Fanfics Brasil - Capítulo 1 Amante e Esposa-AyA

Fanfic: Amante e Esposa-AyA


Capítulo: Capítulo 1

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Não estava seguro de que quisesse vê-lo... - com o tom incômodo de alguém que estivesse desculpando-se de antemão por uma possível ofensa, o primo de Alfonso, Christopher, deixou sobre a elegante escrivaninha um jornal sensacionalista.


Uma só olhada para a sorridente loira que desfilava suas curvas orgulhosa, logo abaixo das manchetes e Alfonso Herrera ficou gelado. Era Jasmine Bailey, a mulher cujas mentiras tanto tinham contribuído à destruição de seu casamento. De acordo com as notícias da coluna social do dia anterior, tinha chegado ainda mais baixo revelando com toda riqueza de detalhes tudo o que se atreveu a fazer para conseguir seus quinze minutos de fama. Em tão descarada declaração, a ex-modelo de publicações para homens confessava ter inventado a história de sua noite de paixão com o multimilionário italiano Alfonso Herrera.


 


- Deveria processá-la! - insistiu Christopher com a veemência e a pouca experiência de um recém formado em Direito com vontade de demonstrar seu potencial.


 


Seria um esforço inútil, refletiu Alfonso torcendo sua ampla e sensual boca em um gesto cheio de sarcasmo. Sabia que não obteria nenhum benefício arrastando aos tribunais aquela mulher e com ela, sua própria reputação, arruinada fazia já algum tempo. E mais, seu divórcio estava a ponto de ser homologado já que Anahí, sua iminente ex-esposa, tinha-o declarado culpado com uma rapidez e uma falta de confiança que teria deixado lívido qualquer marido.


 


Inflexível ante qualquer explicação, Anahí tinha assumido o papel de vítima e tinha abandonado o lar do casal, incentivada por sua amargurada e ambiciosa irmã, Mayte. Negou-se a escutar suas sucessivas declarações de que era inocente e tinha optado por deixá-lo, apesar de estar grávida do que seria seu primeiro filho. A mesma mulher que chorava rios de lágrimas com os filmes de Lassie se converteu em pedra diante dele.


 


-ALfonso...? – falou Christopher, tentando recuperar sua atenção e rompendo um silêncio que qualquer outro empregado de Alfonso teria reconhecido como um sinal de aviso.


    Não sem esforço, Poncho suprimiu um grunhido de protesto enquanto tratava de recordar a si mesmo que se um rapaz tão pouco qualificado como seu primo estava trabalhando para ele, era unicamente por caridade. Christopher necessitava desesperadamente acrescentar experiência na área trabalhista a seu limitadíssimo currículo. Alfonso tinha comprovado que era inteligente, mas pouco prático, consciencioso, mas com pouca inspiração, bem intencionado, mas sem tato algum. Enquanto outros levantavam vôo, Christopher continuava caminhando com lentidão, às vezes de um modo enervante.


 


- Eu lhe devo uma desculpa - continuou dizendo o rapaz evidentemente empenhado em falar o que tinha preparado -. Eu não acreditei que essa Bailey tivesse armado uma armadilha. Todos pensavam que você realmente tinha tido uma aventurazinha com ela.


Com a confirmação da pouca fé que essa parte da família tinha nele, Alfonso tampou os olhos escuros e tristes.


- Mas ninguém o culpou de absolutamente nada - apressou-se a dizer-. Anahí simplesmente não reunia as condições...


- Lembre-se que Anahí é a mãe de meu filho. Não quero ouvir você falar dela se não for com o respeito que merece - murmurou Alfonso com frieza.


Christopher ruborizou e pediu desculpas. Consciente de que seu primo tinha acabado com sua paciência com tanta estupidez, Alfonso pediu que ele o deixasse sozinho. Ficou de pé e se aproximou dos imponentes vidros que ofereciam uma vista espetacular de Londres, mas ele, apesar de estar olhando, não via nada, pois seus  pensamentos eram sem dúvida mais amargos que a bela paisagem.


 


Seu filho, Alexandre, estava crescendo sem ele em uma modesta casa onde não se falava italiano. O rompimento e posterior separação de Anahí tinha sido qualquer coisa exceto civilizada; Alfonso tinha tido que lutar com unhas e dentes para conseguir ver sequer seu adorado filho. Todo mundo o tinha culpado de adultério devido às sórdidas declarações de Jasmine Bailey e, num primeiro momento, seus advogados tinham deixado bem claro que seria impossível tirar a custódia do menino de uma esposa com a reputação irrepreensível de Anahí. O sangue de Alfonso ainda fervia quando pensava que ela, que tinha arruinado o  casamento dos dois com sua falta de confiança, tivesse obtido a tutela do pequeno sem esforço algum.


