Fanfic: Uma viagem sem volta. /1ª e 2ª temporada.

Kaname: Eu fico tão feliz quando escuto essas coisas vindo de você, que você nem imagina...  – Ele sorria agora, com um olhar alegre no rosto, enquanto acariciava a minha bochecha com as pontas de seus dedos.–  Como eu tinha dito, minha mãe e meu irmão eram os únicos vampiros da família. Ela sempre recusou morder meu pai, ou eu. Ele implorava pra ela o morder, já que ele ficaria velho, e morreria, e ele não queria isso, ele queria viver para sempre ao lado da única mulher que amou por toda a vida, até seus últimos dias. Ela cumpriu sua promessa com dor no coração, e manteve meu pai humano, até ele morrer aos 50 anos, por uma doença. Com a morte do meu pai, minha mãe ficou muito sozinha, entrou em depressão, chorava todos os dias, se torturando, arrependida de não ter transformado meu pai em vampiro. “Eu só queria protegê-lo, mas ele faz tanta falta...”, todos os dias ela repetia isso. Meu irmão e eu não sabíamos o que fazer... Minha mãe tinha um motivo para não querer transformar ninguém em vampiro. Assim que uma vampira louca a mordeu, ela sofreu muito preconceito da família dela. Imagina o que seu pai fez com você, só que todos, todos os parentes dela fizeram a mesma coisa, ela não teve uma amiga, uma pessoa que a entendesse e que a acolhesse, até conhecer meu pai. Por causa de toda essa pressão que ela sofreu, não quis morder meu pai. Com o tempo, ela começou a enlouquecer, totalmente... Tanto o Zero, como eu, morríamos de pena dela, fazíamos de tudo para agradá-la, mas nunca dava certo, ela pedia desculpas, dizendo que não era a nossa culpa. Mesmo louca, ela ainda cuidava da gente, ela sempre foi uma ótima mãe. Quando eu tinha exatamente 17 anos, ela teve um ataque de loucura, assim que meu irmão entrou em casa, ela pensou que ele fosse um ladrão, ou qualquer coisa do tipo, e foi para cima dele. Eu não podia interferir, eu era um mero humano, qualquer empurrão que um dos dois me desse, eu morreria esmagado. Eu apenas gritava pra ela “É o Zero, é o Zero!”, mas era totalmente inútil, ele também tentou, mas não conseguiu, no final, minha mãe arrancou o coração dele, o matando. Fiquei traumatizado com aquela cena, e ela também ficou. Só depois de ver o cadáver do meu irmão, ela se tocou que não era ladrão, era o seu filho, todo ensangüentado, com um buraco no peito, morto.   – Pela primeira vez eu via o Kaname chorar, não desesperadamente, mas uma tímida lágrima escorria do canto dos seus olhos. –   Ai sim, ela tinha chegado ao fundo do poço, e só tinha a mim, para ajudá-la. Meu irmão era a fonte de alimento dela, e vice-e-versa, mas com a morte dele, ela não tinha como se alimentar, eu me ofereci várias vezes, mas exatamente como o meu pai, ela se recusava. Como não conhecia nenhum vampiro, ela disse que não morderia ninguém, que esperaria seu corpo morrer com a falta de sangue. É claro que eu não deixaria. Esperei ela ficar de cama, totalmente fraca. Assim que ela chegou a esse estado, eu fui até a cama dela, sentei ao seu lado, e com uma faca eu fiz um pequeno corte no pescoço, a centímetros de seu rosto, ela não teve como recusar, e então foi ali que eu virei um vampiro, exatamente um dia antes de completar 18 anos. Aquele dia eu pensei que fosse morrer. Sem querer minha mãe quase retirou todo o meu sangue. Coitada, ela estava há 12 meses sem comer nada, até hoje, eu não sei como ela conseguiu. Eu tinha em média 10% de chances de sobreviver depois que minha mãe me mordeu, eu fiquei com um fio de sangue, mas sobrevivi, e na transformação, tive meus olhos mudados, iguais os da minha mãe, e meu cabelo escureceu, eu odiava aquele cabelo loiro.   – Ainda com os olhos molhados, ele sorria inocentemente ao lembrar-se do seu cabelo de antes. –    Minha mãe ficou furiosa comigo, mas me perdoou. Eu só queria minha mãe viva, e perto de mim. Mas eu apenas salvei a parte física dela, mas a mental ainda não estava recuperada, ela continuava com sérios distúrbios. Ela conseguiu viver um pouco mais de 100 anos desse jeito, ela era uma mulher forte. Em um dia qualquer ela decidiu fugir. Apenas deixou um bilhete me agradecendo por tudo o que eu tinha feito pra ela, e dizendo também para não procurá-la. Não a obedeci novamente, como eu me alimentava dela, eu conseguia sentir seu rastro em qualquer lugar, então eu a segui. A achei em Chicago, nos Estados Unidos. Ela havia acabado de atacar uma família. Tinha matado uma mulher e uma adolescente, tomando todo o sangue de seus corpos. Ela chegou a morder o marido da mulher morta e seu outro filho, mas não chegou a matá-los. Enquanto os dois transformavam-se em vampiros na minha frente, ela chorava desculpando-se, que não queria, que o cheiro deles ela não pode evitar. O garoto, que tinha uns 16 anos, aproveitou enquanto minha mãe estava falando comigo, e enfiou a mão em suas costas, segurando em seu coração, o garoto dizia chorando “isso é por você ter matado uma parte da minha família.”, minha mãe, já sabendo que ia morrer, apenas disse “Foge meu filho. Não se esqueça, eu te amo.”, o garoto, gentil, esperou ela terminar de falar, para depois matá-la de vez, arrancando seu coração. Eu não sabia o que dizer, eu apenas chorava abraçando o cadáver da minha mãe em meus braços. Estava com medo de que aquele garoto pudesse me matar também. Mas antes de eu dizer algo, ele virou-se pra mim e disse “fique tranqüilo, você não tem nada a ver com que essa mulher fez. E, por favor, não me culpe, ela também tirou minha mãe.” O garoto só disse isso e saiu da casa, junto com seu pai. Eu estava com tanto ódio dentro de mim, eu queria esmagar aquele menino, queria estraçalhar ele com todas as forças do meu corpo, mas eu escolhi me vingar dele, eu tiraria algo especial. Um mês depois, eu tentei matar seu pai, mas não consegui. Como o garoto só tinha seu pai, eu escolhi esperar, esperar até ter a oportunidade perfeita. Até hoje eu nunca o perdi de vista, e mesmo que seja a única coisa que eu faça eu vou me vingar, ainda não sei de que jeito, mas eu vou me vingar. Só estou no morando no Brasil, porque ele também está. Eu nunca perdi seu rastro, e nunca perderei.  – Os olhos dele estavam vermelhos, mas de raiva.–   Por isso que eu digo, eu não quero te perder, você é... A única... Coisa que eu tenho... Nesse mundo...   – Os olhos raivosos tinham dado lugar a um olhar suave. Ele me abraçou forte, enquanto limpava as poucas lágrimas que ainda estavam em seu rosto. –
Marie: Para com isso de que vai me perder! Você sabe que não vai, se estou aqui com você, é porque gosto de você e que quero ficar ao seu lado, não acha?

Ele, sorridente, afastava-se um pouco e segurava meu rosto com as mãos, me olhando com os olhos brilhando.

Kaname: Você é um anjo na minha vida, sabia?
Marie: Eu só faço o que o meu coração manda...

Ele sorriu mais uma vez e me beijou carinhosamente, me abraçando e me segurando em seu colo, como se eu fosse um bebê, como sempre fazia...