Fanfic: Altos e baixos de um romance | Tema: Laliter
Eu estava de costas, minha camisola secando a umidade embaixo de mim, espadas de grama pinicando a pele do meu braço. A lua acima não era nada mais que prateada, um sorriso inclinado para o lado. Tirando o estrondo de um trovão distante, tudo estava quieto.
Pisquei diversas vezes seguida, ajudando meus olhos se acostumarem rapidamente à luz escassa. Quando virei minha cabeça para o lado, um arranjo simétrico de galhos curvos saindo da grama se solidificou na minha visão. Vagarosamente fiquei em pé. Eu não podia tirar os olhos de duas órbitas negras que me encaravam um pouco acima dos galhos.
Minha mente trabalhou para formar uma imagem familiar. Então, com um horrível lampejo de reconhecimento, eu soube. Eu estava deitada próxima a um esqueleto.
Rastejei para trás até dar um encontrão com uma cerca de ferro. Empurrei o momento confuso e recapitulei minha última memória. Eu tinha tocado as cicatrizes do Peter. Onde quer que eu esteja, era algum lugar dentro da sua memória. Uma voz, masculina e vagamente familiar, carregada através da escuridão, cantava uma melodia baixinho. Virando-me em sua direção, vi um labirinto de lápides alinhadas como dominós no meio da neblina. Peter estava agachado em cima de uma. Ele usava uma Levi’s e uma camiseta, mesmo a noite não estando quente.
— No luar com os mortos? — falou a voz familiar.
Era rouca, cheia e Irlandesa.
Rixon.
Ele encostou-se a uma lápide oposta ao Peter, observando-o. Acariciou seu lábio superior com o dedo.
— Deixe-me adivinhar. Você tem em mente possuir os mortos? Eu não sei, — ele disse, abanando a cabeça. — Vermes se contorcendo nas suas órbitas... e em seus outros orifícios, poderia estar levando as coisas um pouco longe demais.
— É por isso que eu o mantenho por perto, Rixon. Sempre vendo o lado bom das coisas.
— Cheshvan começa essa noite, — Rixon disse. — O que você está fazendo vagando pelo cemitério?
— Pensando.
— Pensando?
— Um processo onde uso meu cérebro para tomar uma decisão racional.
Os cantos da boca do Rixon se inclinaram para baixo.
— Estou começando a me preocupar com você. Venha. Já é hora de ir. Chaucey Langeais e Barnabas esperam. A lua vai mudar a meia noite. Confesso que estou de olho em umas apostas na cidade. — Ele deu um ronronado de gato. — Eu sei que você gosta deles vermelhos, mas gosto delas justas, e depois que eu estiver em um corpo, pretendo cuidar de uns assuntos mal resolvidos com uma loira que estava de olho em mim mais cedo.
Quando Peter não se mexeu, Rixon disse:
— Você está louco? Nós temos que ir. Chauncey jurou fidelidade. Não te lembra nada? Que tal isso. Você é um anjo caído. Não pode sentir nada. Até esta noite. As próximas duas semanas são um presente do Chauncey para você. Dado a contragosto, você mente, — ele adicionou um sorriso conspirador.
Peter deu um olhar de soslaio para Rixon.
— O que você sabe sobre O Livro de Enoque?
— Tanto quanto qualquer anjo caído: quase nada.
— Disseram-me que tem uma história no O Livro de Enoque. Sobre um anjo caído que virou humano.
Rixon se dobrou com uma risada.
— Você pirou de vez?
Ele juntou as bordas das mãos, fazendo um livro com elas.
— O Livro de Enoque é uma história para criança dormir. E uma das boas, pela aparência dela. Manda você direto para a terra dos sonhos.
— Quero um corpo humano.
— É melhor você ficar feliz com duas semanas e um corpo Nephilim. Meio- humano é melhor que nada. Chauncey não pode desfazer o que já foi feito. Ele fez um juramento e tem que viver com isso. Assim como o ano passado. E o ano antes desse...
