Fanfic: Underfined Life | Tema: História Original

Babacas estão por toda parte. 

Realmente, hoje está impossível de lidar com as pessoas sem ser tratado mal ou sem levar uma tirada daquelas que lhe tiram a paciência. Esse colégio é uma fábrica de gentinha desse tipo, é claro que existem as suas excessões, como Jonathan, o único que não se contaminou com esse ambiente e se tornou meu amigo. Estávamos no intervalo sem comer nada, pois aproveitavamos esse único tempo que tínhamos de nos livrar de professores, cadernos e giz. Ele estava lendo o mesmo livro de sempre. Sinceramente acho que John (seu apelido) nunca leu outra saga na vida que não fosse " As Crônicas de Narnia ".

- Pode largar isso um pouco e falar comigo? - Eu disse enfurecida.

- Você sabe que pode falar que eu estou prestando atenção.

- Droga Jonathan, você parece aqueles nerds anti sociais que estão no primeiro dia de aula! Tenho algo importante para contar, e melhor ainda, é sobre a Kandi.

Kandi é uma ridícula riquinha que é da nossa turma, ela não tem amigos, mas força barra com todo mundo, e todos caem na laia dela, além de ser exibida gosta de fazê-los de escravos. Se pudesse mandar alguém pro inferno, sem dúvida seria ela.

- Quer parar minha leitura para falar sobre uma piranha terrestre?

- Não sobre ela, mas sobre o que aconteceu. Fiquei sabendo que foi pega fazendo sexo com próprio filho do padrasto dela, ou seja, com o meio irmão. 

- Que nojo! Ela tá tão necessitada assim? -Disse ele fazendo uma cara de repugnância. 

- É o que parece.

O sinal tocou, isso significava só uma coisa. Aula de geometria. Ninguém merece.

Eu estava pegando meus livros no armário quando achei um bilhete lá dentro. Eu abri com cuidado para não rasgar o adesivo. Estava escrito com uma letra horrorosa: Ei gata, não gostaria de me conhecer?  Te espero hoje na saída para batermos um papo e trocarmos telefones, sempre te achei atraente. De: Anônimo.

O quê ?! Alguem queria me conhecer, me poupe eu tenho mais o que fazer da vida do que ficar me encontrando com anônimos por aí. 

Levei a carta na mão para mostrar ao John.

- Cacete! Quem é idiota a esse ponto de não ter coragem de se identificar? - Disse ele gargalhando.

- Também acho. E olha essa letra! Até de uma criança de sete anos é mais bonita. 

- Você não vai se encontrar com ele, vai? Porque se você for, eu juro que vou junto. A gente mal conhece esse sujeito. Vai que é um estuprador! 

- Claro que não... bem, talvez não seria uma má ideia se fossemos só pra saber quem é. Eu estou curiosa, e não negue que eu sei que você também está. 

- Tudo bem, vamos depois da aula. Só tô fazendo isso pra ver se o seu fogo apaga. 

- Ei, eu não tenho fogo! Isso se chama curiosidade.

- Sei. E isso se chama mentira. - Falou ele piscando para mim. 

Passamos as duas horas que restavam para acabar a aula ansiosos. Quando o sinal tocou, corremos pelos corredores apressados e chegamos finalmente no portão da saida.

Avistei Kandi se aproximando com mais duas amigas e olhando para nós com uma expressão irônica. 

- Collete, tudo bem ai querida? O que foi? Seu anônimo não apareceu? - Falou ela rindo com as vacas do lado.

- Então era você. O que ganha com isso? Está concorrendo ao Oscar de garota mais vagabunda da escola?

- Não esse prêmio já está garantido para você meu amor. -Falou ela mandando um beijo.

- QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA...-Fui interrompida por Jonathan.

- Esquece Colle (apelido que ele deu pra mim), não vale a pena brigar aqui. 

- Tem razão, vamos lá pra casa almoçar. Depois discuto com a necessitada que precisa dar para o irmão! 

Saimos às pressas da escola, só tive o tempo de olhar para trás e ver Kandi me mostrar o dedo do meio.

Ao chegar em casa minha mãe estava cozinhando strogonoff, subi pro meu quarto com John e liguei meu notebook.

-Eu adorei a defensiva. -Disse ele sorrindo.

- É claro! Quem não adora tudo o que eu faço? -Nós rimos.

-Eu não adoro. - Disse ele irônico.

- Pode confessar, eu não conto para ninguém. -Eu disse sorrindo.

Me levantei para ir ao banheiro pois não tinha ido na escola. 

Lavei as mãos e fui lavar o rosto para tirar o suor. Sempre gostei de usar a unha grande, e foi por isso que abri um corte próximo ao olho. Estava sangrando e fiquei com medo. Abri a porta. 

- John! Machuquei o olho, tá doendo muito, muito, muitooo! - Gritei, dramática como sempre.

- Espera, vou pegar uns curativos. - ele abriu o meu guarda roupa e fez a maior cara de espanto que ja vi na vida. Talvez por causa do tanto de nomes "Kevin" escritos lá. 

- Collete. Quem é Kevin?-Perguntou ele.

- Um...um garoto, acho que nunca falei dele pra você né? - Eu estava nervosa e me sentindo culpada, pois contávamos tudo um ao outro e eu escondi.

Kevin era somente uma paixonite, um garoto que conheci na festa da minha prima e que vínhamos mantendo contato. Não contei para Jonathan porque não era nada importante.

- Ah, um garoto! Porque você não me contou nada que tava afim de um garoto! - Ele começou a aumentar o tom de voz.

- Para de gritar! Não é nada sério! 

- Não é sério? Estranho, o nome dele tá por toda parte no seu guarda roupa! Eu sempre te contei tudo e tatambém achava que fazia o mesmo, mas descobri que não! 

- John, para com isso!  O que tem demais? Eu não entendo! Me responde uma coisa, porque se importa tanto com essa besteira.? -Perguntei.

- Porque eu me importo tanto? Você quer saber? Por causa disso. 

Jonathan tirou uma mecha de cabelo do meu rosto e colocou-a atrás da minha orelha, ele puxou meu pescoço e percebi seus lábios se aproximando dos meus, o vi fechando os olhos e fiz o mesmo. A partir daquele momento não quis ver nada,  somente sentir os nossos lábios se tocando.