Fanfics Brasil - Ciúmes (Alfonso) O Amor Está No Quarto Ao Lado-Adaptada AyA

Fanfic: O Amor Está No Quarto Ao Lado-Adaptada AyA | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: Ciúmes (Alfonso)

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Eu peguei o telefone e caminhei pela sala até onde o longo fio alcançava. Ninguém atendia lá em casa.



_Droga! _ desliguei e suspirei.



Liguei mais uma vez, movido pela esperança de que, da última vez, Annie tivesse corrido para atender e ele parara de chamar. Quantas vezes isso não acontecera comigo? Mas, nada.



Bati com o sapato no chão, pensei mais um pouco. Estava aflito.



Hoje de manhã disse a ela que iria levar um casal de amigos para jantar conosco e pedi que organizasse tudo. Ela disse “deixa comigo”, enfiou uma maçã na mochila e foi para o colégio.



Não sabia o quanto tinha levado à sério o meu pedido. Por isso, eu agora ligava incessantemente, a fim de ratificar a importância daquele encontro. Não queria que servisse miojo. Fonseca era um grande amigo, merecia ser tão bem acolhido quanto eu sempre fui em sua casa.



_Alô? _ ouvi a voz totalmente descomprometida daquela criaturinha do outro lado da linha.



_Onde se meteu, Annie?! _ perguntei. _ Estou te...



Alguém batia na porta da minha sala.



_Só um momento. _ pedi-lhe para esperar na linha.



O soldado me deu os papéis que eu havia solicitado.



_Annie, te liguei o dia todo. _ falei, enquanto equilibrava o fone no ouvido e folheava aqueles arquivos. _Você não se esqueceu que hoje é o jantar...


_Não, Alfonso-so, eu, nããão esqueci. _ interrompeu-me.



_Hum. Tudo bem._ fiz uma leitura dinâmica no texto que estava en minhas mãos enquanto falava com ela. _ Fiquei preocupado, afinal...



_Alfonso, você sempre pede para eu confiar em você, certo? Hoje, eu posso pedir para você confiar em mim?



Eu suspirei.



_Pode.



_Ai, que ótimo! _ ela parecia andar pela casa com o telefone sem fio enquanto falava, pois sua voz oscilava e saia um pouco ofegante.



_Annie, eu não vou poder chegar cedo como prometi... _ sentei-me diante do computador e abri uma apresentação de PowerPoint que estava preparando para uma palestra.



_Jura? Eu pensei que ia me dizer que descobriram a cura para o câncer... _ ela brincou, adorava misturar ironia no meio de uma conversa em que eu estava claramente preocupado. _ Você nunca consegue cumprir esse tipo de promessa, liga quatro ou cinco vezes para dizer que vai se atrasar mais uma hora.



_Desculpe, eu sei que nos últimos dias eu estou mergulhado em...



_Alfonso, faz o seu serviço aí tranqüilamente e confia em mim. Isso não é confiar, hen?!



_Claro.



Ela conseguia fazer sentir um pateta ginasial.



_Eu vou desligar porque estou ocupada. _ disse. _ À noite, nos vemos.



_Tem certeza que consegue? O dinheiro que deixei deu?



_Alfonso, isso não é confiar! _repetiu.



_Tudo bem, tudo bem. Eu já entendi.



_Eles são o quê, afinal, para você estar assim tão preocupado:o presidente e a primeira dama ?



_São amigos apenas.



Eu não tinha certeza se Annie estava me levando à sério. O processo de adquirir confiança em uma pessoa é semelhante a uma criança que está em cima de uma árvore e seu pai lhe estica os braços e diz: “Pula”. A criança confia e se atira de qualquer altura, porque sabe que ele não vai deixá-la cair. Uma hora, somos a criança que fecha os olhos e se atira e, em outra, somos o pai que transmite a confiança. Eu, hoje, era a criança.



Confiança é um dos valores que mais está perdido no mundo. Exatamente por isso tanto se fala sobre ela. É o tênis de confiança, o carro de confiança, o aspirador de pó de confiança, o biscoito de confiança, o refrigerante... Tudo leva o valor agregado “confiança” pelas campanhas publicitárias. Isso é um reflexo da própria desconfiança na sociedade.