 


Estava consciente de que em sua situação se convertera para Alexandre em pouco mais que um visitante ocasional e tinha medo de que o pequeno se esquecesse dele entre visita e visita. Como poderia um menino tão pequeno recordar de um pai ausente durante um mês? E certamente Anahí não estaria disposta a lhe falar do pai que ela mesma lhe tinha privado ter. Agora ao menos se daria conta de que não contava com a autoridade moral que ela mesma se outorgou.


Aquela prometedora mudança lhe dava forças para continuar e jogar a um lado tão inquietantes pensamentos. De repente sentiu uma satisfação pouco comum nos últimos tempos, embora não demorasse para considerar a possibilidade de que Anahí não visse a notícia da confissão de Jasmine Bailey. Sua esposa era uma intelectual que dedicava pouca atenção aos assuntos da atualidade e rara vez lia os periódicos.


Automaticamente, chamou sua secretária e lhe deu instruções de comprar uma nova cópia da relevante publicação para depois mandar à Anahí acompanhada de uma carta lhe oferecendo seus respeitos. Mesquinho? Não acreditava. Seu orgulho ferido o impulsionava a atrair a atenção de Anahí sobre a prova de sua inocência.


Estava consciente de que ia arruinar lhe o dia. Anahí estava acostumada a viver protegida e uma mulher tão ingênua como ela se sentia ferida com facilidade. Era dessas pessoas às que qualquer problema lhes tirava o sonho e sem dúvida se atormentaria quando se visse obrigada a enfrentar-se à evidência que demonstrava que tinha julgado mal seu marido. Possivelmente a justiça natural estivesse por fim de parte de Alfonso, mas nada poderia lhe compensar o sofrimento.


- Jock, faça o favor de sair... - suplicou Any ao pequeno terrier de três patas que se escondia sob o aparador.


Jock, cujo nome fazia menção a um simpático personagem de desenhos animados, permaneceu imóvel. Tinham-lhe negado a oportunidade de fincar os dentes na perna do reparador de máquinas de lavar roupa e portanto, tinham-lhe impedido de cumprir com seu dever de proteger a sua proprietária de um intruso. Supunha-se que os cães não se zangavam, mas Jock estava acostumado a enraivar-se como um menino quando se via privado do prazer de brincar com os homens da casa.


Alexandre soltou uma gargalhada e se dispôs a engatinhar sob o móvel em busca de seu companheiro de jogos. Mas Anahí o impediu, aqueles enormes olhos esverdeados se abriram de par em par e começou a dar tapas para livrar-se dos braços de sua mãe. Quando viu que não o conseguia, gritou contrariado.


- Não - disse-lhe tranqüila mas taxativamente. depois de uma recente humilhação sofrida no supermercado, não lhe tinha ficado outro remédio que chegar à conclusão de que tinha que aprender a controlar os ataques de gênio de seu filho.


« Não?» Alexandre olhou com evidente perplexidade à mulher de cabelo claro e grandes olhos verdes cheios de ansiedade. Rosa, sua babá, utilizava com freqüência aquela desagradável palavra, e também seu pai. Mas sabia que sua mãe o adorava e detestava lhe negar nada. De fato em seus dezoito meses tinha todos os instintos de um tirano que tinha descoberto que unicamente necessitava de algumas respostas básicas para obter o triunfo em qualquer situação: quando lhe frustravam algum plano, só tinha que agarrar uma boa manha de criança até que lhe dessem o que queria. Assim começou a respirar fundo preparando-se para gritar e espernear.


Com apenas seu um metro e sessenta e cinco de magra estatura, Anahí se limitou a deixar o pequeno no parquinho, pois já tinha comprovado mais de uma vez quão difícil resultava sujeitá-lo quando o mau gênio se apoderava dele. Depois do dia em que lhe caiu dos braços, tinha decidido que nessas situações o melhor era soltá-lo.


- Este menino está muito mimado! - havia-lhe dito sua irmã Mayte naquela ocasião, e o tinha feito com tão evidente desagrado, que a tenra e maternal Any se sentiu ferida.


- Exigente o pequenino, não? - tinha comentado com desaprovação Fabián Grasadle, seu amigo e companheiro do departamento de botânica-. Não pensou em lhe ensinar um pouco de disciplina?


- Tem que ser firme com ele - tinha-lhe recomendado Rosa depois que Anahí insistisse em que lhe explicasse por que o menino não se comportava desse modo com ela-. Alexandre pode chegar a ser muito teimoso.


Anahí fez o pinheiro junto ao parque. Uma distração a tempo podia fazer maravilhas para cortar seus birras. E assim foi, o pequeno ficou pela metade no pranto para tornar a rir surpreso ante as piruetas de sua mãe.


