Fanfics Brasil - Capítulo 2 Amante e Esposa-AyA

Fanfic: Amante e Esposa-AyA


Capítulo: Capítulo 2

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Anahí estava horrorizada pelo profundo ressentimento que estava mostrando sua irmã e se sentia responsável.


-May, eu...


- Sempre foi muito estranha,Anahí. Joga uma olhada na sua vida! - continuou dizendo com igual desprezo-. Vive aqui na metade do nada, com um cão monstruoso e seu precioso filho e jamais faz nada nem vai a nenhum lugar que vale a pena. Tem um trabalho aborrecido, uma vida aborrecida, sempre foi a pessoa mais aborrecida que conheço. Não me admira que Alfonsotivesse uma aventura com aquela loira tão sexy! O que é um mistério é que alguma vez se casasse com alguém tão insignificante como você!


Anahí observou consternada o final de tão terrível discussão e a saída explosiva de sua irmã. Em seguida se apressou a armazenar todas aquelas palavras no subconsciente enquanto acariciava Jock, que tinha se posto a tremer pelo efeito de uns gritos aos que não estava acostumado. Tentou recordar-se que Mayte estava passando um mau momento que teria tirado de a paciência de qualquer um. Ninguém sabia melhor que Anahí quão duro era construir uma nova vida sobre as cinzas da perda e da destruição. E era especialmente difícil para Mayte, que nunca tinha tido que renunciar a nada, acostumada a uns privilégios que sempre tinha desfrutado sem perguntar-se por que.


Entretanto Anahí tinha crescido acreditando-se uma pessoa afortunada. Seus pais biológicos haviam falecido em um acidente de carro quando ela era só um bebê, mas logo a tinha adotado a acomodada família Portilho. Sua única filha, Mayte, tinha naquela época três anos e o casal tinha decidido adotar outra filha para que nunca faltasse companhia à sua menina.


Ninguém a tinha tratado mal na família Portilho, mas Anahí sabia que não tinha respondido às esperanças de matrimônio de que se convertesse na alma gêmea de Mayte. Entre elas nunca tinha havido nada em comum e a diferença de idade nunca tinha feito mais do que intensificar sua disparidade. Consciente de sua falha, Anahí tinha crescido com a sensação de ser uma contínua fonte de decepções para a família. Os Portilho tinham esperado que Anahí se convertesse em uma senhorita feminina como Mayte, a que lhe tinham encantado a moda, os cavalos e o balé antes de interessar-se pelos homens e a intensa vida social. Entretanto Anahí sempre tinha sido tímida, introvertida e resultou ser também a mais torpe da classe de balé. Os cavalos a tinham apavorado só um pouco menos que os homens, o que a tinha feito fugir das festas como da peste. Converteu-se em um camundongo de biblioteca no momento em que tinha aprendido a ler; e só se sentiu segura de si mesma no mundo acadêmico, onde sua inteligência sempre tinha sido recompensada com notas imensuráveis. Entretanto os lucros conseguidos nesse terreno não tinham feito mais que incomodar seus pais, que achavam anormal que uma jovem de sua idade estivesse tão interessada em estudar.


Sua mãe havia falecido de um ataque cardíaco quando Anahí tinha dezessete anos e seu pai tinha morrido quando ela estava na universidade, depois de vários meses de uma séria crise econômica. Para Mayte tinha sido tudo um golpe ter que vender a casa e as antiguidades dos Portilho, que sempre tinha acreditado que acabariam sendo seu algum dia. Anahí não soubera como consolar sua irmã por tal perda.


O estridente timbre da porta a tirou daquele repasse de seus fracassos como filha e irmã adotiva. Um mensageiro lhe entregou um pacote e se voltou para partir rapidamente.


- O que é? - perguntou-lhe Mayte enquanto ela olhava atônita o elegante cartão em que em seguida tinha distinta a letra de seu marido.


- Não sei – Anahí franziu o cenho confusa ao ver o jornal, já que tinha dado por certo que seria um presente para Alex.


A confusão se transformou em ira assim que reconheceu a exuberante loira que prometia contar todos os seus segredos na página cinco. Enquanto passava as folhas ia formando um nó na garganta e um suor frio lhe empapava as mãos. Por que Alfonso ia ser tão cruel de lhe mandar um artigo sobre Jasmine Bailey? Continuou procurando a página que lhe importava fazendo caso omisso à insistência de sua irmã para que lhe deixasse ver o jornal.