— Duas semanas não são suficientes. Quero ser humano. Permanentemente.
Os olhos de Peter cortaram para Rixon, desafiando-o a rir novamente. Rixon passou suas mãos no cabelo.
— O Livro de Enoque é um conto de fadas. Nós somos anjos caídos, não humanos. Nunca fomos humanos e nunca vamos ser. Fim da história. Agora, chega de vagar por aí e me ajude a descobrir como chegar em Portland.
Ele esticou o pescoço para trás e olhou para o céu escuro. Peter desceu da lápide.
— Eu vou virar humano.
— Claro, camarada, claro que você pode.
— O Livro de Enoque diz que tenho que matar meu servo Nephil. Tenho que matar o Chauncey.
— Não, você não tem, — Rixon disse com um pouco de impaciência. — Você tem que possuí-lo. Um processo no qual você pega seu corpo e usa como se fosse seu. Sem querer cortar seu barato, mas você não pode matar o Chauncey. Nephilim não podem morrer. Você pensou nisso? Se pudesse matá-lo, você não o possuiria.
— Se eu o matar, viro humano e não vou precisar possuí-lo.
Rixon apertou o canto de dentro dos olhos como se ele soubesse que seu argumento estava caindo em orelhas surdas e isso estava lhe dando dor de cabeça.
— Se pudéssemos matar um Nephilim, já teríamos achado um jeito a essa altura. Sinto muito em ter que te dizer, mas se eu não chegar logo nos braços da loira, meu cérebro vai cozinhar. E algumas outras partes do meu...
— Duas escolhas, — Peter disse.
— E?
— Salvar uma vida humana e se tornar um anjo da guarda, ou matar seu vassalo Nephil e se transformar em humano. Faça sua escolha.
— Isso é mais uma porcaria do Livro de Enoque?
— Tini me fez uma visita.
Os olhos de Rixon ficaram arregalados e ele soltou uma risada.
— Sua psicótica ex? O que ela está fazendo aqui embaixo? Ela caiu? Perdeu suas asas?
— Ela desceu para me dizer que posso ter minhas asas de volta se eu salvar a vida de um humano.
Os olhos do Rixon se abriram mais.
— Se você confia nela, digo para ir fundo. Não há nada de errado em ser um guardião. Passar seus dias mantendo os mortais longe do perigo... pode ser divertido, dependendo do mortal ao qual você foi designado.
— Mas e se você tivesse uma escolha? — Peter perguntou.
— Sim, bem, minha resposta depende de uma grande diferença. Eu sou um bêbado... ou perdi completamente a cabeça? — Quando o Peter não riu, Rixon disse sobriamente: — Não há escolha. E aqui está o porquê. Eu não acredito no Livro de Enoque. Se eu fosse você, ficaria com ser guardião. Até estou pensando nesse acordo para mim. É uma pena que eu não conheça nenhum ser humano a beira da morte.
— Jogando cartas ou boxe?
— Cartas. — Os olhos de Rixon cintilaram. — O que temos aqui? Um bonitão? Venha até aqui e me deixe te dar uns tapas apropriadamente.
Ele agarrou o Peter em volta do pescoço, imobilizando-o na dobra do cotovelo, Mas Peter o pegou pelo pulso e arrastou o Rixon pela grama, onde eles se revezaram numa troca de socos.
— Tudo bem, tudo bem! — Rixon berrou, jogando suas mãos para cima em rendição. — Só porque não posso sentir um lábio sangrando não quer dizer que quero passar o resto da noite andando por aí com um. — Ele piscou. — Não vai melhorar minhas chances com as senhoritas.
— E um olho roxo?
Rixon passou seus dedos nos olhos, sondando.
— Você não fez isso! — ele disse, balançando o punho para o Peter.
Eu tirei os dedos das cicatrizes do Peter.
