Fanfic: As Vestes do Amor - AyA (Adaptada) - FINALIZADA | Tema: AyA

Rodrigo realmente havia dito que eles acertariam suas diferenças quando ela retornasse.
Ele se calou, testa franzida e alguma expressão indefi-nível em seus olhos negros.
— Você o ama tanto que acredita nisso? — indagou, olhos negros vasculhando os seus.
A nota terna em sua voz a pegou de surpresa. Ele realmente se importava com o quanto ela gostava de Rodrigo?
— Eu... é claro...
Ele não esperou que ela terminasse sua frase.
— Ele não vai casar com você — disse baixinho. Ela não teve certeza se ouvira direito.
— Como?
— Ele não vai casar com você. — Desta vez ele disse tão alto que foi impossível não entender suas palavras.
— Você não tem como saber disso — acusou-o Annie, a voz surpreendentemente estável enquanto sua mente gritava: Como você sabe? Como ele podia soar tão seguro, tão certo? Não havia como ele pudesse saber de alguma coisa assim.
Os olhos dele lhe diziam que ele sabia.
Uma sensação de alarme apossou-se de Annie.
— O que está acontecendo? — inquiriu, tentando juntar os pontos entre a intenção de Alfonso de se casar com ela e o ressentimento profundo de Rodrigo. Ela não tinha certeza do que aquilo significava, mas de algum modo devia haver uma conexão. Tinha de haver.
— Por que eu? Por que você me escolheu como sua noiva?
Ele deu de ombros.
— Vi uma foto sua. Ouvi falar sobre sua reputação. Tudo que descobri a seu respeito me fascinava. Eu precisava me encontrar com você. E quando eu a conheci, na loja, tive certeza de que era a pessoa certa para mim.
Ela o fitou friamente.
— É muito difícil acreditar no que você está dizendo.
— Por quê?
— Por quê? Não acredita em amor à primeira vista? Aconteceu com meu pai. Por que a mesma coisa não poderia acontecer comigo?
— Porque, ao contrário da sua mãe, eu já tenho um namorado. Não estou procurando por um marido.
— Rodrigo não se casará com você porque ele não pode.
Alguma coisa estalou dentro dela. Annie já ouvira demais. Brandiu as mãos, nervosa. Não queria continuar com esses jogos psicológicos. Não precisava deles. Agora que ele a deixara ir, ela tinha coisas melhores para fazer com seu tempo. Como fazer as malas e sair deste país.
— Não preciso ouvir isso. Eu não sei o que você pensa que sabe e, francamente, não me importo. Estou indo embora.
Ela se virou para a porta e as palavras dele a seguiram, afiadas como adagas.
— Não me ouviu? Ele não pode se casar com você.
— Não estou ouvindo — disse Annie, balançando a cabeça enquanto estendia a mão para a porta do ateliê.
— Eu não me importo.
Ela bateu a porta, pensando que poderia ter dado um soco no queixo de um sheik particularmente arrogante. Mas a porta não fez ruído ao bater. Frustrada pela falta de um estrondo satisfatório, ela se virou para vê-lo bem atrás dela, bloqueando o espaço que a porta deveria ter preenchido.
— Não quer saber por quê?
Ela tampou os ouvidos enquanto caminhava até o seu quarto.
— Não. Eu não quero saber o que você pensa que sabe. Não compreende? Tudo
que quero é sair daqui. Tudo que quero é ficar longe de você!
— Então sugiro que tome cuidado, porque, para um homem apaixonado, Rodrigo não foi completamente honesto.
Aquilo capturou sua atenção. Ela voltou-se, segurando sua mala, já iniciando sua fuga.
— Oh, isso é lindo, vindo de você. — Ela deixou a mala cair aberta no chão, e começou a arrancar suas roupas dos cabides, tentando enxergá-las por trás da cortina aquosa que borrava sua visão.

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