Por fim encontrou o título «SOU RICA GRAÇAS Às MENTIRAS» e leu o artigo de metade da página sem pestanejar sequer. Com uma incrível falta de vergonha, Jasmine confessava que a história de sua fugaz aventura com Alfonso não tinha sido mais que uma efetiva mentira elaborada com o propósito de fazer-se famosa e de que a convidassem às festas de sociedade. A noite de paixão desenfreada que a modelo tinha relatado só dois anos antes tinha sido pura invenção.


Anahí ficou petrificada, uma espécie de atordoamento tomou lugar tanto de seu corpo como de seu cérebro. Jasmine Bailey tinha inventado tudo? Não tinha sido mais que uma cruel mentira? de repente tinha a sensação de haver ficado oca. Alfonso não a tinha traído, ele não tinha mentido e ela... E ela? Ela tinha preferido pensar o pior dele e se negou a aceitar suas explicações. Tinha dado as costas a seu marido e a seu matrimônio. Aquela agonia a estava devorando viva. Era como cair em um abismo.


- Equivoquei-me... Julguei mal Alfonso...


- Que fez o que? - perguntou sua irmã quase gritando, ao mesmo tempo em que lhe arrancava o jornal das mãos com evidente impaciência.


Anahí passou a mão pela fronte coberta de suor. A culpa fazia com que lhe retumbassem as têmporas e tinha a sensação de não poder confrontar a enormidade de seu engano. Aquela confissão a tinha golpeado como golpeava uma pedra contra um cristal fazendo-o em pedaços. O mundo que tinha reinventado a derrubava. Em um décimo de segundo, tinha passado de ser uma mulher que acreditava ter agido corretamente abandonando seu marido infiel a converter-se em uma que tinha cometido um tremendo engano com o que tinha feito mal ao homem que amava e a seu querido filho.


- Você não irá acreditar neste lixo? - inquiriu sua irmã em tom depreciativo -. Agora que os meios não lhe faziam caso, Jasmine Bailey faria ou diria algo para que seu nome voltasse para as manchetes.


- Não... Sua história coincide exatamente com o que Alfonso me disse em seu momento, mas... - sua voz foi perdendo força até quebrar-se com a chegada do pranto que ela lutava por conter -. Mas eu não quis escutá-lo...


- Claro que não o escutou! - interrompeu-a sua irmã -. Foi muito sensata para escutar suas mentiras. Sabia que, antes de casar-se com você, era um reputado mulherengo. Acaso não tentei avisá-la?


Muita gente tinha tentado acautelar Anahí para que não se casasse com Alfonso Herrera; de fato ninguém parecia haver-se alegrado de sua união. Nem a família dele nem a dela. Todos tinham se surpreendido por sua decisão e tinham duvidado de que houvesse muitas possibilidades de que tão estranho casal tivesse êxito. Até os que se supunha que lhes desejavam o melhor haviam dito a Anahí que era muito tranqüila, muito reservada e estudiosa e muito pouco apaixonada para um homem tão sofisticado como Alfonso. Ela tinha escutado todos aqueles preocupados conselhos que tinham conseguido fazê-la sentir-se insegura, inclusive antes das bodas. Entretanto ao final do dia, Alfonso só tinha tido que estalar os dedos para que ela fosse correndo contra vento e maré. Tinha-o amado mais que a sua própria vida e se sentiu desprotegida e indefesa ante o poder daquele amor.


— De todos os modos, agora já está virtualmente divorciada - recordou-lhe Mayte duramente -. Nunca deveria ter casado com ele. Foram totalmente incompatíveis.


Anahí não disse nada, tinha o olhar perdido no vazio, imersa em um torvelinho de sentimentos.Alfonso não a tinha traído nos braços de Jasmine Bailey. A grosseira loira penetrou no iate de Alfonso, recordou Anahí. Fazendo-se passar por uma estudante, Jasmine tinha conseguido que um dos convidados de Alfonso a contratasse para servir de acompanhante a sua filha no cruzeiro e ao mesmo tempo ajudá-la a praticar inglês. E quando aquelas detalhadas confissões tinham saído à luz, ninguém tinha se sentido em posição de confirmar ou contradizer tais afirmações. Ninguém exceto Alfonso...


Anahí sentiu uma náusea. Tinha castigado seu marido por um pecado que não tinha cometido, em lugar de ter fé no homem com o que se casou. Alfonso era inocente, o que significava que toda a agonia pela qual ela tinha passado nos dois últimos anos tinha sido exclusivamente por sua própria culpa. Aquela era uma realidade muito dura de aceitar de repente, mas Anahí tinha suficiente humildade para aceitar seu engano e dar o passo mais importante, desculpar-se pelo dano que tinha infligido a Alfonso. Sabia perfeitamente o que devia fazer.


