Fanfic: As Vestes do Amor - AyA (Adaptada) - FINALIZADA | Tema: AyA

CAPÍTULO ONZE

Ela precisava ir embora. Agora mais que nunca. Não podia mais confiar em seus sentimentos. Não podia mais ter certeza se estava sendo racional. Ela perdera o controle de sua vida, e precisava passar algum tempo longe para recuperá-lo.
Longe da influência de Alfonso. Longe do feitiço poderoso que ele exercia sobre ela. Férias com sua família na Austrália lhe dariam a distância de que precisava para se recompor. Precisava refazer seus elos com sua mãe e irmãs antes de poder seguir em frente com sua vida. Gianfranco precisava lhe conceder a licença.
Mas o primeiro passo seria sair de Jebbai.
Ela se manteve calada enquanto Alfonso parava o veículo diante do palácio e os dois saltavam. Não queria falar nada enquanto estivesse perto dos criados.
— Pronto — disse ele, abrindo a porta do escritório enquanto carregava a mala de Annie. — Está de volta sem um arranhão. Não disse que seria assim? — Ele olhou em torno. — Onde está Azizah? Ela deveria estar aqui.
— Talvez não estivesse nos esperando tão cedo — disse Annie, desejando que ele fosse embora, desejando que ele permanecesse, desejando que tudo acabasse.
Ela olhou para seu relógio, somando mentalmente uma jornada de seis horas ao horário do começo da tarde. Calculou que talvez fosse possível conseguir um vôo de volta para Milão ainda hoje, caso o alerta de segurança tivesse sido suspenso. Comparado com isso, não era importante onde Azizah estaria. Não era essa a questão que atormentava seus pensamentos.
— Sabe se o aeroporto reabriu?
Ele a olhou de testa franzida.
— É uma pergunta casual ou você tem um interesse mais específico?
— Por que a pergunta? Minha resposta vai mudar a sua?
— Quero saber. Por que você quer saber se o aeroporto está aberto ou fechado?
— Porque você me disse que me daria uma carona, lembra? Prometeu me levar ao aeroporto e me colocar num avião para Milão, assim que ele reabrisse.
Suas palavras foram respondidas com silêncio. Um silêncio denso e longo. E então, uma explosão:
— Você está planejando partir? — Descrença transformou as palavras dele numa acusação.
— Claro que estou. Eu lhe disse que queria ir embora. Você me disse que me levaria pessoalmente até o aeroporto. Você prometeu.
Ele deu dois passos largos até ela.
— Mas isso foi antes... — As palavras morreram em sua garganta.
— Antes do quê? — inquiriu. — Antes de ontem à noite? Você acha que o que aconteceu ontem à noite muda alguma coisa?
Ele levantou as sobrancelhas.
— Não muda?
— Nós fizemos sexo, Alfonso — disse Annie. — Hoje em dia as pessoas fazem sexo e seguem seus caminhos. — Ela deu de ombros. — Não muda nada.
Ela virou o rosto antes que ele pudesse ver a mentira em seus olhos. Annie não podia permitir que ele visse o que aquilo significara para ela, não quando estava tão vulnerável e amedrontada.
— Sexo? — A palavra saiu de sua garganta como uma bala de canhão enquanto agarrava seu antebraço. — Foi isso que fizemos? E todo o tempo eu pensei que estávamos fazendo amor.
— Chame do que você quiser — disse Annie, num tom mais trêmulo do que gostaria. — Você prometeu me levar até o aeroporto. — Ela olhou para ele, rogando com os olhos para que compreendesse. — E espero que cumpra sua palavra.
Ele soltou abruptamente o braço de Annie.
— Não quero que você vá embora.