Fanfic: Trained to kill | Tema: One Direction

— HAHA. Espera aí, eu acho que não ouvi direito. Repete.
— Eu, Ellie Troy, quero a vossa ajuda, senhor Adam Lewis Owen.

Ele mal podia acreditar. Depois de tudo que ela fez contra ele e contra as pessoas que ele amava, ela ainda tinha a cara de pau de vir pedir “ajuda”.

Ela só pode estar de sacanagem com a minha cara.

— Não.
— Adam, por favor!
— Não.
— Meu Deus, mas você nem me ouviu!
— Já disse que não vou te ajudar.
— É uma coisa séria, urgente!
— Ah é? E porque eu ajudaria você?
— Pense bem, eu vim de tão longe só para te pedir ajuda. Você acha mesmo que se não fosse sério eu viria?
— Eu não confio mais em você!
— Mas Ad...
— NÃO!

Ela o olhou e depois de alguns segundos desviou o olhar.

Aquilo não fazia sentido! Ela nunca o procurou para pedir ajuda. Ela nunca nem o procurou.

— Por que voe precisa de mim?
— Não preciso mais.

Ela freou com força.

— Desce.
— Não Ellie, eu só qu...
— Desce Adam, agora.

Ele a encarou.

— Eu não vou descer.
— Mas será que eu terei que te obrigar a sair, Adam?
— Você pode até tentar, mas não vai conseguir. Sabe por quê? Por que você é fraca, você tenta fazer de conta que é forte, mas é fraca. Não tem tanta capacidade assim. E você é fria, não se importa com ninguém, e é egoísta, e talvez seja por isso que todos te deixam.

Ela o olhava, sem saber o que fazer ou dizer. Sem perceber, seus olhos começaram a lacrimejar, e antes que Adam notasse ela saiu do carro.

Ela estava com raiva, muita raiva, mas não por ele tê-la insultado, mas pelo fato de que tudo que ele falou era verdade. Ela parou de caminhar quando chegou a frente a algumas árvores e sentou-se em um tronco que estava jogado no chão.
Alguns metros atrás Adam vinha caminhando em direção a ela, e Ellie abaixou a cabeça, encostando-a em suas pernas. Adam sentou-se ao lado dela calado, apenas ouvindo a respiração cansada de Ellie.

— Você tem razão. –disse ela depois de alguns minutos.
— Foi mal, eu extrapolei.
— Não, você está certo. Eu sou fraca demais.

Ele ficou quieto.

— Me conta o que houve.

Ela olhou para o céu e sorriu rapidamente.

— Meu irmão sumiu.

Adam riu.
Ela o olhou sem nada entender.

— Caramba Ellie, seu irmão tem 25 anos e você ainda se preocupa assim? Ele deve estar por aí, farreando. Relaxa.

Desta vez foi Ellie quem riu. Ela olhou nos olhos de Adam.

— Meu irmão sumiu a quatro meses atrás Adam, no meio da madrugada, da minha casa. Ele não levou celular, nem carteira, nem levou o carro dele e muito menos dinheiro. Sumiu apenas com a roupa do corpo e mais nada. Eu pedi a uma amiga dele para ela comunicar a polícia, mas não adiantou. Depois de duas semanas de busca a polícia desistiu.

Ela deu uma pausa para respirar e uma lagrima escorreu do seu olho esquerdo. Aquilo deixou Adam surpreso, pois ele nunca havia visto Ellie chorar pessoalmente.

Mesmo sabendo do que Ellie era capaz, ou seja, tudo, e sabendo que a qualquer momento ela poderia ferrar com ele, ele tomou uma decisão, não apenas por Ellie, mas por Sara, principalmente.

— Eu te ajudo a encontrar o Erick.
— Não precisa mais.
— É, mas sou eu quem quer.
— Mas eu não quero a sua ajuda.
— Espero que você se lembre que eu ainda sou policial e que eu poderia muito tem te prender por todos os crimes que você cometeu.

Ela parou e sorriu.

— Você pode até tentar, mas não vai conseguir. Sabe por quê? Por que você é fraco, você tenta fazer de conta que é forte, mas é fraco. Não tem tanta capacidade assim. Talvez seja por isso que você perde todos aqueles que te amam.

Ele continuou encarando Ellie e ela deu um sorriso de deboche.

— É eu mereci essa. –disse ele.
— Pensando bem, aceito a sua ajuda.

Ele fez que sim com a cabeça.

— Por onde começamos?
— Tem um amigo do meu irmão que vende drogas por aqui. Pra começar, a gente pode passar lá pra ver se ele tem informações. O Erick tinha negócios com ele.
— O Erick usa drogas?

Ellie deu risada.

— Tem coisas que o meu irmão fez que você nem acreditaria se eu contasse.

Após isso eles se levantaram e voltaram para o carro. Ellie dirigiu calmamente, com o volume do som bem alto.

Em um dado momento ela abaixou o som para falar com Adam.

— Está disposto mesmo a me ajudar?
— Sinceramente? Não.

Ela riu.

— Vamos tentar achar o seu irmão.
— Muito obrigado, Adam, de verdade.
— Não precisa agradecer. Tô fazendo isso pela Sara. Aliás, para onde você a levou?
— Não estou com a Sara.

Ela a encarou e fez uma expressão irônica.

— Não precisa ficar desconfiada, Ellie. Eu não vou desistir de achar o Erick.
— Eu sei, eu confio em você.
— Por favor, não dificulte as coisas Ellie.
— Espera aí, você não acredita em mim? Meu Deus, eu não estou com ela!
— Sei que está. Você deixou um bilhete no sofá da casa dela alguns minutos depois de sequestra-la.
— Quando?
— Não se faça de cínica. Logo após desligar o celular naquele dia que você fez o Marcus me ligar.

Ela riu.

— Você é um imbecil mesmo Adam. Como eu posso ter ido até a casa da Sara se eu nem estava em Saint Louis? A delegacia em que você trabalha fica em  Kansas City, esqueceu? Como posso ter saído de Kansas City até Saint Louis em questão de minutos?

Ele congelou. Ellie estava falando a verdade. Naquele dia era o turno de vigilância de Marcus e foi do celular dele que ela ligou.

— Mas se não foi você, então quem foi?