Fanfic: A música une corações | Tema: Ponny

Dulce: Até que enfim você aparece, pensei que tinha ido para o Ministério da Magia pela privada do banheiro - falou Dul assim que avistou Annie e Alex que se aproximavam.

O baile havia chegado no nível alegria geral, onde a bebida alcoólica já havia feito efeito na maioria dos universitários que ainda estavam ali, e quem já não se encontrava mais no salão, estava se pegando em algum outro lugar, isso era fato.

Annie estava prestando mais atenção em Dul e percebeu que algo nela estava diferente, parecia aérea, viajando. Fisicamente estava ali com os amigos, mas a mente parecia estar muito longe, talvez Leticia conseguira atingi-la com toda história do Ucker e com todas provocações sobre a noite dos dois. Quando ia puxar algum assunto com Dul, a ruiva saiu antes dela pronunciar qualquer palavra e voltou com uma bebida na mão e comentou:

Dulce: Preciso de algo mais forte que energético se eu quiser aproveitar essa noite - e tomou tudo num único gole. 

Annie tinha razão, Dul tinha uma camada protetora, uma capa que vestia pra não deixar nada ultrapassar e atingi-la, mas em algum momento algo já tinha a atingido e ela lutava pra reverter essa situação, ela sentia algo pelo Ucker e diariamente tentava fazer com que isso sumisse, mas pelo seu jeito ali, depois da discussão no banheiro, ela estava longe de mudar esse sentimento. Quando ela tivesse uma oportunidade, perguntaria a Dul o que ela realmente sentia, mas não hoje, muito menos agora, ela precisava se divertir e o dia já tinha sido negro, agora era hora de deixar tudo alegre e colorido.

Alex: Agora sim ruiva, a noite acaba de começar, vamos dançar - assim, aquele grupo com pessoas distintas, cada um com seus conflitos internos, com suas dores e feridas que a vida fizera, estavam ali juntos tentando esquecer todos os problemas e tentando se divertir.  

Já em outro lado, um pouco distante dali, os planos de alguém não saíam como esperado. Vanessa pensou que teria mais chances ficando sozinha com o Poncho, depois que Leticia arrastou Ucker não se sabe pra onde para fazer coisas que ela preferia não imaginar. Mas ela estava um pouco enganada, ele só continuava com ela, fazendo companhia por educação e não porque via algo a mais acontecendo entre eles. Ainda mais depois de ter sido contemplado com a mais linda visão que poderia ter aquela  noite: Annie. 

Enquanto dançava com Vanessa, sua mente viajava para o momento do karaoke. Lembrava o quanto ela estava linda, sexy e atraente naquela roupa. Quando olhava em seus olhos, parecia ter encontrado o lugar que tanto procurava pela vida inteira, onde sentia paz, onde o até o remorso pela morte de Belinda ia embora. Belinda, sim ele a amava, ele a amou com todo suas forças, mas ele não podia viver de passado, ainda mais agora que algo parecia nascer dentro de si. Algo que fazia suas veias bombearem mais sangue, que fazia seu coração queimar e acelerar dentro do peito. Nunca imaginou cantar fora do chuveiro, mas com ela tudo aconteceu tão natural, tão mágico que parecia que já havia feito isso juntos a anos. E aquela voz? Era realmente um anjo.

Em um estalo voltou seu pensamento para o presente e para quem estava ali na sua frente. Vanessa era bonita, isso ninguém podia negar, era o tipo de menina que os garotos se matando colegial pra estarem ao seu lado, mas não fazia o tipo de Poncho, ainda mais se fosse pra competir com o sentimento que nascia dentro dele pela Annie. Com o fim da dança, um silêncio pairou entre os dois, era estranho estar ali. Poncho pensou em algo rápido e falou a desculpa que lhe veio a cabeça.

Alfonso: O sono está se aproximando de mim - forçou um sorriso para parecer simpático - acho que já deu pra mim hoje.

Vanessa: Mas já Ponchito? - tentou jogar seu charme fazendo biquinho.

Alfonso: Perdão Van, mas fiz uma baita viagem, tenho que descansar antes do início das aulas e está de mico por hoje ne?!

Vanessa: Entendo - mesmo morrendo por dentro em ter que terminar o baile sem ganhar nada além de um tapa da Jeniffer, Vanessa permanecia uma boa dama para encantar o Poncho.

Alfonso: Eu te acompanho até seu... - foi interrompido.

Vanessa: Não não, eu preciso ficar mais - deu uma desculpa - como monitora preciso ficar até o fim, mas fique tranquilo, não ficarei sozinha - sorriu.

Alfonso: Certeza? - mesmo não gostando de estar ali, Poncho era um cavalheiro.

Vanessa: Absoluta.

Alfonso: Então um boa madrugada, foi um prazer - segurou a mão dela e a beijou como um príncipe. Trocaram sorriso e ele se afastou.

Afastado daquela cena, alguém olhava e prestava bastante atenção. Bastou Vanessa ficar sozinha, que  o sorriso simpático deu lugar a um olhar malvado e uma expressão macabra, virou-se e andou em direção a uma área mais afastada o tumulto do baile.

Vanessa: Ora ora quem chegou mais cedo esse ano.

Xxx: Ora ora quem esqueceu de limpar o veneno que escorreu.

As duas caíram na gargalhada e se abraçaram.

Vanessa: MA-NU-E-LA sua bitch.

Manuela: VA-NE-SSA sua cobra.

Vanessa: Amo esse nosso amor - sorriram maldosas.

Quem via Vanessa e Leticia nunca iria imaginar que poderia existir outra dupla pior no quesito maldade. Mas ali estava uma união muito além.

