Fanfic: A música une corações | Tema: Ponny

Aquela luz forte bem em cima de Annie a fez gelar. Ela havia esquecido como se respirava, como andava e estava em dúvida se seu coração estava batendo. A imagem de outras pessoas rindo e batendo palma, passava em sua frente como um filme em câmera lenta. Sentiu tontura e teve sensação que ia desmaiar.

- Annie Annie olha pra mim - Dul estava na sua frente, a segurando pelos ombros, tentando fazê-la voltar ao normal.

- Gente ela está muito branca - disse Denise preocupada.

- Annie - chamou Dul mais uma vez e enfim Annie a olhou - me escuta, você vai ter que subir la.

- Não não, não posso, não dá - disse aflita, querendo fugir dali o mais rápido possível.

- Deixa comigo - disse Alex tomando o lugar da Dul - Annie é apenas uma música, eu sei que você consegue, depois de tudo que passou é sua hora de brilhar, essas pessoas não passam de ratos imundos, você é superior a isso.

Annie não acreditava no que estava acontecendo. Não era só pelo fato de cantar na frente de pessoas que ela não conhecia e que riram dela durante o dia. Cantar lhe lembrava muito Ana e isso a fazia sofrer. Enquanto isso o outro escolhido também era levado para o palco, meio que a força. Mas estava mais próximo do abate que Annie.

- Mas eu não vou conseguir.

- Claro que vai, e estaremos aqui lhe passando força - disse Dul, que não saiu de perto em nenhum momento. Mas Annie foi puxada pelo braço por alguém, que foi a levando até o palco. Os amigos foram atrás, não a deixaria sozinha. Ela foi praticamente jogada em cima do palco já com um microfone na mão. Fechou os olhos, suspirou fundo e só conseguiu imaginar o sorriso de Ana que ainda era vivo em suas lembranças. O outro escolhido também foi jogado em cima do palco e no impulso, trombou com Annie de costas.

Se virou para se desculpar no mesmo momento que Annie também virou, e então a surpresa maior. Annie e Poncho se encontraram outra vez.

- Nossa cara, eu me esqueci totalmente que esse garoto estava procurando a Annie mais cedo - pensou Dul em voz alta.

- Que? Ele procurando Annie? Como assim? Por que? Quem é ele? - Giu ouviu e fuzilou com várias perguntas.

- Hantaro da mamãe, que coisa linda - disse Dul passando a mão na cabeça a Giu - já te falei tanto que é feio ouvir conversa de adulto.

Giu riu, sempre levava as piadas da amiga na esportiva, tirou a mão dela de sua cabeça e começou ajeitar o cabelo que ficou bagunçado.

- Lembra do Poncho que Annie comentou? - Giu afirmou com a cabeça - é ele, estava a procurando porque soube do trote, queria saber como ela estava.

- Que príncipe hein - Giu olhou para o palco, encarando Poncho - E um gato também, aí meu Deus.

Levou um tapa da Dul. E as duas riram. Em cima do palco, demorou frações de segundos até os 2 perceberem quem realmente era pessoa para quem olhavam. De repente o nervosismo de Annie se foi, ela abriu um belo sorriso que foi bem retribuído pelo sorriso que ela tanto gostava do Poncho.

Do chão um par de olhos fuzilava aquela cena.

- O que essa oxigenada está fazendo em cima do palco? - perguntou Vanessa furiosa.

- Calma Van, calma - tentou acalmar Letícia que já conhecia bem a amiga.

- O trote e o vídeo não foram o suficiente pra ela.

- Que legal, ele se safou do trote, mas isso vai ser bem melhor - disse Ucker que tinha ido levar o amigo até o palco e voltara, abraçando a Letícia por trás, dando um beijinho em seu pescoço. Letícia sorriu e olhou para amiga que fingiu um sorriso para não deixar tão na cara seu ódio naquele momento.

Assim deu início uma introdução de uma música, era em piano, um tanto emocionante. A letra passava nas telas que ficavam em frente a cada um deles e num telão que ficava atrás deles, virado para o salão. Então a Annie começou: "Te siento tan distante y tan cerca la vez, decifrando tu silencio..."

Poncho: "Entonces me imagino dentro de tu piel, pero pierdo en el intento..."

Os dois: "Y por más que busco darte amor nunca te fijaste en mi se supieras que puedo morir por ti, por ti..."

- Mas que merda é essa? - perguntou Dul de boca aberta.

Todos naquele lugar estavam hipnotizados com aquela apresentação. Os dois tinham uma voz incrível. Annie parecia um anjo cantando, com nada nota no lugar, respiração acompanhando cada tempo, sem nenhum deslize mesmo com tanto nervosismo. Já a voz do Poncho parecia ser feita sob encomenda para acompanhar a de Annie. Era uma junção perfeita, que alguns cantores mesmo com anos de prática e ensaio não conseguiam atingir. Sem mencionar o olhar. Os dois se olhavam sem ao menos piscar direito. Com o refrão de aproximando eles também se aproximaram, ficando bem pertinho. Parecia que estavam em um mundo só deles, que não existia mais ninguém ali.

"Inalcanzable como estrella tan distante un amor casi imposible invisible cómo el aire eres tan inalcanzable tan sublime cómo un ángel un amor casi imposible cómo fuego que no arde, te me has vuelto inalcanzable..."

- Mas como minha menina está linda - todos olharam para o Alex quando ele falou isso. As meninas se olhavam ao perceber que ele estava chorando. De dentro do blazer tirou um lenço, e adivinhem? De oncinha, para enxugar as lágrimas. Dul teve vontade rir, mas decidiu não estragar aquele momento.

- Como essa vadia não nos contou que canta desse jeito? - falou ao invez de rir.

- E ela nem quis cantar aquele dia no PCP - lembrou Denise.

Nesse momento chegou alguém perto do grupinho.

- Dul essa não é sua colega de quarto? - perguntou Bruu. Também estava linda, como alguém madura se vestiria, com estilo e aquele pingo de liderança na postura.

- Ela mesma - respondeu.

- Além de linda, canta super bem. Quando me falaram dessa idéia do karaoke, pensei que serviria apenas para pagar mico ou coisa do tipo, mas ela deu um show.