Pais e filhos, amigos, esposa e marido, patrões e empregados precisam de provas para tudo, porque as palavras já não bastam, estão esvaziadas pelas possibilidades de lesão, falcatruas e trapaças. Impossível não ser contaminado por essa onda também.



Só que eu não tinha escolha. Se eu quisesse ter tempo para finalizar a elaboração daquele trabalho, precisaria ficar mais um pouco no quartel. Quando acabei, meu relógio de pulso marcava nove horas e eu estava exausto.



Coloquei meu laptop dentro da pasta, recolhi alguns papéis importantes, peguei a chave do carro e de casa... Acho que não esqueci nada. Apaguei a luz da sala e tranquei a porta. Os soldados prestaram continência por onde eu passava e dei boa noite aos que ficaram.



Era gostosa aquela sensação de saber que pessoas me esperavam em casa. Sem dúvida, essa está sendo a melhor fase da minha vida. Annie fora um vagalume vindo iluminar a noite. Um pequeno ponto de luz clareando a rotina de trabalho, campos e viagens.



Estacionei o carro, andei até a varanda dos fundos, fiz um carinho na cabeça de Phonso, que brincava com sua bola vermelha de borracha na varanda, e abri a porta da cozinha.



Annie havia acabado de chegar ali e assustou-se. Levou a mão ao peito e respirou fundo.



_Pensei que ia dormir no sofá da sua sala. _ sorriu e colocou os dois polegares no bolso de trás da calça jeans.



_Não é muito confortável.



Ouvi o som de música vindo da sala. Era um dos meus cds que ela colocara para tocar.



_Eles já chegaram? _ perguntei.



_Sim, há meia hora. Eu expliquei que você ia demorar. Ficamos conversando.



_Vocês?



_É, nós. Falamos, incrivelmente, a mesma língua.



É que eu não conseguia ver tantos assuntos em comum entre eles.



_A esposa dele é muito divertida e falamos bastante sobre o bebê.



_Ah! Imagino. O Fonseca já mencionou o guia de pais?



_Parou no primeiro volume quando eu saí de lá. _ Annie riu. _ Com fome?



_Muita! Comeria um mamute!!!



_Uau, que guloso! _ ela se aproximou-se para abrir a porta do forno e eu fiquei na sua frente. Tentei ir para o outro lado, mas ela fez o mesmo e ficamos assim, esbarrando-nos.



Annie me pegou pelos dois braços e girou-me. Assim, eu fiquei na frente da porta do corredor e ela, próxima ao fogão. Rimos e, por alguns segundos a mais, ela não soltou meus braços e eu, com as minhas mãos, segurei os seus também.



Ela estava diferente: sandália alta, blusa branca e um delicioso perfume. Podia sentir o cheiro de xampu do seu cabelo ainda úmido. Agora, eu tinha plenamente confiança nela e ela, em mim.



_Deixa eu ver! _ estiquei o pescoço para olhar o que estava preparando.



_É uma lasanha.



_Amo lasanha! _ senti minha boca salivar só com o cheiro. _ Não sabia que fazia isso...



_Bom... _ ela fechou o forno novamente e me comunicou que demoraria mais alguns minutos. _... Eu entrei na Internet e pesquisei uma boa receita de lasanha. Também aproveitei a época de morangos e comprei alguns para uma sobremesa e servi um drink...



_Que também achou na Internet?_ completei.



_É, eu precisava me virar e buscar o Know How desses encontros. _ ela explicou-se.



_Você é incrível! _ elogiei.



_É, mas os “incríveis” não podem ficar aqui na cozinha. Vamos para lá. _ chamou-me.



_Olha só, agora o casal está completo! _ Tatiana, a esposa de Fonseca, cumprimentou-me animadamente. Pelo visto, meu amigo não lhe contara o que havia de fato entre Annie e eu.


Anahí sentou-se ao meu lado no sofá e perguntou-me baixinho se eu não iria tirar a farda e tomar banho.



_Eu vou, deixa só o corpo esfriar. Estou suado. _ falei-lhe e ficamos naquela conversinha íntima até que Tatiana intrometeu-se e elogiou a recepção de Annie. _ É, ela aprendeu comigo. _ pisquei o olho.



