Fanfic: Uma viagem sem volta. /1ª e 2ª temporada.

Já estava cansada, e para minha sorte começava a chover. Minhas roupas, meu celular, nós estávamos todos ensopados. Logo as gotas de chuva que caiam em meu rosto misturaram-se com as lágrimas que começavam a cair dos meus olhos, eu estava sozinha, não sabia onde estava.

Quer dizer, eu pensava que estava sozinha, após eu virar uma rua eu percebi um homem me seguindo, vagando na rua, no meio da chuva, ele só podia estar bêbado, com certeza estava, ele começava a me chamar, mas não olhei para trás, continuei andando mas ele não desistia, agora começava a falar coisas obscenas pra mim. Pela primeira vez quis matar alguém, mas fiquei com medo de testar minha força agora, soltei minha mala no chão e me virei de frente para aquele homem, comecei a falar para ir para casa, parar de me seguir, que ele não conseguiria nada comigo, que era melhor se afastar de mim, mas meu erro foi dizer isso de olhos fechados por causa da chuva forte, quando os abri ele já estava na minha frente, me assustei e dei um passo pra trás, passo em falso, pisei em um buraco e acabei caindo deitada,  ele se ajoelhou e começou a se inclinar pra mim, em impulso eu fechei os olhos e coloquei as mãos em frente ao corpo, com as palmas das mãos viradas para o bêbado, escutei um barulho de vidro, como se ele estivesse quebrando, mas continuei de olhos fechados, esperando o pior.

Passaram alguns segundos e nada tinha acontecido, estava silencio, como se o rapaz tivesse ido embora. Lentamente abri meu olhos e soltei um grito quando vi aquilo, eu simplesmente tinha congelado o homem, ele estava envolto por uma grossa camada de gelo. Eu era uma vampira extra, e meu poder era o gelo.  Antes que alguém pudesse chegar eu me levantei, peguei minha mala e comecei a correr, correr em uma velocidade incrível.

Eu nem via para onde estava indo, estava em choque pelo o que tinha acabado de presenciar, era tão surreal, inacreditável. Olhei em um relógio que havia em um poste, lá marcava 00h00min, eu estava morta de cansaço então parei de correr, ao meu lado havia um prédio, fiquei pensando se podia escalá-lo.

Escalei e fiquei embaixo de uma telha, esperando parar de chover, como se isso fizesse diferença agora.

Encostei minha cabeça nos joelhos e fiquei lá quieta, não por muito tempo, alguns minutos depois eu senti uma mão em meu ombro, me chacoalhando, desesperado ele dizia “Marie! Você está bem? O que aconteceu com você?” reuni forças e levantei a cabeça e abri os olhos. Tive uma profunda sensação de alivio quando vi meu anjo na minha frente, ele também já todo molhado, ajoelhado em minha frente, segurando em meus ombros ele dizia:

Kaname: Marie, meu Deus como foi difícil achar você! Do nada eu senti um pressentimento, imaginei que fosse você, aquele pouco sangue que peguei de seus lábios foi o suficiente para que sua essência ficasse guardada em mim, tive um pressentimento que você estivesse em perigo, por isso fui até sua casa, mas você não estava lá, sua irmã me explicou tudo e então sai como um louco a tua procura, seu cheiro estava fraquinho por causa da chuva, estava quase perdendo as esperanças, porque não me ligou?

Eu estava sonolenta, a única coisa que fiz foi me atirar em seus braços, exausta, enquanto sussurrava "obrigada por me achar...". Ele entendeu e me pegou no colo, desceu do prédio e me colocou no carro dele, pude jurar que vi um menino me olhando, não consegui decifrar seu rosto por causa da janela embaçada da chuva, a única coisa que consegui ver foram os olhos, azuis e preocupados, parecia que ele me conhecia, que estava preocupado comigo, mas eu não o conhecia, estava sozinho e na chuva, depois que o Kaname fechou a porta, ele se virou e saiu, fiquei intrigada com isso, mas estava muito cansada para raciocinar agora. Quando senti que estava segura, eu fechei os olhos e não vi mais nada.

Não estava realmente dormindo, apenas estava de olhos fechados, descansando. Chegamos e Kaname me tirou do carro em seus braços, me deitou em alguma coisa, era grande, talvez fosse uma cama. Ele sentou em meu lado e acariciando meu rosto perguntou...

Kaname: Marie, você está bem? Por favor, me responde!

Eu abri os olhos e me apoiei na cama, me sentando, respirei fundo (força do habito).

Marie: Estou bem sim, por fora está tudo perfeito...

Kaname: Antes de te procurar eu falei um pouco com sua mãe, fique tranqüila ela está bem, terrivelmente chateada com seu pai, mas ela está bem, sua irmã está cuidando dela. Não queria tocar nesse assunto, mas tenho que perguntar, você disse que eu era também?

Marie: Preciso ligar pra ela, avisar que estou bem... E não, eu não disse.  

Kaname: Seu eu soubesse que ele teria essa reação eu tinha ficado lá com você, ou você viria pra cá direto, me desculpa, não pensei nisso.

Marie: Não precisa se desculpar...

Ele não disse nada, pegou seu celular e me emprestou, liguei para minha mãe, mas ela já estava dormindo, minha irmã atendeu, falei com ela, onde estava, disse que estava bem. Perguntei como minha mãe estava e ela disse que estava dormindo por causa de um calmante que ela tinha dado a ela. Eu também perguntei de meu pai, e ela disse que ele havia saído e até agora não tinha voltado, me despedi e desliguei o telefone. O Kaname já veio me perguntando se estava tudo bem por lá.

Marie: Sim, ela está dormindo.

Kaname: Ah, que bom. E você, está bem mesmo?

Marie: Foi tão horrível... Não queria que tivesse chegado a esse ponto, ficar brigada com ele assim, nunca fui disso.

Kaname: Não se culpe, ele que não entendeu que o que você é não interfere nas suas atitudes, existem vários humanos que são muito mais maléficos que qualquer vampiro.

Marie: Explica isso pra ele...

Kaname: Pois é... Hei, você precisa tirar essas roupas molhadas, sei eu não iria interferir em sua saúde, mas mesmo assim, não quero abusar.

Marie: Mas minha mala está toda molhada também, fora as roupas íntimas que eu guardo em uma espécie de saquinho... Mas eu não vou ficar de calcinha e sutiã aqui senhor Kaname ¬¬’

Kaname: Eu sei senhora Marie, mas você as coloca e eu te empresto uma camisa minha.

Marie: Tudo bem então.