[Anahi narrando]
Eu sinceramente não conseguia acreditar no que estava acontecendo nas ultimas horas. Eu sequer consegui dormir depois do que houve. O pior é que existe uma chance consideravelmente grande de que eu esteja apaixonada por Poncho. Meu Deus, logo por ele! Por que ele? Ele não é de relacionamentos sérios, eu já sabia.As histórias de Nova York me deixavam consciente disso. Mas ao mesmo tempo, aquele Poncho que eu ouço sobre e o Poncho que convive comigo, são tão diferentes! Um deles não é real, um deles não é exatamente como aparenta ser e eu me pergunto qual.
Eu preferi me manter em silencio, dizendo apenas o necessário para ele e coloquei um óculos escuro o dia todo para que não percebesse que eu havia chorado. Sim, eu chorei, e muito. Não sei explicar ao certo porque, mas a ideia de ficar longe dele, me causou estas reações a noite toda, daí que surgiu a ideia de que eu possa estar gostando dele. Quando finalmente entramos no avião eu pude me livrar dos óculos e me virei contra ele afim de controlar minhas reações.
Lágrimas quentes e solitárias caiam as vezes sobre meu rosto, quando me lembrava da noite passada, me lembrava do dia que conheci o idiota do Poncho e daquela linda noite na praia. Tudo parecia tão certo, mas agora ele estava ali do meu lado,mas tão longe de mim. Mas eu sabia que seria sim, estou me acostumando a perder quem eu amo, de verdade...Parece que ninguém fica pra sempre, ninguém pra fazer a diferença.
- Anahi - Uma palavra e eu me desmanchei toda.Mais uma lágrima, dessa vez de alivio misturada com receio, tento limpa-la discretamente, mas ele toca meu braço e nao tenho tempo de colocar os óculos. Me virei - Você está chorando?
- Não, é... -suspirei - Ai, eu não to bem. Você... - Tentei ordenar a minha mesma para que me controlasse, mas foi impossível. Céus, desde quando eu estava tão sensível?
- Annie - me abraçou forte, e ele não ter me chamado de Anahi me acalmou por saber que não estava bravo. - Hey, me desculpa pelo o que disse ontem ok? Eu tenho certeza de que voce não ficou com ninguém, eu fui um caipira idiota com você. Eu sinto muito. - ele disse baixo para não chamar atenção de ninguém no avião.
- Voce não pode fazer essas coisas Poncho, eu gosto de você e isso magoa. - disse me soltando do seu abraço mas ele segurou meu rosto em suas mãos.
- Me perdoa esta bem? Eu não quero te perder maluquinha, eu também gosto de voce, muito. Por favor, não faz essa cara. - eu sorri. Como aquele sorriso dele podia me desarmar de tal forma? Eu não conseguia me manter lucida quando ele olhava para mim com aquele jeito carinhoso dele, sorrindo. - Voce me perdoa? Sei que as vezes faço essas idiotices, que eu sou turrão, mas...não quero brigar.
- Tudo bem Poncho, eu também não quero brigar, mas voce me promete toda vez que não vai mais gritar, que vai fazer isso e aquilo, mas a cada dia voce aumenta o show!
- Eu sei, eu sou um estupido, mas por favor, não fique brava está bem? - Ele colou nossas testas e começou a me dar vários selinhos, calmos , me fazendo querer experimentar mais aqueles lábios tão macios...tão rosados, tão chamativos naquele momento. Ele me dá mais um selinho, dessa vez mais demorado - Hm - separamos nossos lábios e ele sorri - Isso é um sim?
- É sim seu idiota, mas é a ultima vez. - e eu o beijei. Era assustador a forma com que aquele beijo me causou mais nervoso do que qualquer outro que tenhamos dado. A consciência de que talvez meu coração pedisse mais do que uns beijos, momentos e tudo mais, me deixa a deriva dos meus sentimentos, causando um estremecimento. Eu não posso estar apaixonada por ele, sei que é o que está acontecendo agora, provavelmente, mas é difícil, porque as chances de sair magoada disso são enormes. Quando Poncho cansar de brincar de namorado e ignorar o combinado da Claudia, o que eu vou fazer? E se ele resolver no fim do ano voltar pra casa em Nova York?