Fanfic: O Amor Está No Quarto Ao Lado-Adaptada AyA | Tema: Anahi e Alfonso
Levantei-me da cama. Meu sono não tinha me descansado em nada. Sentei-me e senti o chão frio sob a sola dos meus pés descalços. Passei a mão no meu cabelo raspado à máquina zero e enchi os pulmões do ar úmido da manhã. Caminhei até o banheiro e joguei água no rosto com a ajuda das duas mãos. Podia sentir dali o cheiro do café de Annie , enquanto escovava meus dentes.
_ Obrigado. _ disse-lhe, quando passou por mim na cozinha como quem quisesse fugir da minha presença. Ela não tinha obrigação de fazer meu café àquela hora da manhã e, por isso, eu lhe agradecia.
Ela voltou para o seu quarto. Não tinha mais aulas e podia dormir até tarde, estava de férias, apenas esperando o resultado do vestibular.
O trabalho era o mesmo de sempre, mas eu não estava tão empolgado quanto nos últimos meses. A minha situação estremecida com Annie conseguia estragar o prazer de tudo. Quando voltei para casa, encontrei-a sentada no sofá, lendo um livro.
_Espere! _ pedi ao vê-la fazer menção a se levantar. _ Não podemos ficar fugindo um do outro.
Annie encostou-se no móvel de porta-retratos e ficou olhando para o livro, deu leves batidinhas com a palma da mão contra a capa e depois alisou-a.
_Eu não agüento essa tortura. _ reclamei, mas sem levantar a voz.
Pus a minha pasta na mesa junto com as chaves do carro. Caminhei em sua direção até parar à sua frente, mas deixei uma distância limite para que não se sentisse pressionada. Eu podia ver minha imagem refletida no espelho atrás dela.
_Annie... eu não posso mudar o que se passou entre mim e sua mãe. Como também não consigo negar o que sinto. Não tem idéia do que foi passar dias vendo no seu rosto os traços dela. Era um pesadelo porque eu comecei a gostar de você e, ao mesmo tempo, ficava pensando: “Será que estou procurando a Elisa nela?”. Essa é a maior confusão mental que possa imaginar. Me revoltava quando eu via algum gesto seu que parecia com o dela. Eu queria esquecer o meu passado, mas o presente me trouxe justamente um pedaço desse passado em forma de outra pessoa.
_Desculpe se te fiz mal, mas garanto que, se eu pudesse, eu teria evitado tudo isso... _ ela falou com uma voz fria e polida.
_Se pudesse? Você acredita no que está ouvindo sair da sua boca? Você realmente queria ter evitado nosso encontro?
_ ... _Annie não respondeu, nem me olhou se quer uma vez.
_ Mas eu consegui colocar só você em primeiro plano e deixar para trás os meus fantasmas. Percebi que você é completamente diferente dela. Não posso negar, me apaixonei sim por uma garota mais nova e isso não é fácil para mim também. Mas, quando temos tantos benefícios, pagamos o preço da felicidade. Eu era feliz como nunca fui até nossa paz ser quebrada. Eu não quero viver como irmãos, não dá para ser seu amigo quando eu tenho vontade de dormir com você! Não dá mais para voltar, não dá! Será que você pode ao menos olhar para mim quando eu falo?
Annie levantou seus olhos e me encarou.
A campainha tocou.
_Quem falta bater nessa porta? O Papa?! _ grunhi e caminhei irritado para abri-la.
_Oi, Alfonso?! _ era o filho de oito anos do meu vizinho.
_Oi. _ respondi com um sorriso, pensando na idéia ridícula que tive alguns segundos atrás por temer quem me chamava à porta.
_O meu gato está na árvore do seu quintal.
_É?
_É! Ele subiu e agora não quer descer.
_Vamos ver o que podemos fazer para tirá-lo de lá? _ convidei-o para entrar. _ Sua mãe sabe que você está aqui? _ perguntei.
