Fanfics Brasil - Eclipse de Mulher (Alfonso). O Amor Está No Quarto Ao Lado-Adaptada AyA

Fanfic: O Amor Está No Quarto Ao Lado-Adaptada AyA | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: Eclipse de Mulher (Alfonso).

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Eu estava revisando um texto que precisava enviar por e-mail, quando Annie entrou no escritório. Fingi que não percebi sua presença. Se desse corda para ela, não conseguiria me concentrar no meu trabalho.



_Alfonso?



_Hum. _ continuei digitando no teclado, com os olhos bem fixos no monitor.



_Eu já vim aqui quatro vezes e você estava ocupado. _ reclamou. _ É que eu preciso mesmo falar contigo.



_Annie, agora não.



Ouvi o ar saindo das suas narinas com a força de quem se irrita.



Pronto. Conseguira o que queria, quebrar o meu raciocínio. Eu estava perdendo a cabeça. Bati com as duas palmas das mãos e as uni, entrelaçando os dedos. Encostei minha testa nelas e respirei profundamente, buscando aquele restinho de calma.



_Você pode me dar um minuto do seu tempo precioso? _ pôs as mãos na cintura.



_Eu tenho escolha?



_Ótimo.



_Você trabalha muito. _ comentou.



Percebem, leitores, como ela gosta desse joguinho? Não vai direto ao assunto, se deleita em, antes, testar minha resistência e os limites do meu auto-controle.



Annie não é aquele anjozinho deitado em nuvens que eu imaginava. Eu é que queria enxergá-la assim. Aquela menina, na verdade, era uma criaturinha atentada e muito esperta. Porque é preciso ser inteligente para se passar por ingênua. Já não duvidava, Annie era mais mulher que menina, só o corpo me enganava.



_Em que posso ajudá-la, senhorita? _ perguntei, com um tom de voz polido e formal.



_Queria a sua instrução, senhor capitão! _ ela pôs a mão direita na cabeça, caricaturando a cena. _Eu tenho que bater continência antes?



_Bom, bater... você bate ovo, bate a porta, bate com o carro, bate bolo, bate no bife. Agora para mim, você “Pres-ta” continência.



_...Que nada, eu sou especial.



Estão vendo, né? Olha só o que eu estava falando sobre seu charme! Estão de olhos bem abertos para esse ser terrível?!



_...Mas, se prefere pres-tar continência, ok. Eu preeesto... _ alongou o “e” para ironizar minha fala. _... continência para você.


_Annie, já acabou seu um minuto.



_Eu disse que era um minuto, mas um minuto vezes dez.



_Ah, sim, acho que deixou de fora esse outro fator da conta. Você me dizia que queria minha instrução, posso saber para quê?



_Para acampar.



_Acampar? Você? Mas logo você, que mata todas as formigas da pia com uma cara de Freddy Kruger? Annie, onde está pensando em acampar? Porque se for no meio da praça de alimentação de um shopping, tudo bem eu...



_Alfonso! Me leva à sério uma vez na vida?! Eu digo acampar com barraquinha e tudo, no meio do mato, com passarinhos cantando, água do riacho para tomar banho. Preciso de contato com a natureza.



_Você e mais quem precisa de “contato com a natureza”?



Eu já sentia de longe o cheiro de fumaça. Aquilo não brotaria sozinho da sua cabeça. Tinha a participação de seus amigos.



_A turma lá da escola se juntou e pensou em acampar. Só que assim... muitos pais estão encrencando, então, eu falei que ia ver se...



_Deixa eu adivinhar? Se eu iria para fazer a segurança, melhor, a instrução?



_Alfonso, você não é burro não, hen?! _ riu. _ Mas eu não disse que você é experiente em acampamento.



_Caramba, e a que devo essa honra?



_Alfonso, você quer ou não quer?



Ela estava pintando o passeio como o mais imperdível do ano, aquele que mudaria a minha vida, quase um “Caminho São Tiago de Compostela”, que me faria encontrar o meu eu interior.



_Annie, eu acabei de voltar de um campo de instrução...



_Alfonso, é diferente, completamente diferente!



_Havia mato, barraca, passarinhos e riacho._ contei-lhe.



_Mas era trabalho, não era diversão._ corrigiu.



_Annie o que você quer de mim?



_Já disse! Que vá comigo. Anda, por favor... _ inclinou a cabeça para o lado e suas pernas ficaram oscilando no ar, como pêndulos.



