Fanfic: A seleção (Adaptada) | Tema: Vondy

— E o que você poderia dizer para justificar aquilo? Só quero que você me mande para casa. Não quero mais ficar aqui.

— Não.

Fiquei irada. Ele não tinha me pedido exatamente isso?

— Christopher Alexande Luis Casillas Von Uckermann, você não passa de uma criança que segura um brinquedo que não quer, mas não suporta que outra pessoa o tenha.

Com calma, Christopher começou a falar.

— Entendo a sua raiva, mas...

Fuzilei:

— Estou além da raiva!

Christopher parecia tranquilo.

— Dulce, não me chame de criança nem me provoque.

Fuzilei de novo:

— E o que você vai fazer?

Christopher agarrou meus pulsos e imobilizou meus braços atrás das costas. Dava para ver a raiva em seus olhos. Fiquei contente de ele sentir isso. Queria que ele me desafiasse. Queria um motivo para machucá-lo. Eu era capaz de cortá-lo em pedaços naquele momento.

Mas não havia ódio em Christopher. Em vez disso, senti aquela chispa de eletricidade, aquela que estava desaparecida havia um bom tempo. O rosto de Christopher estava a centímetros do meu. Seus olhos procuravam os meus, talvez para saber como ele seria recebido; talvez sem se importar com nada. Embora tudo estivesse errado, eu ainda queria. Meus lábios se desgrudaram antes de eu me dar conta do que estava acontecendo.

Chacoalhei a cabeça, com o intuito de clarear minhas ideias, e recuei até a sacada. Ele não tentou me conter. Respirei fundo algumas vezes antes de encará-lo novamente.

— Você vai me mandar embora? — perguntei sem alarde.

Christopher negou com a cabeça, sem vontade ou condições de falar.

Arranquei o bracelete que ele me dera e lancei contra a parede do quarto.

— Então saia — pedi em voz baixa.

Dei meia-volta e continuei na sacada. Esperei alguns segundos até ouvir o barulho da porta. Assim que ele saiu, deitei no chão e comecei a soluçar.

Ele e Belinda eram tão iguais. Tudo para eles era um espetáculo. E eu sabia que Christopher era capaz de passar o resto da vida induzindo as pessoas a acreditar que ele era maravilhoso com suas palavras doces. Isso ao mesmo tempo

em que as mantinha presas em suas posições. Exatamente como Gregory.

Sentei no chão e cruzei as pernas. Por mais zangada que estivesse com Christopher, estava ainda mais comigo mesma. Deveria ter lutado mais. Deveria ter feito mais. Não deveria estar ali parada, sentindo-me derrotada.

Enxuguei as lágrimas e analisei a situação. Não queria mais nada com Christopher, mas ainda estava no palácio. Não queria mais competir, mas ainda tinha uma apresentação a fazer. Pedro podia pensar que eu não era forte o bastante para ser princesa — e estava certo —, mas tinha certeza de que ele botava fé em mim. Assim como meu pai. Assim como Nicoletta.

Já não estava lá para ganhar. Então, como poderia sair em grande estilo?