Fanfic: Mestre do Prazer(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Um caminho conduzia da casa até a praia. Parou no alto e viu Anahí e os filhos caminhando à beira d`água.

Eles ainda não o tinham visto, dando-lhe a opor­tunidade de analisá-los. O sol matinal aquecia a areia e brilhava no mar. De vez em quando Anahí ou um dos meninos parava e pegava uma concha ou um seixo.

Anahí parecia uma menina, não uma mulher, de camiseta com um binóculo pendurado no pescoço, bermuda jeans e rabo-de-cavalo. Podia ouvir o som da conversa, mas não as palavras. Ocasionalmente, risadas indicavam estarem se divertindo. Anahí olhou o mar e disse algo aos meninos, levando o binóculo aos olhos e depois se agachando ao lado deles. Nico — de alguma maneira Alfonso sabia quem era, sem poder explicar como e por que, recostado nela, com o braço em volta de seu pescoço e a cabeça nos ombros enquanto Sam estava parado do outro lado. Ela esten­deu os binóculos para Sam e depois para Nico. Alfonso protegeu os olhos com a mão e olhou o mar. A distância, pôde vislumbrar um pequeno grupo de gol­finhos. Anahí sempre se sentira atraída por esses ani­mais.

Nico devolveu a Anahí os binóculos. Ela lhe deu um beijo no topo da cabeça, um braço envolvendo Sam, o outro, Nico.

Sentiu uma cólica, uma dor familiar que de repen­te transformou-se num espasmo dolorido. Quando criança, nunca sentira o carinho de um abraço mater­nal, mesmo que não fosse da mãe. Pontapés e xingamentos, sim, e depois o desprezo do avô que o tolera­va por não ter escolha.

Na praia, Anahí deu um último abraço nos filhos e os soltou. Essas caminhadas matinais faziam parte do ritual de férias, hoje ainda mais agradável, graças a terem avistado os golfinhos.

Estava se levantando quando Sam gritou, excitado:

— Olha o primo Alfonso! — e correu pela areia, seguido por Nico.

Sam chegou primeiro, saltando em cima dele. Não havia motivos para preocupação: os filhos não fa­ziam objeção à presença de Alfonso em suas vidas. Nico também estava agarrando Alfonso, os rostos le­vantados enquanto falavam sem parar, contando so­bre a caminhada e a excitação de terem visto os golfi­nhos.

— Vou escrever no meu livro da vida que vi os golfinhos — anunciou Nico.

— Eu também — repetiu Sam.

— Vocês podiam primeiro fazer pesquisas sobre eles — sugeriu Anahí. — Talvez eu encontre algumas fotos na Internet para vocês colarem nos livros da vida.

— Eu já escrevi no meu que Alfonso vai ser nosso tutor — disse Nico a Anahí. — Talvez eu coloque uma foto dele no meu diário também.

— O que é um livro da vida? — perguntou Alfonso.

— É uma espécie de diário — respondeu Anahí com frieza. — Eles mantém um desde que aprende­ram a escrever. Anotam as boas lembranças...

— E quando ficamos tristes também, como quan­do papai morreu — disse Sam. — Vamos apostar uma corrida, Nico?

Aparentemente, Anahí era tudo que uma boa mãe devia ser, reconheceu Alfonso. Envolvida com os fi­lhos, preocupada, protetora, mas ao mesmo tempo encorajando-os à independência. Aparentemente. Mas a verdade é que era uma boa atriz, representando seu papel tão bem que dava a impressão de ser real. Ele sabia.

Com a partida dos meninos, Anahí manteve distân­cia de Alfonso. O corpo inteiro estava tenso, como se a respiração estivesse constantemente presa e os músculos contraídos. Mal tinha dormido nas últimas três noites, desde a chegada de Alfonso, e sabia que o sistema nervoso estava afetado pelo medo.

Os gêmeos tinham corrido, loucos pelo café-da-manhã. Automaticamente, Anahí acelerou o passo, para que pudesse alcançá-los, deliberadamente man­tendo o olhar focado nos meninos quando passou por Alfonso.

— Está perdendo seu tempo, sabia? Não pode me enganar. Conheço você bem demais. Sei o que a mo­tiva, o que a excita.

A afirmação em voz baixa só podia ser ouvida por ela. O coração começou a palpitar em ritmo irregular, pesado. Como ele sabia o efeito sexual que lhe cau­sava? Nem mesmo a alegria do passeio na praia com os meninos tivera o poder de apaziguar o palpitar de desejo. Como era possível sentir-se assim? Acredita­va, de fato, que depois de enfrentar as longas sema­nas após deixá-lo, sentindo-se muito mal de saudade tanto física quanto emocional e sendo cuidada por Carlo como se fosse uma inválida, como se tivessem isolado Alfonso de sua vida para sempre. Mas e se es­tivesse enganada? E se, como uma viciada em drogas ou álcool, não pudesse nunca se libertar do vício?

Estava livre disso, disse a si mesma. Tinha apren­dido a diferença entre a natureza destrutiva de uma li­gação física e emocional doentia, como seu relacionamento com Alfonso, e a que constituía um relacio­namento saudável. E ela ainda o desejava fisicamen­te? Não!

— Você pode achar que me conhece, Alfonso — retorquiu, tão calma quanto possível. — Mas a meni­na que conheceu não existe mais. Carlo me deu...

— Carlo lhe deu o quê? — Ela recuou ao ouvir o tom da voz. — Prazer sexual? Ele a fez gemer de pra­zer ao tocá-la com as mãos velhas, quando a penetra­va com a carne murcha, Anahí? Ou você fechava os olhos e pensava no dinheiro e na aliança no dedo? Foi isso que ele lhe deu? Em seguida, os dedos seguraram-lhe a cintura e ele a puxou para perto, uma das mãos imediatamente prendendo-lhe os punhos nas costas enquanto a outra agarrava seus cabelos, segurando-a para que ela não pudesse virar a cabeça e evitar o beijo.