_Sabe, ela que me mandou vir.
_Ah! Tá... _ coloquei minha mão em seu ombro. _ Annie, eu vou fazer salvar um felino ali e já volto.
Ela agüentou para não sorrir, mas não deu, abriu um sorriso pequenininho, no canto da boca.
_Vou tirar primeiro a farda, você me espera na varanda? _ apontei para a porta da cozinha.
_Espero. _ ele aceitou e eu fui até o quarto vestir uma bermuda e uma camisa.
_Você gosta de cachorros? _ ouvi Annie conversar com o menino enquanto eu me trocava.
_Onde está o seu gato? _ perguntei, chegando na varanda.
_Ali. _ ele apontou com o dedo.
_Hum... _ caminhei com ele até a árvore.
_Nossa! Como subiu ali?! _ perguntei.
_Ele tem garras. _explicou-me, orgulhoso das capacidades de seu bichinho.
_É? E agora? Eu não tenho garras.
_Sobe, oras. _ disse-me, como se fosse fácil.
_Vou pegar uma escada.
Eu não era o Thundercat, precisava de uma ajudinha tecnológica. Trouxe a escada branca e abri-a para alcançar o galho.
_Como é o nome dele? _ perguntei.
_Juba.
_Por que esse nome?
_É que ele é muito peludo.
_Ele não vai me arranhar não, né? _ perguntei.
_Você tem medo de gato é? _ ele riu e zombou de mim.
_Claro... que não!
Subi no galho e estiquei o braço para alcançar o animal.
_Vem cá, vem... _ chamei-o, mesmo sabendo que minha linguagem felina não era das melhores. _ Vem...
_Juba, vai com ele! _ o menino gritou.
Precisei chegar mais perto e o peso do meu corpo fez o galho abaixar. Com a diminuição da altura, o gato pulou e foi pego pelo seu dono.
_Valeu, Alfonso! _ o menino agradeceu.
Senti que a instabilidade do galho não me permitia voltar.
_Annie! _ gritei e ela veio em meu socorro. _ Coloca a escada aqui de baixo. _ pedi, mas era tarde, o galho se partiu e eu cai. _ Aiii...
_Poncho! _ ela ofereceu-me a mão.
_Ai... Minhas costas... _ reclamei.
_Deixa eu ver... _ ela levantou minha camisa. _Nossa, você levou um corte feio.
_Ai, está queimando. _ senti dor.
_Agora que já pegou o seu gatinho, pode ir, né? _ Annie falou para o menino, que correu de volta para sua casa.
_Ah! Obrigado, Alfonso! _ ele gritou.
_Nada... _ falei baixinho, sabendo que ele não iria conseguir ouvir nem que eu gritasse.
_Vem comigo... _ Annie puxou-me até o tanque. _ Tira a camisa. _ pediu.
Quando olhei o sangue no tecido, entendi por que ela incitara o menino a ir embora. Não queria assustá-lo. Mas Annie, como sempre, não parecia nervosa.
_Vou lavar. Se inclina. _ pediu.
_Com água fria?!
_Nem parece milico. _ desdenhou e molhou as mãos para limpar o ferimento.
_Está tão feio assim?
_Foi superficial. Não vamos precisar chamar a ambulância.
_Muito engraçadinha. E nem mereço um só elogio por ter salvado um gatinho indefeso?!
_Manda uma carta para o IBAMA. _ ela usou a camisa para secar minhas costas. _ Senta ali em cima da mesa que eu vou pegar os curativos. _ ordenou.
_Obrigada, enfermeira mal-humorada.
Segui sua instrução e a esperei voltar. Annie estava mais linda com a luz do dia resplandecendo frontalmente em seu rosto ou era a minha saudade de poder tocá-la que aguçava minha contemplação?
Ela fez seus procedimentos e depois parou ao meu lado para guardar tudo de volta na caixa.