_Ãn-hãn. _ Annie colocou sua mão sobre a minha perna. _ Se dependesse dele, vocês comeriam pipoca de microondas. _ falou.



_Ela não quer revelar os segredos, prefere ficar com a coroa de louros só para ela! Egoísta... _ entrei na brincadeira e todos rimos mais uma vez. _Vocês me dão licença, então, que eu vou tomar um banho e acho que a lasanha já está quase pronta, né, Annie?



_É sim. _ ela levantou-se comigo.



Ao voltar para a mesa, encontrei-os já sentados. Os pratos estavam organizados e muito bem dispostos. Onde ela aprendera aquilo? Ah! Já sei onde: na Internet!



_Agora que o chefe da casa chegou, podemos nos servir. _ Annie ofereceu-me o primeiro pedaço. _ Alfonso, comprei o queijo ralado que você gosta. _ ela mostrou o pote. _ Ele detesta aquele queijo ralado convencional. _ explicou agora para todos. _ É igual criança, a gente tem que fazer as vontades, só come desse, ralado na hora. _ balançou a cabeça para os lados.



_Ela está fazendo um estudo sobre mim. Depois, os cientistas vão colocar o meu cérebro no formol e pesquisar como eu aturei essa mulher... _ acrescentei maionese e mais molho de tomate ao meu prato.



_Vocês dois são muito divertidos. _ Tatiana comentou e serviu-se.



_Ele brinca assim, Tatiana, mas não vive sem mim, sabe? Uma noite dessas, estava euzinha dormindo, bem tranqüila, quando ouvi aquele xipchisxichi... Um murmurinho esquisito... Aí eu abri o olho para ver o que era... _ Annie fez uma voz de suspense e até eu me interessei para saber onde ela queria chegar. _... Eis que olho para esse aqui... _ apontou para mim. _ ... ajoelhado em um punhado de milho, rezando: “Senhor, obrigado, por esta mulher fenomenal, que eu não mereço”...



Todos rimos e Fonseca deu uma gargalhada sonora que ecoou pela sala. Até Phonso latiu.



O clima familiar estava delicioso e a presença de Anahí ao meu lado trazia-me uma grande alegria ao coração. A lasanha, nem preciso dizer, divina. O cheiro da carne, o queijo derretido esticando em fios... Eu salivava a cada garfada.



O telefone tocou na mesa de canto, próxima ao sofá.



_Deixa que eu atendo. _ adiantei-me.



_Deve ser do quartel... _ Annie disse.



_Ah! Eu sei como são essas coisas, menina... _ Tatiana indentificou-se.



Peguei o fone e falei em um tom mais baixo que a conversa deles.



_Alô? _ atendi.



_Alô, é da casa da Anahí? _ perguntou uma voz masculina.



_Quem fala?



_Eu gostaria de falar com ela...



_Quem está falando? _ disse pausadamente.



_Ah, é o Henrique. Fala para ela que eu estava no aniversário dela, ela vai saber... O senhor é o pai dela?



Eu quase mandei ele enfiar o “senhor é o pai” onde ele quisesse, mas me controlei.



_Não, sou o... _ contive minha raiva. Eu não tinha esse direito de estender aquela farsa para a vida pessoal de Annie. E se ela estivesse começando alguma coisa com aquele garoto? _ Espere um momento, vou ver se ela está.



_Tudo bem, eu espero.



_Annie, é o Henrique. _ comuniquei-lhe.



Ela parou de conversar com Tatiana e virou o rosto para mim. Pensou por alguns segundos e decidiu levantar-se para atender. Como podia ter o descaramento, a ousadia, a cara lavada, a...



_Obrigada. _ pegou o fone da minha mão e eu ainda fiquei ali parado ao seu lado. _ Alfonso, busca para mim o suco de maracujá na geladeira? A Tatiana não bebe refrigerante. _ pediu-me, abafando a voz com a mão no fone.



Eu agradeci por ter que ir até a cozinha, não queria que eles percebessem o quanto eu estava afetado por aquele telefonema.



Abri a porta da geladeira, olhei para a travessa de sobremesa e me esqueci do que tinha vindo buscar. A fumaça branca e fria começou a congelar as minhas pernas e eu fiquei ali, estático.



