Fanfic: Ser Livre. - Finalizada | Tema: Vondy

Dulce desceu do táxi e respirou fundo. Achou que nunca mais pisaria naquela casa, lugar onde sofreu por três anos feito uma condenada.

Olhou para María Gabriela que abriu a porta e suspirou antes de entrar.

Tudo permanecia do mesmo modo de quando deixou a casa. 

— Dulce?

Seu corpo tremeu. Não queria nunca mais ter que ouvir essa voz de novo.

Ela se virou e ao pé da escada estava seu pai acompanhado de sua mãe.

— Você não estava internado? − perguntou friamente.

— Vejo que já conheceu sua irmã. − ignorou o que ela disse.

— Você não estava internado? − repetiu.

Ele suspirou.

— Esse foi o único jeito de fazer você voltar.

Dulce o fuzilou com os olhos, em seguida olhou para Gabi que sorria amarelo.

— Então você mandou uma desconhecida se passando por minha irmã pra me buscar?

— Ela é sua irmã. Nós saberíamos que você não voltaria, então tive que inventar essa história do ataque cardíaco.

— E por que quis que eu voltasse? Suponho que não seja por saudade. 

— Soubemos que você e Christopher estão namorando.

— Ah claro. − riu forçada olhando para o lado. − Estavam me vigiando?

— Desde o dia que você saiu. − Blanca respondeu pela primeira vez.

— Não preciso de babá, eu já tenho dezoito anos. Só pra vocês saberem...

— Queremos o seu melhor.

— Meu melhor? − arqueou a sobrancelha. − Me afastando de pessoas que eu amo? Me afastando do homem que eu mais amo nesse mundo?

— Ele é seu primo, Dulce! Você acha que é amor, mas é só uma aventura e do jeito que ele é um moleque, com certeza só está com você por causa de seu corpo. Pra te usar e depois jogar fora.

O sangue de Dulce ferveu e teve que se segurar para não voar no pescoço de seu pai.

— Ele é meu primo não meu irmão, caramba! E sim, é amor. Ele me ama e eu o amo. Diferente de você que usou a Gabriela por uma noite, fez uma filha e depois não quis nem saber.

Fernando arregalou os olhos.

— Olha como fala comigo, mocinha! Eu ainda sou seu pai. E aliás, eu mandava dinheiro para elas todo mês. Nos falávamos por telefone.

— Dinheiro não paga amor, pai. − falou um pouco mais alto. − Acha que a María Gabriela não sentiu falta de um pai presente? Um pai de verdade? − olhou para a mesma que mantinha a cabeça baixa. − Coisa que você não foi nem pra mim. 

— Dulce María! − repreendeu Blanca.

— E você, mãe? Seu marido te traiu e você aí como se não tivesse acontecido nada.

— Eu o amo e por isso o perdoei.

— Ama? Ah, então você entende o que isso significa? Sabe o que sinto pelo Christopher?

— É diferente.

— Não tem nada de diferente. − gritou. − É amor, p/orra! − baixou o tom. − Se você sofresse um ataque cardíaco agora, Fernando, eu não estaria nem aí pra você. E se querem saber, eu e Christopher não estamos mais juntos por culpa de vocês. Ele terminou comigo por medo que eu sofresse por ficar sem falar com vocês caso a gente um dia se tornasse marido e mulher. Ele sim é um homem de verdade. 

Dulce subiu as escadas correndo deixando todos na sala sem palavras. Não havia mais o que dizer.