- Fala logo que eu estou com pressa. - disse áspera.
Ele segurou meu braço e me levou até uma mesa vazia e isolada no patio.
- Anda, não tenho todo o tempo do mundo pra você. - disse irritada
- Pra começar, se acalme. - respirou fundo e eu fiz o mesmo . Ele prosseguiu - O que foi aquilo Anahi?
- O que ? Voce dando uma de idiota ? Eu também quero saber. - o fitei seria.
- Não, digo de tudo! Voce passou a aula de química inteira me ignorando como se eu não existisse, eu relevei. Fui te buscar para irmos juntos pro intervalo e voce saiu na frente me deixando que nem um idiota! Sem contar que não me dirigiu a palavra no refeitório dando atenção pro Nick e esquecendo que eu estava bem do seu lado. Isso tudo é por causa da Claudia?
- Quer saber Poncho? É sim! Tudo por causa dela. - disse
- Espera, voce ta com ciumes? - ele disse franzindo a testa e eu encolhi os ombros, sem graça com a pergunta. Não sei nem porque.
- Olha pra minha cara Alfonso! Eu pareço estar com ciume? Eu to é com raiva! Voce me faz passar por idiota na frente de todo mundo e ainda acha que é ciumes? - indaguei
- Mas foi por causa dela que começou.
- Não, foi por SUA causa! Se for pra ficar de conversinha animada com ela, por que pediu pra afasta-la de voce? Voce é tapado! Sério.
- Annie - Ele disse calmo com uma ponta de suplica - Eu não estava dando mole pra ela, sério
- Era o que então? - desafiei-o novamente
- O de sempre, mas eu juro, juro mesmo, que não dei moral alguma pra ela. Voce a conhece!
- Ah Poncho, vai me dizer que ela não é bonita? Voce podia muito bem ceder oras, e eu não ligo, de verdade, mas primeiro, vamos acabar logo com essa palhaçada porque eu não vou deixar aquela idiota achando que ganhou algo de mim.
- Oh céus! Voce é maluca - ele colocou as mãos na cabeça e fez uma careta exasperado - Ela é linda sim, mas...
- OLHA AÍ! Viu? To certa! - reclamei
- Cala a boca! Me deixa falar Anahi! Nossa! - o olhei incisivamente pronta pra xinga-lo e mata-lo em seguida mas ele tapou minha boca com a mão- Me ouve ! Sério. Eu não quero nada com ela.Ela é linda mesmo, voce esta certa, mas não a quero nem de longe - tirou a mão da minha boca mas eu fiquei calada - Acredite em mim, não estou fazendo graça alguma e não vou deixar voce romper comigo. - ele se calou pr um segundo e sorriu fraco, levando o dedo indicador ao meu rosto - Eu te adoro Annie e não vou faze-la de idiota ok?
- Mas voce ...- disse baixo tentando achar as palavras
- Mas nada. Acabou a briga, sério. Me desculpa ta bom? Eu fui um idiota com voce agora, mas eu não aguentei a gritaria e descontei em quem não tinha culpa.
O olhei bem nos olhos buscando saber o quão sincera suas desculpas eram, porque para ele pedi-las, um milagre aconteceu. Suspirei, liberando o resto do stress que tinha ainda em mim.
- Não faz mais isso Poncho - disse calma- Eu sou capaz de te torturar e mandar deportar voce pra bem longe de mim depois. Não aceito que briguem comigo. Esta entendendo? - falei tais palavras seriamente, mas sabia que minha cara era de criancinha abandonada, porque sempre funcionava pra ganhar as discussões. Ele riu.
- Voce já me tortura com esse biquinho ai! Como sabe ser manhosa. Sua fingida - eu sorri e ele olhou-me fazendo perder toda a lucidez que eu procurava, ao olhar fundo nos seus olhos verdes e calmos, com um jeito carinhoso que eu nunca tinha reparado. Oh Deus, o que acontece comigo? Por que não consigo olhar para essas duas esmeraldas lindas sem perder o controle?
Me levantei querendo sair dali o mais rápido possível, antes que não tivesse como controlar meus atos, e quando o fiz Poncho me segurou , fazendo-me cair em seu colo.
- To desculpado? - ele disse imitando minha mania de fingir manha e eu ri.
- Tudo bem, mas promete, que nunca mais vai falar alto comigo e que vai se afastar da Claudia?
- Eu prometo nunca mais falar alto com voce. -ele levantou uma mão.
- E a Claudia?
- Vamos fugir dela. - eu ri
- Então ta bom, assunto encerrado? - ele assentiu - Vem, vamos pra aula. - Ele não me deixou levantar e eu o olhei com cara interrogativa.- Anda Poncho!
- Espera, é que eu pensei em algo melhor. - ele sorriu malicioso e eu correspondi, enquanto ele me puxava para si e eu entrelacei meus braços em seu pescoço, ainda sentada em seu colo, dando inicio á um beijo maravilhoso que confesso, só ele tinha. Como algo tão simples pode causar tanta coisa a uma pessoa? Já era o quarto, quinto beijo, não sei, e eu ainda me sentia como se fosse o primeiro! Mas eu não posso me enganar, Poncho não é do tipo que se apega e eu não poderia me dar ao luxo de me apegar ao que estávamos tendo.