Quando a gente ama alguém, quer o bem dessa pessoa acima de tudo. Mas, a força desse sentimento pode elevar o zelo ao exagero e não aceitar que outras solicitem sua atenção. Interessante como a origem da palavra ciúme remete ao “zelo”. Ciúme em latim, zelumem e em grego, zelus.



Marcel Proust já dizia que: “para aquela que é objeto do ciúme, ele passa a ser considerado como desconfiança injuriosa e, por isso, uma autorização a enganar o ciumento”.



Todas as promessas de confianças, hoje à tarde, estavam manchadas por aquele telefonema. Os dois juntos fizeram o quê nas minhas costas? Se beijaram sob algum pé de árvore? Comprimiram-se no muro do colégio? Ou procuraram alguma sala vazia para livrarem-se da impulsão de seus corpos? Agora ali, sobre o meu nariz, na minha casa, trocavam risos ao telefone!



O ciúme, quando nos turva a vista, cria fantasmas, vozes, dois corpos físicos agarrando-se bem ali, no espaço da loucura. Muitas vezes, são só isso: delírios que nunca virão a ser mais que alucinações em nossas mentes.



Eu não podia confiar em Annie, pois nosso laço de amor não existia concretamente. Se havia, era manifesto em potencial, na virtualidade. Escondido e incluso em um olhar, um afago, um arfar incontrolado de seus seios. Todos esses sinais ainda incógnitos.



_Alfonso? _ ouvi a voz de Dul atrás de mim. _ Não encontrou o suco? _ ela afastou meu corpo para o lado para pegar a jarra. _ Tudo bem?



_Claro. _ respondi secamente e segui atrás dela.



Sentamos novamente à mesa e eu olhei para a minha lasanha e depois, para Annie. Como ela conseguia comer? Disfarçava muito bem, pudera...
Depois daquele telefonema, eu era um homem embrulhado no medo.


 



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Autor(a): ponny_aya

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Priscila e Flávio, Henrique e eu fomos aproveitar o finzinho de tarde no bar, próximo ao colégio. Enquanto eles jogavam sinuca, nós duas dividíamos um refrigerante de 600 ml. _E aí, está gostando dele? _ perguntei para ela. _Ele é bem divertido, estou curtindo. _ girou o canudo no seu copo e depois bebeu mais um gole. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 144



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  • maryangel Postado em 25/03/2015 - 19:58:09

    Ameii, chorei, simplesmente lindo !

  • franmarmentini Postado em 11/10/2014 - 20:29:50

    AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIII A FIC* BJUSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • franmarmentini Postado em 11/10/2014 - 20:06:09

    :)

  • blueorangee Postado em 06/10/2014 - 19:54:31

    No creo que acabou, tava tão linda, quase tive um troço aqui, achando q a Anny tivesse morrido, ainda bem q não, família perfeita

  • edlacamila Postado em 06/10/2014 - 11:09:53

    Ahhhhhhhh ja acabou :/ FOI PFTOOOOOOOO *---*

  • edlacamila Postado em 06/10/2014 - 10:59:51

    Ahhhhhh mds oq aconteceu??????????? Aaaaain anny :/ postaaaaaaaaaaa <3

  • edlacamila Postado em 06/10/2014 - 10:43:52

    Scrrrrrrrrrrrrr eles sao pftoooooooos *--* postaaaaaaaaaaaaa <3

  • blueorangee Postado em 02/10/2014 - 15:10:06

    Anny safadenha, , só lembra de coisas muitississisimas cultas

  • franmarmentini Postado em 02/10/2014 - 13:22:25

    ***ME DESCULPE FICAR ESSES DIAS SEM COMENTAR...DEU PROBLEMA NO MODEN AKI EM CASA E NÃO TINHA INTERNET :/ SÓ PUDE VIR LER AGORA ;)

  • cristieli Postado em 30/09/2014 - 01:21:24

    Haaaa porque parou agora? E porque a Any disse que vai morrer e abaixou a cabeça? Iiiii la vem só lhe pesso que tenham um final feliz pq sua fic mereceee los A merecem e o trauma merece sempre um final feliz. .... Porfavor puesta masssss *-*


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