A pele da minha nuca formigou e meu coração batia muito mais rápido. Peter olhou para mim e nos seus olhos, tinha uma sombra de incerteza. Fui forçada a aceitar que talvez, agora não era hora para contar com a parte lógica do meu cérebro. Talvez essa fosse uma daquelas horas onde eu precisava sair dos limites. Parar de jogar de acordo com as regras. Aceitar o impossível.
— Então, definitivamente você não é humano, — eu disse. — Você é realmente um anjo caído. Um cara mau.
Isso arrancou um sorriso do Peter.
— Você acha que sou um cara mau?
— Você possui os corpos... das pessoas. — Ele aceitou a sentença com um aceno. — Você quer possuir meu corpo?
— Eu quero fazer muitas coisas com o seu corpo, mas isso não é uma delas.
— O que há de errado com o corpo que você tem?
— Meu corpo é parecido com vidro. Real, mas o externo refletindo o mundo ao meu redor. Você me vê e ouve, e eu vejo e a ouço. Quando você me toca, você sente. Eu não te sinto da mesma forma. Não posso te sentir. Eu sinto tudo através de uma placa de vidro e o único jeito de eu cortar essa folha é possuindo um corpo humano.
— Ou parte humano.
A boca do Peter ficou apertada nos cantos.
— Quando tocou minhas cicatrizes, viu o Chauncey? — ele perguntou.
— Eu ouvi você falando com o Rixon. Ele disse que você possuía o corpo do Chauncey por duas semanas todo ano durante o Cheshvan. Ele disse que Chauncey também não é humano. Ele é Nephilim. — A palavra rolou da minha língua em um sussurro.
— Chauncey é um cruzamento entre um anjo caído e um humano. Ele é imortal como um anjo, mas com todos os sentidos humanos. Um anjo caído que queira ter as sensações humanas pode fazer isso no corpo de um Nephil.
— Se você não pode sentir, por que me beijou?
Peter passou um dedo pelo meu colo, em seguida rumou para o sul, parando no meu coração. Eu o sentia batendo através da minha pele.
— Porque eu sinto aqui, no meu coração, — ele disse baixinho. — Deixe-me colocar dessa forma. Nossa conexão emocional não é deficiente.
Não entre em pânico, pensei. Mas minha respiração já estava mais rápida, superficial.
— Você quer dizer que pode sentir felicidade, tristeza ou...
— Desejo.
Um quase sorriso.
Continue avançando, eu disse para mim mesma. Não dê as suas emoções tempo para se recuperarem. Lide com elas mais tarde, depois que você obtiver respostas.
— Por que você caiu?
Os olhos do Peter seguraram os meus por alguns instantes.
— Cobiça.
Eu engoli.
— Cobiça por dinheiro?
Peter acariciou o queixo. Ele só fazia isso quando queria ocultar o que estava pensando, a doação dos seus pensamentos sendo sua boca. Ele estava lutando com um sorriso.
— E por outras coisas. Eu achava que se eu caísse, eu viraria humano. Os anjos que tinham tentado Eva tinham sido banido para a Terra e houve rumores que eles tinham perdido suas asas e se transformados em humanos. Quando deixaram o paraíso, não foi uma cerimônia para qual todos nós fomos convidados. Foi privado. Eu não sabia que as asas deles tinham sido arrancadas, ou que eles tinham sido amaldiçoados a vagar pela Terra com o desejo ardente de possuir corpos humanos. Naquela época, ninguém tinha ouvido falar de anjos caídos. Então na minha mente isso fazia sentido, que se eu caísse, eu perderia minhas asas e me transformaria em humano. Na época, eu estava louco por uma garota humana e o risco parecia valer a pena.
— Tini disse que você podia ter suas asas de volta salvando uma vida humana. Ela disse que você seria um anjo da guarda. Você quer isso?
Eu estava confusa no porquê ele era tão contra isso.