_Quando isso?_ perguntei.



_No próximo feriadão. Quinta é feriado, aí emenda com sexta e...



_Não posso.



_Por que não, Alfonso? Você nem pensou com carinho.



_Annie, eu tenho coisas a resolver.



_Coisas, que coisas?_ irritou-se. _Ok, só para você ficar mais tranqüilo, a gente pensou em ir sexta de manhã e voltar domingo bem cedo. Tá bom assim para você? Dá tempo para resolver suas coisas?



_... _ não respondi.



A alça da blusa preta de Annie escorregou do seu ombro e a luz que entrava pela janela reluziu sobre o contorno do seu corpo, fazendo sua pele cintilar. Um eclipse de mulher.



Os fios caídos no seu rosto e seus olhos de mar emolduravam o mais belo quadro produzido pela natureza, sem qualquer interferência artificial humana.
Os braços pequenos, finos e frágeis comprimiam os seus seios e terminavam em duas mãos de finos dedos compridos, que se agarravam à beirada da mesa.



Eu não queria atendê-la por isso, porque não teria outra coisa a pensar no resto do dia, a não ser em sua beleza viva, brilhante, como a maçã madura que estala no dente na primeira mordida e deixa escorrer, no canto da boca, seu caldo doce.



_Se você precisa tanto de mim, eu vou.



_Ai, Alfonso!_ ela gritou o meu nome e esticou os braços para puxar o meu rosto._ É por isso que eu te amo! _ beijou minha testa e pulou por todo o escritório._Oba!



Eu balancei a cabeça para os lados e vi que ela beijou o cachorro também.


(...)



Quando abriu para mim, não disse qualquer palavra. Beijei-lhe a boca e bati a porta atrás de mim. Caminhamos juntos, eu avançando e ela dando passos atrás. Livrei-me da camisa e derrubei-a sobre o sofá.



_Annie, eu sou louco por você... _ beijei o pescoço, senti-lhe o lóbulo da orelha.



Meu corpo era uma descarga elétrica que precisava encontrar o solo e neutralizar-se.



_Nunca te vi tão vivo assim... _ Belinda comentou minutos depois e acendeu um cigarro.



Ofereceu-me.



Traguei e devolvi-lhe.



_Quem é Annie?_ perguntou.



_Desculpe..._ passei a mão na testa. _ Acho que estou adoecendo da cabeça de novo...



_Alfonso, eu em outros tempos não me importaria que me chamasse com outro nome. Acharia divertido, mas...



_Desculpe, desculpe... _ levantei-me e peguei minha camisa. _ Eu fui um idiota. Eu sei!



_Alfonso, eu estou apaixonada por você.



_Quê?



_Não é difícil se apaixonar por você. _ explicou-se. _Você é bonito, você é... _ ela levantou-se e fez carinho no meu peito. _... É sexy e...



_Não, não pode. _ tirei suas mãos de cima de mim.



_Por que não?



_Porque eu... _ parei. Não era certo dizer-lhe que amava agora Anahí. _Eu não te amo, tenho um carinho por você, mas... Amar, amar, não amo.



_Não estou pedindo isso, Alfonso. Só disse que estou gostando de você.



_Belinda, desculpe, mais uma vez desculpe, mas eu sempre deixei claro...



_Eu sei, você sempre deixou claro que era só curtição. Eu sei, eu tenho consciência disso...



_Lamento, mas desse jeito não podemos seguir porque eu não quero te magoar.



_Não quer ao menos tentar...?



_Não quero._ respondi, antes que terminasse. _ Não posso.



_... _ ela sentou-se no sofá e continuou fumando seu cigarro. _Pode ir, então. Deve estar atrasado para o jantar.


_Desculpe. _ pedi, antes de abrir a porta.



(...)



Ao chegar em casa, Annie recebeu-me com euforia. Tinha impresso os mapas de onde seria o acampamento, verificou a previsão do tempo e queria mostrar-me tudo.



_Annie, não estou com cabeça para isso... _ afastei-a da minha frente.



_Alfonso, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? _ ela veio atrás de mim no corredor.



_Aconteceu, Anahí! _ virei-me para ela e segurei com força os seus braços. _ Aconteceu o que não podia acontecer. Aconteceu que...



_Alfonso, você está me machucando.



_Annie, faz um favor e não contesta. Me deixa sozinho, sai daqui. Eu não estou bem.



Soltei-a.



_Você vai sair de novo? _ ela perguntou-me, vendo que eu calçava o tênis.



