Fanfic: A seleção (Adaptada) | Tema: Vondy

—MAS EU ESTOU DIZENDO Christopher, não foi acidente.

Ambos estávamos no jardim novamente, matando o tempo até o Jornal Oficial. Esperei o dia inteiro para encontrar um momento em que pudesse conversar com ele.

— Ela pareceu triste, e pediu tantas desculpas — ele argumentou. — Como pode não ter sido acidente?

Bufei de irritação.

— Estou dizendo. Vejo Belinda todos os dias, e aquele foi seu jeito discreto de arruinar os quinze minutos de fama de Kriss. Ela é supercompetitiva.

— Bem, se a intenção dela era tirar minha atenção de Kriss, falhou. Passei quase uma hora com a garota. Bem agradável, por sinal.

Eu não queria saber disso. Tinha certeza de que existia uma ligação tênue entre nós, e não queria falar de nada que pudesse mudá-la. Não até que eu entendesse meus sentimentos.

— E quanto a Anna? — perguntei.

— Quem?

— Anna Farmer. Ela bateu em Belinda e você a enxotou, lembra? Sei que Anna foi provocada.

— Você ouviu Belinda falar alguma coisa? — indagou Christopher, com voz cética.

— Bem... não. Mas eu conhecia Anna e conheço Belinda. Anna não é o tipo de pessoa que parte direto para a violência. Celeste deve ter dito algo muito maldoso para ela reagir daquele jeito.

— Dulce, estou ciente de que você passa mais tempo com as meninas do que eu, mas você realmente as conhece? Sei que gosta de ficar escondida no quarto ou na biblioteca. Ouso dizer que tem mais intimidade com as criadas do que com qualquer uma das Selecionadas.

Ele provavelmente tinha razão, mas eu não ia recuar.

— Isso não é justo. Eu estava certa quanto a Annie, não estava? Ela não é uma garota legal?

Ele fez uma careta:

— É, ela é legal... acho.

— Então por que não acredita em mim quando digo que Belinda agiu de propósito?

— Dulce, não é que eu ache que você esteja mentindo. Tenho certeza de que acha que foi de propósito. Mas Belind pediu desculpas. E ela sempre é boa comigo.

— Aposto que é — resmunguei baixo.

— Chega — disse Christopher, com um suspiro de enfado. — Não quero falar das outras agora.

— Ela tentou tomar meu vestido — reclamei.

— Eu já disse que não quero falar dela — o príncipe rebateu com raiva. Isso era o máximo que eu ia conseguir. Bufei e dei um tapa na minha própria perna. Estava tão frustrada que queria gritar.

— Se vai agir assim, vou procurar alguém que realmente queira a minha companhia — ele disparou, e começou a se afastar.

— Ei!

— Não! — Christopher se voltou para mim e falou com uma voz tão forte que eu nunca imaginaria que pudesse sair dele. — Você se esquece de sua situação, senhorita Dulce. Faria bem a você lembrar-se de que sou o príncipe herdeiro de Illéa. Para todos os efeitos e finalidades, sou o senhor e mestre deste país, e seria um coitado se deixasse você me tratar assim em minha própria casa. Não precisa concordar com minhas decisões, mas

deve submeter-se a elas.

Ele se virou e saiu. Não viu — ou não quis ver — as lágrimas que enchiam meus olhos.