Fanfic: Ser Livre. - Finalizada | Tema: Vondy

Christopher se jogou na cama afundando a cara no travesseiro. Queria chorar, gritar, espernear. Sua vida já não fazia mais sentido. Sentia falta de fazer amor todos os dias com sua ruivinha, ou aquele sexo selvagem que só eles sabiam como fazer, sentia falta de dormir agarradinho com ela, sentia falta de acordar com ela deitada ao seu lado, e acariciar-lhe os cabelos, sentia falta de acordá-la com beijos, ou de ser acordado com diversos beijos pelo rosto. Sentia falta dela. Não podia negar. Seria muito melhor se não tivessem se envolvido, já sabiam que isso mais cedo ou mais tarde aconteceria, não puderam evitar. 

Quando se deu conta, lágrimas e mais lágrimas saíam de seus olhos sem pedir permissão. Agora, na solidão de seu quarto, podia chorar o quanto quisesse. Podia gritar. 

Pegou seu celular que estava ao lado da cama para olhar as horas e se deparou com uma foto deles. Estavam tão apaixonados. Desbloqueou o aparelho e lá apareceu uma foto da sua ruiva. Só sua. Jogou o celular na cama e se virou de barriga para cima. Ficou um bom tempo observando o teto, quando ouviu alguém bater na porta.

Lentamente, se levantou e foi abrí-la, dando de cara com Sherlyn. Tentou enxugar as lágrimas, mas foi em vão, pois seu rosto e seus olhos já estavam vermelhos e inchados.

Sua irmã entrou e o acompanhou até a cama, sentando-se ao lado dele.

— Desabafa maninho. − passou as mãos pelos cabelos bagunçados dele. − O que sente?

— Mágoa.

— Estou preocupada. Você não tem se alimentado.

— Não sinto mais fome. − respondeu com a voz embargada. − Viver já não tem mais sentido. Não sem ela.

— Ei, olha pra mim. − pediu e ele o fez. − Não diga isso, ok? É só uma fase. Todo casal tem seu tempo ruim.

— Eu sabia que isso nunca ia dar certo, Sher. Sabia! Por isso não me abri antes, porque sabia, aliás tinha certeza, que isso não daria certo.

— Como poderia ter certeza? Ninguém nasce sabendo de nada nessa vida, Chris. 

— Sherlyn, pelo amor de Deus! Ela é minha prima! Nossa prima. − disse como se fosse óbvio. − Imagina se o Aaron fosse irmão dela. Você saberia o que estou sentindo. Saberia todo o medo e insegurança que senti todo esse tempo.

— Não tente misturar as coisas, Christopher! Ela te ama. Você a ama. Lute pelo que é seu. Lute pelo que sempre quis. Ainda não entendi o porquê de vocês terminarem pela Maria. Por Deus, vocês tinham 14 anos na época, caramba! Agora ela chega e acha que tem moral. Você deu um fora nela, não respondeu àquelas mensagens, não se encontrou com ela nem nessa semana que vocês mal se falavam... Isso tudo foi motivo pra terminar? Pensa Ucker!

Christopher suspirou.

— Ela não acreditou em mim, Sher. Não confiou. Sabe como é importante confiança em um relacionamento? Um namoro não vai pra frente se sempre há desconfiança e insegurança. Tente entender. − passou a mão pelos cabelos.

— Eu entendo. − suspirou. − Mas não suporto ver os dois sofrendo desse jeito. Poxa, vocês são minha família. Minha única família. Ela também é como uma irmã pra mim. Não gosto de ver vocês assim. Me dói. − disse com os olhos lacrimejados.

Christopher sorriu e passou a mão no rosto dela.

— Tudo vai se resolver, maninha. Prometo.