Anahí o levantou nos braços e o estreitou com força enquanto piscava para eliminar as lágrimas de seus  olhos. Todo o amor desesperado que havia sentido uma vez por Alfonso tinha sido transferido a seu filho. Estava convencida de que sem Alex teria se tornado louca de dor depois do fim de seu matrimônio. As necessidades do menino a tinham obrigado a enfrentar-se à dura realidade e a inventar uma nova vida para os dois. Mas o sofrimento que lhe tinha provocado a traição de Poncho continuava igual dentro dela e tinha que viver com ele dia após dia. Sempre havia sentido as coisas de um modo muito fundo e já de menina tinha tido que aprender a ocultar a intensidade de suas emoções depois de uma aparente tranqüilidade. De outro modo com fazia que outros se sentissem incômodos.


O ruído de um carro aproximando-se da casa pelo caminho de cascalho anunciou a volta de Mayte. Jock apareceu com a cabeça por debaixo do aparador, deu um só latido olhando com nervosismo à porta e voltou a esconder-se. Um segundo depois, abriu-se a porta para dar entrada à mulher alta e morena que teria sido preciosa a não ser pela dureza de seus olhos castanhos e por sua mandíbula sempre apertada em um gesto de descontentamento.


Indiferente à entrada de sua tia, certamente porque Mayte jamais lhe prestava atenção se não era para queixar-se de seu imaturo comportamento, Alex bocejou e deixou cair a cabeça sobre o peito de sua mãe.


- Não deveria estar tirando a sesta? - perguntou May irritada ao ver o pequeno.


- Estava a ponto de subi-lo a seu dormitório – Any subiu as escadas perguntando-se se o mau humor de sua irmã teria sido ocasionado por outro desgosto profissional, o que lhe recordou que ela mesma tampouco se encontrava em uma boa situação econômica.


Teria sido cruel exortar May sabendo que tinha que lutar com força para sobreviver sem champanhe, caviar e todo esse tipo de luxos. Any também se sentia culpada porque estava consciente de que sua negativa em aceitar nenhum apoio econômico de Alfonso mais do que o estritamente essencial para manter o menino era a razão principal de seus números vermelhos. Tinha posto seu orgulho acima do sentido comum e agora estava pagando as conseqüências.


Ao menos a casa em que vivia era pequena e fácil de manter. É obvio, May era da opinião de que parecia uma casa de bonecas; mas nos escuros dias que tinha passado sozinha, a ponto de dar a luz e lutando por suportar a vida sem Alfonso, aquela pequena casa se converteu em uma espécie de refúgio. Além disso, estava situada em uma bonita zona de campo próxima a Oxford, em cuja universidade Anahí trabalhava três dias por semana como tutora no departamento de botânica. Com seus dois dormitórios, tinha o tamanho perfeito para uma mãe e seu único filho; mas ficava curta quando surgia a necessidade de alojar outro adulto. Não obstante, Anahí estava encantada de ter ali sua irmã e só esperava que tivesse em conta a possibilidade de buscar um lugar mais amplo em um futuro próximo. Mas quem teria pensado que a boutique londrina do May acabaria tendo que fechar. Sua pobre irmã tinha perdido tudo: seu moderno apartamento na zona cara da cidade, seu carro esportivo... para não falar da maioria de seus sofisticados embora volúveis amigos.


- Nem se incomode em me perguntar como foi a entrevista! - advertiu sua irmã quando Any voltou após deitar o pequeno-. Essa velha bruxa virtualmente me acusou de mentir no currículo. Mas eu já lhe disse o que podia fazer com seu asqueroso emprego.


- Vamos - tratou de dizer Anahí um pouco desconcertada-... Garanto que não a acusou de mentir.


- Não tem feito falta... começou a me perguntar coisas em francês e eu não sabia que demônios estava me dizendo — narrou Mayte furiosa—. Eu só havia posto que tinha conhecimentos de francês, não que fosse bilíngüe!


Embora não tivesse a menor idéia de que sua irmã mais velha tivesse estudado francês em sua vida, tentou acalmá-la com palavras de consolo e compreensão. Mas Mayte não apreciou tal intento.


- A culpa de que tenham me humilhado assim é sua!


— Minha? —perguntou Any desconcertada.


- Ainda está casada com um homem incrivelmente rico e entretanto morremos de fome - explicou com tremenda amargura-. Sempre está se queixando do pouco dinheiro que tem e fazendo que me sinta culpada... Estou procurando trabalhos que estão muito abaixo de meu nível, enquanto que você passa o dia sentada em casa comodamente mimando Alex como se fosse um príncipe.


 


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Autor(a): mariahsouza

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Anahí estava horrorizada pelo profundo ressentimento que estava mostrando sua irmã e se sentia responsável. -May, eu... - Sempre foi muito estranha,Anahí. Joga uma olhada na sua vida! - continuou dizendo com igual desprezo-. Vive aqui na metade do nada, com um cão monstruoso e seu precioso filho e jamais faz nada nem vai a nenhum lugar qu ...



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  • maaju Postado em 10/11/2009 - 11:07:03

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