Fanfic: O Amor Está No Quarto Ao Lado-Adaptada AyA | Tema: Anahi e Alfonso
Parei novamente à porta do quarto de Annie. Eu voltava ali para buscar uma imagem, um cheiro, uma lembrança boa que servisse de força para resistir. A cama já tinha sido arrumada por minha mãe e, à cabeceira, estavam os três cadernos. Sorri e caminhei até onde estavam. Abri a capa do terceiro que eu não tinha lido ainda e vi um cd. Franzi a testa.
Sentei-me e folhei-o. Era diferente dos outros. Não havia apenas descrições de amor como nos anteriores. Estava repleto de recortes de revista e jornal. Ri e olhei para o alto, balancei a cabeça para os lados.
_ “Você me conta toda noite ao jantar como foi seu dia. Mas nunca quis saber o meu em detalhes. Talvez, ache que seja só uma rotina chata de uma menina estudante”.
Annie havia colado ao lado das letras escritas com caneta de tinta preta forte uma imagem de uma menina japonesa de saia plissada e meias brancas até o joelho com cara enfadonha sentada ao meio fio.
Ela estava errada, eu sempre quis saber sobre suas coisas. Eu só vivia ocupado demais. Julgava que poderia deixar para depois... ou... Droga! Ela estava certa, eu pensava que seu dia era sempre igual! Por que eu fui tão egoísta?
Deitei-me e apoiei a nuca na mão, flexionei uma das pernas e segurei o caderno em cima da minha barriga. Minha mãe, que passava pelo corredor, espiou para dentro do quarto, perguntou se estava tudo bem. Eu fiz que sim e ela olhou mais um pouco para se certificar de que era verdade. Voltei a olhar as gravuras e os textos escritos por aquela fina caneta preta. Letras compridas e bem desenhadas como nos convites de casamento.
“Mas nem um dia para mim é igual, pois a minha rotina é muito diferente do que eu poderia imaginar que seria. De uma hora para outra mudou completamente ao te conhecer. Tudo é novo, é bom, é mágico!”
Queria poder confessar-lhe o mesmo agora, para mim também tudo havia se tornado mais proveitoso ao seu lado. Como me fazia uma imensa falta!
“Por isso, queria te convidar que fizesse comigo uma viagem pelo meu dia. Mas tem que levar isso a sério!”
Ri ao ver a foto que ela tirara dela mesma me encarando de lado e colara na página, fazendo pose de desconfiada. Estava linda. Ela era louca! Incrivelmente louca.
_Aonde você vai? _ minha mãe perguntou, quando passei por ela na cozinha.
_Vou dar uma volta. _ beijei-lhe a testa.
_Vai ao quartel? _ perguntou.
_Não. _ respondi e peguei as chaves do carro.
Sentei-me ao volante e abri o caderno.
_ “Como eu não saio de casa sem os meus fones, gravei para você algumas músicas que será sua trilha sonora.”
Tirei o CD que Annie havia colocado dentro de um envelope na contra-capa. Introduzi-o no Player do carro.
_ “Eu comecei a ouvir suas músicas e gostei de algumas. Aprendi tantas coisas vasculhando seu mundo de livros, revistas antigas, filmes e Cds. Agora quero te mostrar o meu universo.”
_Hum... Norah Jones? _ falei alto para mim mesmo. _ Boa escolha, garota! _ liguei o carro.
_ “I waited `til I saw the sun / I don`t know why I didn`t come / I left you by the house of fun / I don`t know why I didn`t come (2x) / When I saw the break of the day / I wished that I could fly away / Instead of kneeling in the sand/ Catching teardrops in my hand / My heart is drenched in wine / But you`ll be on my mind/ Forever / Out across the endless sea / I would die in ecstasy / But I`ll be a bag of bones / Driving down the road alone / My heart is drenched in wine / But you`ll be on my mind / Forever / Something has to make you run / I don`t know why I didn`t come / I feel as empty as a drum / I don`t know why I didn`t come”.
Parei no primeiro sinal de trânsito e coloquei o caderno sobre o volante.
_ “Essa música fala sobre por que ela não foi com ele. Não que seja meu caso. Eu te segui e lutei por nosso amor. Mas, a cada vez que eu a ouço, me faz pensar sobre não deixar de fazer nada do que eu desejo. Sente como é gostoso o som do piano? Deixe a música invadir todo o seu corpo”.
Um carro buzinou atrás de mim, pisei no acelerador e guiei para o Centro da Cidade. Annie colara em uma das folhas um mapa repleto de setas coloridas com canetinha hidrocor. Elas indicavam o caminho que eu deveria percorrer. Segundo explicara, depois das aulas na faculdade, começou a andar pelo Centro para conhecer os pontos históricos. Alguns eu já conhecia, mas hoje queria estar na pele dela. Isso parecia loucura, uma criancice. Eu apenas gostaria de me afastar por completo daquele clima de tristeza que me perseguia durante as três semanas em que ela estava no hospital.
Eu havia sido liberado do trabalho por completa impossibilidade de me concentrar. Tirei uns dias para me refazer por aconselhamento médico. Eu estava entrando em depressão e a psicóloga me mandou para casa. Por isso, aquele passeio era importante. Fazer coisas diferentes com a companhia de Annie me levantaria o astral.
Estacionei o carro e fiz o caminho a pé para poder ver tudo que ela queria que eu visse. Trouxe comigo o caderno de capa vermelha.