_Vou. _ respondi.



Corri por horas até que meu corpo, encharcado de suor, não suportou a carga e eu sentei no meio fio. Apoiei a cabeça nas mãos. Era hora de voltar para casa.



Abri a porta da sala e lá estava Annie adormecida no sofá, deitada de bruços. Recolhi o livro aberto no chão e contemplei-a. Os seios comprimidos pelo peso do corpo, os cílios compridos repousando em seus olhos fechados.



Pus-me a conversar mentalmente comigo mesmo.



Chega de tentar dissimular, enganar, mentir, matar o que não dá mais para ocultar. Eu tento disfarçar e sufocar, mas o meu coração foi meu traidor e se deu, sem tentar conter. Eu não posso mais continuar a temer, sofrer, se o que procurei em outras encontrei em você. Eu quero mais é sentir, chorar e desvirginar o nosso amor.



Eu sou um homem sofrendo, adorando, feito louco e criança, te desejando inteira. Eu sei que está nascendo, rasgando, brotando em você também. Posso te sentir em suas palavras se derramando, não adianta mais fugir de mim, porque você me deseja. Eu vejo no teu olhar fortuito, quando passo, me adorando, querendo, pedindo. Me puxa, me tenha, me possua, porque eu já não quero mais te ver assim, brincando com meu coração.



Eu posso me abrir, me dar, oferecer à outra, mas eu termino voltando para esse suplício. Já pedi, roguei, implorei para que meu sacrifício ficasse oculto, mas não contenho a minha própria alma. Ela pulsa, se atira e te quer. Ponha meu coração sob o sol e o ilumine com um simples sinal. Permita-me com um único gesto ou olhar e eu me dou inteiro a você.



Chega de lembrar, viver o que se passou e não volta mais. Eu me perdi e quero reencontrar o jovem impulsivo e disposto a lutar, brigar e disputar para te ter. Desculpe se te procuro em outra, o mal também mora em mim e me domina, confunde, machuca e eu faço o que não devo para te esquecer. Me salva, me tira desse naufrágio de anos, porque eu não posso mais me suprimir. Vou ficar, não vou partir, pode rir, fugir, que eu não vou desistir de te amar.



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Autor(a): ponny_aya

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Preparem o coração nesse cap *-* <3   Quando cheguei na sala para ajudar Alfonso, me assustei com a quantidade de material no chão. _Que isso? _ franzi a testa, nós estavamos nos preparando para uma viagem de volta ao mundo? _Ora, não vamos acampar? _Nossa, não sabia que precisava de tanta coisa. _ levantei as sobrancelh ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 144



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  • maryangel Postado em 25/03/2015 - 19:58:09

    Ameii, chorei, simplesmente lindo !

  • franmarmentini Postado em 11/10/2014 - 20:29:50

    AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIII A FIC* BJUSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • franmarmentini Postado em 11/10/2014 - 20:06:09

    :)

  • blueorangee Postado em 06/10/2014 - 19:54:31

    No creo que acabou, tava tão linda, quase tive um troço aqui, achando q a Anny tivesse morrido, ainda bem q não, família perfeita

  • edlacamila Postado em 06/10/2014 - 11:09:53

    Ahhhhhhhh ja acabou :/ FOI PFTOOOOOOOO *---*

  • edlacamila Postado em 06/10/2014 - 10:59:51

    Ahhhhhh mds oq aconteceu??????????? Aaaaain anny :/ postaaaaaaaaaaa <3

  • edlacamila Postado em 06/10/2014 - 10:43:52

    Scrrrrrrrrrrrrr eles sao pftoooooooos *--* postaaaaaaaaaaaaa <3

  • blueorangee Postado em 02/10/2014 - 15:10:06

    Anny safadenha, , só lembra de coisas muitississisimas cultas

  • franmarmentini Postado em 02/10/2014 - 13:22:25

    ***ME DESCULPE FICAR ESSES DIAS SEM COMENTAR...DEU PROBLEMA NO MODEN AKI EM CASA E NÃO TINHA INTERNET :/ SÓ PUDE VIR LER AGORA ;)

  • cristieli Postado em 30/09/2014 - 01:21:24

    Haaaa porque parou agora? E porque a Any disse que vai morrer e abaixou a cabeça? Iiiii la vem só lhe pesso que tenham um final feliz pq sua fic mereceee los A merecem e o trauma merece sempre um final feliz. .... Porfavor puesta masssss *-*


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