Fanfic: Uma viagem sem volta. /1ª e 2ª temporada.

Soltei um grito enquanto me secava, precisava gritar. Sabe quando a gente gosta tanto de algo que gostaria de gritar? Tive que fazer!

Penteando meu cabelo, em frente ao espelho, eu me lembrei do Peter dizendo ‘tenho uma surpresa pra você depois que dançarmos’, suspirei, e voltei a ficar ansiosa, mas agora por outro motivo.

Saindo do vestiário, o pátio ainda estava cheio. Como eu tinha demorado com certeza o Peter já teria saído, então fui à procura dele. A chuva tinha misturado todo o meu olfato, não conseguia distinguir mais, tive que procurá-lo do jeito tradicional, vasculhando. Senti alguém pegando no meu braço, virei com tudo, pensando que poderia ser ele, mas não era.
Kaname: Queria tanto te abraçar bem forte agora, mas isso ficaria estranho aqui, na frente de tantos alunos. Você foi fabulosa.
Marie: Ah... Magina, só fiz tudo de acordo com os ensaios.
Kaname: Parabéns! Vamos?
Marie: Vamos? Pra onde?
Kaname: Nosso voo, já está atrasado.
Marie: O que? Pirou? É amanhã!
Kaname: Não, eu confundi as passagens, é hoje, agora!

Eu sentia uma ponta de atuação naquela voz... Parecia que ele sabia que era hoje, que estava escondendo de mim, para me pegar de surpresa.
Marie: Mas eu preciso me despedir... Eu preciso falar com o Peter antes, ele disse que queria me mostrar uma coisa! Eu não posso ir embora do nada assim!
Kaname: Do avião você liga... Vamos!

Há essa hora com certeza ninguém nos via mais, ele já tinha passado um braço por cima do meu ombro, me arrastando até o portão da saída da escola.

Perto do portão, eu comecei a escutar meu nome, eu sabia quem estava chamando...
‘Marie, Marie, onde você está?’
Ele gritava, olhando aflito entre as pessoas. Eu queria gritar ‘eu estou aqui’, mas isso iria causar problemas...

Ele passou do meu lado, não me vendo. Como eu queria que ele pudesse sentir meu cheiro agora... Em um segundo, eu juntei as mãos e formei um coração feito de gelo, e joguei em suas mãos. Ele pegou assustado, e assim que viu que era gelo, já percebeu que era eu que tinha jogado.

Já de longe, eu o via mais aflito ainda, passando feroz pelas pessoas, quase as derrubando, gritando o meu nome... A única coisa que eu podia fazer era assistir, enquanto limpava discretamente minhas lágrimas, que não eram de felicidade agora...