Eu nunca podia imaginar que aquela garotinha de quem Elisa me falara assim que nos conhecemos seria meu futuro amor. Uma menina relegada a própria sorte, que primeiro caíra nas mãos da avó e depois de um padrasto, agora estava sob a minha proteção. Quando Elisa me disse que já tinha uma filha, eu pensei imediatamente que no futuro ela poderia acabar sendo minha também, pelo menos como filha de consideração. Se eu tivesse ficado com Elisa, meu sentimento hoje por Annie seria outro. Mas quis a vida me separar de sua mãe, justamente, para eu me encontrar com ela como homem. E era assim que eu a desejava.
Segurei seu braço e a puxei para que ficasse à minha frente, entre as minhas pernas. Olhei-a nos olhos.
_ Ou é para sempre ou nunca mais. _ disse-lhe.
Annie engoliu em seco e olhou para a minha boca e eu fiz o mesmo. Segurei seu rosto e, antes que ela pudesse fazer qualquer movimento de recusa, inclinei a cabeça para a direita, enchi os pulmões de ar e a beijei. Annie pôs sua mão sobre a minha, que ainda segurava seu rosto, mas não fez força para soltá-la. Deixou-se puxar por minha outra mão em sua cintura. Era maravilhoso sentir o gosto dos seus lábios molhados e sensíveis entre os meus.
Ela afastou sua boca e encostou sua testa na minha. Soltou o ar dos pulmões com força e riu um riso nervoso, que me pareceu um alívio quase dolorido. Eu conseguira quebrar sua resistência. Annie beijou a minha mão que tinha entre a sua e me olhou nos olhos.
_Ainda somos um só? _ perguntei-lhe.
Autor(a): ponny_aya
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Quando minha boca soltou dos lábios de Alfonso, eu senti borboletas no meu estômago. Um calafrio, taquicardia, falta de ar, felicidade abobalhada. Segurei sua mão e a beijei. Ele me olhou e perguntou se ainda éramos um só. _Não... Me desculpe, mas não podemos ser um só... _Por quê? _Poncho, desculpe... _ ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 144
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maryangel Postado em 25/03/2015 - 19:58:09
Ameii, chorei, simplesmente lindo !
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franmarmentini Postado em 11/10/2014 - 20:29:50
AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIII A FIC* BJUSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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franmarmentini Postado em 11/10/2014 - 20:06:09
:)
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blueorangee Postado em 06/10/2014 - 19:54:31
No creo que acabou, tava tão linda, quase tive um troço aqui, achando q a Anny tivesse morrido, ainda bem q não, família perfeita
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edlacamila Postado em 06/10/2014 - 11:09:53
Ahhhhhhhh ja acabou :/ FOI PFTOOOOOOOO *---*
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edlacamila Postado em 06/10/2014 - 10:59:51
Ahhhhhh mds oq aconteceu??????????? Aaaaain anny :/ postaaaaaaaaaaa <3
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edlacamila Postado em 06/10/2014 - 10:43:52
Scrrrrrrrrrrrrr eles sao pftoooooooos *--* postaaaaaaaaaaaaa <3
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blueorangee Postado em 02/10/2014 - 15:10:06
Anny safadenha, , só lembra de coisas muitississisimas cultas
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franmarmentini Postado em 02/10/2014 - 13:22:25
***ME DESCULPE FICAR ESSES DIAS SEM COMENTAR...DEU PROBLEMA NO MODEN AKI EM CASA E NÃO TINHA INTERNET :/ SÓ PUDE VIR LER AGORA ;)
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cristieli Postado em 30/09/2014 - 01:21:24
Haaaa porque parou agora? E porque a Any disse que vai morrer e abaixou a cabeça? Iiiii la vem só lhe pesso que tenham um final feliz pq sua fic mereceee los A merecem e o trauma merece sempre um final feliz. .... Porfavor puesta masssss *-*