- Preciso ver Alfonso... - murmurou em seguida.


 - Você não escutou nada do que eu disse? Para que demônios precisa ver a Alfonso?


Anahí se encontrava em estado de choque e apesar de estar agindo com o piloto automático, a premente necessidade de ver Alfonso a guiava como uma tocha em metade de um túnel escuro. Fazia quase dois anos da última vez que o tinha visto, pois após os advogados se encarregaram de todo o processo legal e uma babá era a que recolhia Alex para levá-lo com ele. Acomodada, a situação econômica de Alfonso lhe tinha permitido não ter que tolerar nenhum encontro pessoal com sua mulher depois da separação.


- Tenho que vê-lo - enquanto falava, Anahí estava ideando torpemente a maneira de deslocar-se a Londres. Como aquele dia tinha que trabalhar, Rosa estava a ponto de chegar para cuidar de Alex e ficaria ali até as seis da tarde -. vai sair esta noite?


- Não... Não pensei - respondeu Mayte surpresa pela súbita mudança de assunto.


- Não sei a que hora conseguirei ver Alfonso. Certamente não será uma de suas visitas mais esperadas, assim suponho que voltarei tarde - explicou-lhe com ansiedade -. Posso pedir a Rosa que fique um pouco mais e coloque Alex na cama. Você poderá cuidar dele até que eu volte?


- Se for ver Alfonso, cometerá o maior engano de sua vida - vaticinou Mayte com veemência.


- Tenho que me desculpar... é o mínimo que posso fazer.


No tenso silêncio que se fez na habitação, apareceu uma luz que iluminou Mayte.


- Possivelmente não seja tão má idéia. Poderia aproveitar a oportunidade para lhe dizer que está completamente arruinada...


- Jamais poderia fazer isso! - saltou Anahí imediatamente.


 - Então eu não poderei cuidar de Alex- contra-atacou sua irmã sem titubear.


A raiva e a vergonha lutavam dentro dela.


- Está bem... mencionarei o tema e verei se posso fazer algo...


Sua capitulação provocou um sorriso em Mayte.


- Muito bem... então só por esta vez, farei papel de babá. Esperemos que Alfonso se sinta muito generoso quando a vir se humilhar ante ele.


 


Nada mais inteirar-se da chegada de Anahí, Alfonso solicitou fazer um descanso na reunião.


Ao vê-la de pé na recepção, ficou parado no patamar das escadas. Em metade da enorme sala, Anahí parecia diminuta e insignificante. A saia e o suéter marrom que usava estavam deformados e provavelmente tinha outros dois ou três conjuntos iguais. Anahí odiava ir as lojas e comprar as coisas de três em três a ajudava a espaçar aquela obrigação ao máximo. Longe da atenção que lhe tinha emprestado, tinha abandonado rapidamente o estilo que lhe tinha inculcado e tinha retornado a sua falta de elegância. Tinha as unhas sem pintar e o cabelo loiro e sedoso recolhido com um vulgar alfinete de plástico.


Com aquela indumentária, não era o tipo de mulher que fazia com que os homens se voltassem a olhá-la pela rua. E entretanto tinha uma beleza luminosa que nem a mais aborrecida vestimenta podia ocultar. Passeou o olhar pela porção de ombro que deixava entrever o suéter e depois percorreu aquele delicado e feminino perfil. Uma quebra de onda de desejo lhe fez reagir apertando os punhos com força.


Em outro tempo a tinha considerado doce e leal até a morte. Sua calidez e sua modéstia o tinham cativado, e sua sinceridade e sua bondade tinham influenciado enormemente em sua cínica visão do mundo. Não havia nada falso nela. Alfonso tinha acreditado ciente de que tinha encontrado um tesouro. Tinha acreditado que seu matrimônio funcionaria enquanto tantos outros fracassavam. Ele era um homem para o qual o fracasso era terreno proibido e tinha escolhido a que seria sua esposa com extremo cuidado. Mas Anahí não tinha resultado ser digna do anel que ele tinha posto em seu dedo.


 


Capítulo dedicado à maaju, pattybarcelos e a fezinhamenezes!!!!Espero que gostem.


 


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Autor(a): mariahsouza

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Comentários da Fanfic 53



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  • maaju Postado em 10/11/2009 - 11:07:03

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