Vanessa: E então, o que te trouxe 2 dias antes pra faculdade?

Manuela: Minha vida estava começando ficar sem graça fora daqui, quis começar meu trabalho espionagem feat falsidade mais cedo - e sorriu.

Manuela era uma amiga de infância da Vanessa, mas ninguém na faculdade sabia. Na verdade a entrada das duas na faculdade tinha um único objetivo: vingança. Ter escolhido Leticia como amiga tinha sido uma parte da estratégia para tudo sair como planejado. A vontade de destruir a família do pai havia deixado Vanessa vazia por dentro, tudo que ela fazia girava em torno dessa sede de vingança. Escolheu a Fox porque descobriu que seu meio irmão estudava ali, desde então se esforçou, passou noites em claro estudando, tanto ela quanto Manuela, pois não faria sentido entrar e a única pessoa que ela confiava, além de sua mãe, ficar de fora, precisaria da Manuela com ela a todo momento. Logo no primeiro dia conheceu a Leticia, sua colega de quarto e no baile daquele ano percebeu os olhares da loira para o seu alvo de eliminação. A partir daí se dedicou a fazer a loira se aproximar dele. Adubou uma amizade que a ajudaria mais para o futuro. Não demorou muito até ter uma "amiga" namorando seu meio irmão: Ucker.

Manuela: A Leticia parece estar bem apaixonada por ele.

Vanessa: A pior parte disso é ter que ouvir comentários e suspiros apaixonados dela diariamente, mas ela é bem leal a mim.

Manuela: Você sabe que ela... - foi interrompida.

Vanessa: Nunca vai me perdoar? É, eu sei Manuela - suspirou - mas você sabe que tenho um objetivo aqui e eu sei desde o início que sacrificarei muitas coisas até o fim disso tudo - seu olhar ficou fixo em um lugar qualquer, seus lábios formaram uma linha reta numa expressão de raiva - pode parecer egoísmo da minha parte construir uma amizade fake, magoa-la, mas a dor que eu sinto toda noite quando me lembro das lágrimas da minha mãe, do desespero dela, do medo de não ter o que comer no outro dia, isso faz com que minhas forças se renovem.

Manuela: Não precisa me explicar, entrei nessa contigo e estou disposta a tudo - olhou para Vanessa - você sabe - suspirou - eu só espero que o que vi essa noite não atrapalhe seus planos.

Vanessa: O que? - olhou para Manuela.

Manuela: O gato que estava com você - antes de Vanessa falar algo - eu vi o jeito que você olhava pra ele Vanessa e... - foi interrompida.

Vanessa: Não seja boba Manuela - sorriu maliciosa - eu só preciso me divertir algumas vezes, mas sentimentos não é coisa que me dou oportunidade de sentir.

Manuela: Assim eu espero - abriu a bolsinha de mão, retirou um batom vermelho de dentro e com ajuda de um espelhinho retocou em seus lábios - agora vadia, me deixa, eu nem te conheço, preciso me divertir - e saiu sem esperar resposta.

Vanessa sorriu e sem olhar em direção da Manuela, saiu do salão como e aquela conversa não tivesse existido e foi para seu quarto, aquela noite havia chegado ao fim pra ela, mas estava longe de terminar para outras pessoas.

Annie estava realmente se divertindo com os amigos, Dul já estava mais alegre por causa da bebida, Giu sorria e dançava feito uma criança em festa de aniversário e Alex divava com suas coreografias. Havia se passado mais ou menos uma hora depois do ocorrido no banheiro e o salão começava a sem graça, estava sufocando, mas ninguém queria dormir, então Giu deu uma ideia.

Giu: Que tal dar uma volta no PCP? Deve estar uma linda noite e bem mais fresco que aqui, to morrendo de calor.

Todos concordaram e lá foram eles. Precisaram atravessar a parte dos dormitórios antes de chegar ao PCP. Em 10  minutos de caminhada eles já estavam andando entre as primeiras árvores. Giu na frente como sempre a sua alegria que parecia não ter fim, Alex segurando Dul que havia exagerado um pouco na bebida e ria de tudo, logo atrás caminhando devagar Annie. Realmente a noite estava linda, céu estrelado, lua cheia e um clima gostoso, mas que se ficasse muito tempo ali começaria sentir frio, ainda mais vestida com aquela roupa. Ao pensar na sua roupa, Annie sorriu, estava envergonhada de estar tão amostra, mas estava feliz, de um jeito que há muito tempo não ficava. Decidiu sentar num banco de madeira que ficava bem embaixo de uma árvore, descansar um pouco, relaxar e aproveitar o lugar e o momento, enquanto os outros se distanciavam, deixando-a ali.

Passou uns minutos e ouviu um barulho vindo da árvore, imaginou ser um bicho e ficou apreensiva, de novo o barulho e aconteceu ao mesmo tempo lhe deixando tonta e com o coração acelerado pelo susto que levou. Poncho estava na sua frente.

Alfonso: Perdão pelo susto - Annie estava branca e congelada.

Anahi: O-o que estava fazendo na árvore? - conseguiu falar gaguejando, pelo susto e por estar frente a frente com ele.

Alfonso: Resolvi caminhar antes de dormir e acabei em cima da árvore, deu saudade da infância e resolvi voltar a ser macaco - sorriu. Incrível como seu coração acelerou na presença dela e uma necessidade de falar qualquer piada boba para fazê-la sorrir tomou conta dele - desculpa, não queria ter te assustado.

Anahi: Tudo bem - sorriu - já passou. Ela não sabia o que falar ou como agir, mas tê-lo ali tornou sua noite melhor do que já estava.

Alfonso: Posso me sentar com você?