_ “O Centro do Rio de Janeiro é repleto de livrarias, praticamente em todas as ruas você vê uma delas. São todas bem iluminadas, com televisões, sofás aconchegantes,
cafeterias e uma música ambiente deliciosa. Mas, a que mais me atrai é a “Livraria da Travessa”, refiro-me a que fica na Avenida Rio Branco, porque também existe uma na Travessa do Ouvidor. Ela está em um prédio antigo, feito de pedras cinzas e no segundo andar há diversos quadros grandes em preto e branco maravilhosos! Sente-se aí e tome um café”.
Olhei para o prédio. Realmente... As pedras, a vitrine, a iluminação amarelada, o cheiro, a música de fundo... Tudo ali na minha frente!
Sentei-me e pedi um café como ela indicara.
_ “A vida nos permite ser tão felizes e, muitas vezes, nós apenas focamos no que ainda não temos. Já parou para pensar como esperamos um pouco mais para finalmente sermos felizes? Devíamos aproveitar com mais sabor cada instante. Sinta a paz que está agora ao seu redor. Você pode caminhar até aqui porque tem duas pernas, pode olhar para essas pessoas aí embaixo folheando os livros porque pode enxergar. Andar e enxergar é uma dádiva, mas pensamos que faltam ainda os óculos de marca ou o tênis de marca. Os acessórios são vendidos como o tesouro máximo. E trabalhamos e nos matamos para tê-los. A vida segue passando...”
Terminei meu café e segui o seu guia.
_ “Agora, caminhe por toda a avenida Rio Branco e você verá à sua frente cruzar a magnânima Avenida Presidente Vargas. Para construí-la, foram demolidos os cortiços e casebres antigos que se espremiam nas vielas apertadas que havia aí, nos anos de 1950. Eles abrigavam a zona de meretrício. A sua próxima parada será a Igreja da Candelária. Independente de credos, é impossível não entrar e contemplar a beleza da obra. Uma arquitetura esplêndida que irá te fazer olhar para o teto e ficar de boca aberta.”
Olhei para a imagem que ela havia colado no caderno e depois para a fachada da igreja. Entrei. Realmente foi como tinha descrito. Ao ver a suntuosidade da decoração eu fiquei me sentindo muito pequeno. Sentei-me no banco.
_“É incrível como, no coração do Centro do Rio de Janeiro, você pode sentir a paz e a quietude nas dezenas de igrejas. Feche os olhos e fique em contato com Deus. Aproveite este momento único de estar imerso no nada. Sem pensar em futuro, nem passado. Se sinta preenchido pelo clima de quietude e a música do canto gregoriano”.
Deixei minhas pálpebras caírem e a voz dos monges cantando me elevou para um real estado de contemplação do meu interior. Um nó se fez em minha garganta. Imaginei que Annie já esteve ali e talvez nunca mais viesse a retornar. Pedi a Deus que isso não acontecesse. Disse-lhe que a queria de volta para mim. As lágrimas escorreram por meu rosto. Eu precisava chorar para desaguar aquele sentimento. Depois, respirei profundamente e me senti mais leve, renovado.
Era hora de continuar o percurso:
_ “Continue pela Rio Branco, que cruza a Avenida Presidente Vargas. Veja como as pessoas atravessam as faixas de trânsito como um formigueiro humano. As gigantescas bancas de jornal, repletas de revistas, livros, periódicos internacionais e muitas publicações de mulheres peladas. Essas você não olha!”
Me emocionei com esse cap.
Desculpa o Sumiço
Autor(a): ponny_aya
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Ri e balancei a cabeça para os lados. Ela era tão divertida. Saudade de provocá-la pelo puro prazer de ver sua carinha de brava. _ “Você passará por um Mc Donald’s de dois andares que fica na esquina de uma rua. Mas hei, antes dele há mais coisas. Assim como você, eu também sempre andei apressada e n ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 144
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maryangel Postado em 25/03/2015 - 19:58:09
Ameii, chorei, simplesmente lindo !
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franmarmentini Postado em 11/10/2014 - 20:29:50
AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIII A FIC* BJUSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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franmarmentini Postado em 11/10/2014 - 20:06:09
:)
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blueorangee Postado em 06/10/2014 - 19:54:31
No creo que acabou, tava tão linda, quase tive um troço aqui, achando q a Anny tivesse morrido, ainda bem q não, família perfeita
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edlacamila Postado em 06/10/2014 - 11:09:53
Ahhhhhhhh ja acabou :/ FOI PFTOOOOOOOO *---*
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edlacamila Postado em 06/10/2014 - 10:59:51
Ahhhhhh mds oq aconteceu??????????? Aaaaain anny :/ postaaaaaaaaaaa <3
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edlacamila Postado em 06/10/2014 - 10:43:52
Scrrrrrrrrrrrrr eles sao pftoooooooos *--* postaaaaaaaaaaaaa <3
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blueorangee Postado em 02/10/2014 - 15:10:06
Anny safadenha, , só lembra de coisas muitississisimas cultas
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franmarmentini Postado em 02/10/2014 - 13:22:25
***ME DESCULPE FICAR ESSES DIAS SEM COMENTAR...DEU PROBLEMA NO MODEN AKI EM CASA E NÃO TINHA INTERNET :/ SÓ PUDE VIR LER AGORA ;)
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cristieli Postado em 30/09/2014 - 01:21:24
Haaaa porque parou agora? E porque a Any disse que vai morrer e abaixou a cabeça? Iiiii la vem só lhe pesso que tenham um final feliz pq sua fic mereceee los A merecem e o trauma merece sempre um final feliz. .... Porfavor puesta masssss *-*