnerável,falando tantas coisas que eram improváveis sair da boca dela. Quando eu a ouvi contando histórias daquele idiota, eu quis de verdade sacudi-la e dize-la que ela não precisava se sentir sozinha, que se ela quisesse, teria a mim! Meu Deus onde eu fui parar? Estou numa teia sem limites e não consigo, não quero me desprender dela. Quando ela disse que era a dona do mundo, me senti um tolo, pois meu pensamento era "Quem me dera ser o seu mundo pequena" e como eu queria dizer essas coisas a ela, como queria que ela sentisse o mesmo.
Mas não, ela contava de como ela conheceu Roma com o ex, de como eles enfrentaram o pai dela para ficarem juntos, todo o tipo de história, ela chegou a me contar até quando eles quase...Nossa, foi difícil ouvir aquelas palavras, mas nada me doeu mais do que ouvir o quanto ela sofreu, se sentiu chutada quando aquele imbecil foi embora, porem eu ouvi pacientemente, pois eu sabia que lhe estava fazendo bem. Eu estava errado sobre Annie, pensava que ela era capaz de passar por cima de qualquer coisa, como um trator, como ela estava fazendo comigo, passando por cima de todo e qualquer ideal que eu tinha, passando por cima também de meus sentimentos, porem, ela era frágil, era como se qualquer palavra mais rude que ela ouvisse, pudesse quebra-la como uma porcelana e eu quis cuida-la, protege-la.
Não sei de onde eu tirei essa ideia de amizade colorida. Quer dizer, eu sei sim, Maite! Nossa, como eu quis mata-la no mesmo instante que Annie me renegou. Eu precisava parar de pensar que eu a faria se apaixonar por mim, porque acho que nada funcionaria. Fiquei frustrado por ter recebido um não. Não sei se era porque foi algo inédito pra mim que estou acostumado a ter o que quero, principalmente garotas, ou se é porque realmente doí em mim, e que eu realmente estou apaixonado por essa maluca. Tratei de me recompor e a protegi do frio, mas não foi pra mostrar que aquilo era algo fofo, mas sim porque eu queria que ela estivesse confortável, e que mesmo com raiva, não quisesse ir embora.
E então, ela me diz que poderia aceitar uma amizade diferente, e algo dentro de mim parece que ascende, algo que nunca senti antes, mas estava ali, e eu quis pular, mas não podia, era tosco demais e Alfonso Herrera não iria tão a fundo por uma garota, mesmo que se tratasse de Annie, se bem que escorregar a bater a cara contra aquelas rochas não seria de tamanha tristeza, quem sabe eu não reagiria e parava com esta loucura. Mas tamanho foi o meu choque quando aquela maluquinha selou seus lábios com o meu. Eu quis agarra-la ali mesmo, mas meu impulso se conteve e ela se virou antes que eu fizesse qualquer coisa. "Calma Alfonso, não se iluda" . Eu não podia me iludir com Anahi, não! Ela estava frágil, estava se sentindo sozinha e não era correto, nem para um cara sem escrúpulos como eu, fazer disso uma oportunidade de conquista, apesar de que por mais que eu tentasse me convencer do contrario, desde que eu a conheci, não sou mais o mesmo. Por incrível que pareça, Anahi fez com que eu trocasse de personalidade, não sei explicar, acho que estava certo quem dizia que o amor pode dar as pessoas o poder de despedaçar você, porque depois que a pessoa passa a gostar de alguém, é humanamente impossível ser lógico em relação e ela, pois é algo irracional e quanto mais o sentimento cresce, menos tudo faz sentido.
Eu olhei para o meu relógio enquanto ela continuava em silencio encostada em mim. Nossa, já era quase quatro horas da manha! Como foi que não vimos o tempo passar?