— Isso não é para mim. Quero ser humano. Quero isso mais do que eu jamais quis qualquer coisa.
— Mas e a Martina? Se vocês não estão mais juntos, por que ela ainda está aqui? Achei que ela era um anjo normal. Ela também quer ser humana?
Peter ficou mortalmente quieto, todos os músculos do seu braço ficaram rígidos.
— Martina ainda está na Terra?
— Ela tem um emprego na escola. Ela é a nova psicóloga, Srta. Greene. Eu já a encontrei algumas vezes. — Meu estômago deu uma torcida forte. — Depois do que eu vi na sua memória, acho que ela pegou o emprego para ficar perto de você.
— O que exatamente ela lhe disse quando você se encontrou com ela?
— Para ficar longe de você. Ela deu uma pista sobre seu passado obscuro e perigoso. — Eu pausei. — Alguma coisa está fora, não está? — Perguntei, sentindo um arrepio sinistro na minha coluna.
— Preciso te levar para casa. Depois vou para a escola procurar nos arquivos dela e ver se posso encontrar alguma coisa útil. Vou me sentir melhor depois de descobrir o que ela está planejando. — Peter deixou a cama despida. — Se enrole nisso, — ele disse, me dando uma trouxa de lençóis secos.
Minha mente estava trabalhando duro para que os fragmentos de informação fizessem sentido. De repente, minha boca ficou seca e pegajosa.
— Ela ainda tem sentimentos por você. Talvez ela me queira fora de cena.
Nossos olhares se encontraram.
— Isso passou pela minha cabeça, — Peter disse.
Um pensamento gelado e perturbador ficava batendo dentro da minha cabeça nos últimos minutos, tentando ter minha atenção.
Agora ele praticamente se atirou em mim dizendo que a martina poderia ser o cara da máscara de esqui. Todo o tempo achei que a pessoa que bateu no Neon era um cara, assim como a euge achou que seu atacante era um cara. Nesse ponto, eu não podia deixar de pensar que marinja Martina queria enganar nós duas.
Depois de uma rápida ida ao banheiro, Peter saiu vestindo sua camiseta molhada.
— Eu vou buscar o Jipe, — ele disse. — Vou parar na porta dos fundos em vinte minutos. Fique no motel até lá.
Continua..
lari0912: Calma miugAAA
lehlaliter:Postado
diiiivaa?AHHHHH DIVAS SÃO VCSSS
BESSOSSS DA MIHH
Autor(a): MiminLaliter
Este autor(a) escreve mais 4 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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Comentários da Fanfic 69
Para comentar, você deve estar logado no site.
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yumitaniyama Postado em 04/06/2015 - 13:27:50
Eu quero
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Lari Postado em 02/06/2015 - 10:49:14
EEEEEUUUU
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jucinairaespozani Postado em 31/05/2015 - 18:05:58
.....
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lari0912 Postado em 08/12/2014 - 14:55:04
Aaaaaa fiquei histérica agora. amei amei amei amei e amei
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lari0912 Postado em 05/12/2014 - 13:44:07
Vamos vamos me diga que ela nao morreu!
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yumitaniyama Postado em 04/12/2014 - 13:59:28
Eu quero todas as 4 temporadas, por mais que eu não comente, até porque é meio difícil ficar comentando pelo celular, enfim, to amando, posta maisss, e não me deixe morrer de curiosidade,por favor...
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lari0912 Postado em 30/11/2014 - 11:04:30
Ai que do mal vc... pra que me deixar curiosa?
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lari0912 Postado em 29/11/2014 - 17:47:45
Nem louca! Eu quero minhas outras 3 temporadas ouviu senhorita!
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lehlaliter Postado em 29/11/2014 - 11:57:19
Amigaaaa volteiii vc precisa continuar pq posso dar umas sumidas talvez não comentar mas sempre vou estar aki lendo tudinho que vc posta
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yumitaniyama Postado em 27/11/2014 - 01:11:44
Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS