Fanfics Brasil - 2 Mestre do Prazer(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA

Fanfic: Mestre do Prazer(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance


Capítulo: 2

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— Sam, não vá muito longe. Fique onde eu possa vê-los. — As palavras de Anahí chegaram até ele, pois ela levantara a voz para se fazer ouvir pelos fi­lhos. Uma mãe afetuosa? Anahí?


Como a amargura, o passado não o abandonava. Estava ali presente, apertando-o tão forte que causa­va dor.


Depois da morte do avô, tinha abandonado sua iso­lada e desconfortável casa na Sardenha e comprado um iate. Com interesse financeiro e profissional em propriedades, fazia sentido viajar, buscando aquisi­ções novas tanto materiais quanto sexuais. E se uma mulher se oferecesse para satisfazer seus instintos se­xuais, por que não? Desde que ela compreendesse que, uma vez o apetite saciado, não haveria lugar para ela em sua vida.


Quando tinha 25 anos, já tomara a decisão de pa­gar uma mulher para lhe dar um herdeiro quando che­gasse a hora. Uma criança sobre a qual ele teria direi­tos exclusivos.


Alfonso olhou Anahí com frio desdém. Seis sema­nas atrás, logo após ter completado 35 anos, estava ao lado do leito de morte do primo em segundo grau — a família Herrera era enorme... — escutando Carlo implorar que ajudasse os dois filhos que amava mais que tudo.


A mesma brisa quente que brincava sensualmente com o cabelo comprido de Anahí afastava o cabelo grosso e escuro de Alfonso, revelando a estrutura ós­sea característica dos oriundos da Sardenha. A linha reta do nariz romano, um detalhe específico dos tra­ços masculinos ressaltado nos trabalhos de Da Vinci e Michelangelo, e a musculatura de um homem em seu apogeu. Havia séculos os sarracenos tinham invadido a Sardenha, deixando marcas em sua história e em seus habitantes através das mulheres que ha­viam possuído e engravidado. Tinha sido Carlo quem lhe contara a lenda de que os filhos nascidos dessas mulheres eram conhecidos por possuir a resistência física e a crueldade legendária dos homens que os ge­raram. Alfonso sabia ter sangue sarraceno na sua fa­mília, e sabia também que isso era demonstrado em suas atitudes. Não tinha piedade em relação àqueles que o traíam.


Olhos observadores e atentos como os de uma águia estudavam os dois meninos. Privilegiados, ve­nerados por um pai idoso. Uma infância tão diferente da dele! A luz do sol fez cintilar sua pele, num tom mais dourado que oliva. Pensou na promessa feita às súplicas de Carlo, como algo sagrado, uma confissão do primo, sem precisar expô-la em palavras, de que confiava os filhos aos cuidados de Alfonso por não confiar na mãe deles.


No leito de morte, finalmente admitia não ser ela merecedora de confiança.


Mesmo assim, as últimas palavras de Carlo tinham sido a respeito dela.


— Anahí — dissera a Alfonso. — Você precisa en­tender...


Estava fraco para prosseguir, mas não havia neces­sidade. Alfonso sabia tudo que precisava sobre Anahí.


Como a mãe, ela o tinha abandonado. A lembrança disso era como um constante grão de areia arranhan­do-lhe o orgulho, exacerbando a escuridão dentro dele. Ela era um assunto não resolvido, um golpe em seu orgulho, motivo pelo qual ele havia bancado a dí­vida e os juros — que agora estava ali para cobrar.


Um urro de protesto de um dos gêmeos fez Anahí virar-se num lampejo maternal e gritar:


— Parem de brigar, os dois.


Algo — não, alguém tinha se movido entre ela e o sol. Imediatamente cobriu os olhos com a mão para ver quem era.


Havia momentos na vida ao mesmo tempo tão rá­pidos e lentos, que jamais podiam ser ignorados ou esquecidos. Anahí sentiu o coração parar, depois a sensação de incredulidade, misturada ao medo e pâ­nico — e algo mais, tão doloroso que se recusou a dar vida ou nome ao sentimento. Ouviu a batida pesada do coração como se pertencesse a outra mulher, cons­ciente do sangue correndo em suas veias, mantendo-a fisicamente estável enquanto emocionalmente cada nervo parecia exposto. Apenas uma palavra saiu-lhe da garganta.


— Alfonso!


Apenas uma palavra, mas tão cheia de raiva, choque e medo que parecia reverberar entre eles.


O pânico na base do pescoço. Resistiu à vontade de cobri-lo com a mão.


— O que está fazendo aqui? O que quer? — Foi um erro perguntar isso. Ele seria capaz de perceber o pânico e ver como ela precisava lutar para controlar o medo. A boca retorcida de Alfonso, aquele sorriso cruel e satisfeito do qual tanto se lembrava, estava diante dela agora.


— O que você acha que eu quero?


A voz era tão baixa e gentil que bem podia ser o to­que carinhoso de um amante contra sua pele ou o ro­çar das asas de um anjo. Por um segundo o corpo rea­giu às lembranças que surgiram. Voltava a ter 17 anos: uma menininha carente escondida sob uma ca­mada de insolência. O corpo já sem a saia curta e a miniblusa, o cabelo comprido de mechas louras ainda úmido do banho que Gabriel insistira que ela tomas­se. Ele a olhava, e ela, dominada pela atração, sentia um impulso atravessando-a, reconhecendo, pela pri­meira vez, o que significava sentir desejo sexual. E ela o queria, queria muito.


Uma porta do passado se abrira. Não queria ver o que se ocultava por trás, mas já era tarde. Lembrou-se de como ficara impaciente esperando que ele fosse a seu encontro e correra para ele. Ele a tinha segurado com os braços estendidos enquanto examinava seu corpo nu. A carne demonstrava estar pronta para ele, os seios firmes erguendo-se enquanto imaginava Alfonso tocando-os. Mas, quando ele o fez, percebeu que sua imaginação não conseguira demonstrar como seria o toque ou o que lhe causaria. As pontas dos de­dos dele eram duras e ligeiramente ásperas, mãos de um trabalhador, não de um intelectual. Ela havia es­tremecido, possuída por uma delícia incontrolável quando ele explorou lentamente a forma de seus seios. O toque erótico aumentara-lhe a excitação — tanto que de repente se conscientizara não apenas do quanto o desejava, mas de como estava excitada, de como seu corpo estava pronto para ele, como aquela sua parte íntima estava quente, molhada. Como se ele também sentisse isso, Alfonso percorreu-lhe o corpo com as mãos, com determinação. Quando elas para­ram nos quadris, cobrindo o osso levemente protuberante, ela foi tomada pelo impulso e pela necessidade de senti-lo acariciando-a mais intimamente.


Ela havia se aproximado mais, abrindo as pernas. Ou fora ele quem a puxara para perto, movendo a mão para sua coxa? Não se lembrava. Mas recordava a sensação de quando ele curvou a cabeça para beijar-lhe o pescoço ao mesmo tempo em que acariciava os lábios inchados de seu sexo e mergulhava os dedos na caverna à sua espera. Quase atingiu o orgasmo na­quele instante.


Um arrepio a percorreu. O que estava fazendo, pensando nisso agora? Podia sentir a pressão das pró­prias emoções. Medo? Culpa? Desejo? Não, nunca mais! A garota do passado já não existia, assim como as emoções que sentira.


Anahí olhou para a praia, para o local onde seus fi­lhos ainda brincavam, sem saber o que acontecia. Afastou rapidamente o olhar, por instinto, não que­rendo contaminá-los com o que sentia. Sua priorida­de era protegê-los, não a si mesma. Deu um passo para o lado, como para chamar a atenção de Alfonso para ela e não para as vulneráveis crianças. Faria qualquer coisa para proteger os filhos. Qualquer coisa!


Alfonso percebeu o movimento involuntário que ela fez para desviar-lhe a atenção dos meninos. Carlo tinha afirmado que ela era uma mãe protetora, mas é claro que se comportaria assim enquanto acreditasse que Carlo era rico e que seu papel como mãe lhe ga­rantiria acesso ilimitado à fortuna. Carlo, como vá­rios pais mais velhos, venerava o sangue de seu san­gue, evidência de sua potência. Seus herdeiros... Agora herdeiros de literalmente nada.


O olhar de tigre de Alfonso ateve-se à evidência do estilo de vida cosmopolita e privilegiado deles — roupas caras italianas, dentes saudáveis americanos, sotaque da classe alta inglesa, carne e ossos de crian­ças bem alimentadas e nutridas desde o nascimento. Na idade deles, ele usava trapos, o corpo era magro e ossudo.


Desviou o olhar para a mulher parada à sua frente. Tinha dentes bem cuidados, dentes caros — pagos, é claro, por seu generoso marido. Seu generoso e faleci­do marido. O cabelo estava cortado em estilo informal, mas que, como Alfonso sabia, custava uma fortuna para manter. O vestido "simples" de linho, de corte elegan­te, sem dúvida era de algum estilista famoso, assim como as mãos e os pés, sem esmalte, mas cuidados, de­notavam uma mulher segura graças à posição e ao di­nheiro. Mas não por muito tempo. O que sentira ao sa­ber da morte de Carlo? Alívio diante da idéia de que não mais precisaria dormir com o velho? Prazer mes­quinho acreditando que passaria a ser rica?


Bem, teria um desses dois sentimentos para man­ter, pensou brutalmente, embora não por muito tem­po. Devia estar perto dos 30 anos, e se quisesse en­contrar outro homem rico para sustentá-la teria de competir com mulheres mais jovens e descompromissadas. O tipo de mulher que o rondava onde ele estivesse.


Uma de suas amantes tinha dito que aquela nature­za sombria e perigosa, tão temida pelos inimigos e amada pelas mulheres, era herança dos ancestrais sarracenos. Ele acreditava que qualquer criança com seu histórico — indesejada, maltratada tanto física quanto emocionalmente — aprenderia com rapidez a pagar na mesma moeda. Uma criança que precisou, literalmente, brigar com os cachorros por um pedaço de pão, tinha que desenvolver uma dura couraça para proteger tanto a carne quanto a alma.


Um sorriso inesperado desenhou uma cova em seu queixo enquanto via Anahí engolir em seco e os olhos escurecerem, mas não havia calor no sorriso.


— É, deve ter sido difícil para você deixar um ve­lho obter prazer com seu corpo sem ser capaz de lhe dar prazer. Mas, afinal, o dinheiro compensa tudo, não é?


— Não casei com Carlo por dinheiro.


— Não? Então por quê?


Ah, agora a pegara. Ouvia a respiração irregular saindo-lhe dos pulmões. Como conhecia bem aquela necessidade violenta de se proteger. Infelizmente, para Sasha era tarde demais. Não havia proteção para ela.


— Certamente, não foi por amor — provocou-a, indelicado. — Eu o vi um pouco antes de morrer. Es­tava no hospital em Milão. Você, acredito, estava em Nova York fazendo compras. Muito conveniente ter colocado os filhos num internato, para ficar livre.


O rosto dela ficou lívido. Furioso, Alfonso reco­nheceu que, mesmo assim, quase sem sangue ou vida, ela ainda conseguia ser linda.


Anahí ficou aterrorizada, achou que ia desmaiar tamanha a intensidade da raiva. Tinha ido a Nova York encontrar outro especialista na tentativa de sal­var Carlo. Podia não ter amado o marido como mu­lher, mas era agradecida por tudo que ele fizera a ela e aos gêmeos. A decisão de propor o internato foi to­mada depois de muita reflexão. Para ela, a segurança emocional dos meninos era sempre prioritária, mas todos tinham um débito em relação a Carlo. Que tipo de pessoa seria se não tentasse o impossível para pro­porcionar ao marido mais tempo com eles? Não seria possível viajar para Nova York com os meninos para buscar uma segunda opinião. Além disso, havia a preocupação extra de saber o quanto ver Carlo mor­rer lentamente afetaria os meninos. Precisava estar disponível para as visitas ao hospital duas ou três ve­zes por dia. Carlo quis morrer na Itália, não em Lon­dres, onde os filhos estudavam. Na ocasião, julgava não ter outra opção, mas agora Alfonso estava cutu­cando a culpa que ainda a atormentava por ter deixa­do os meninos no internato por um semestre.


— Você sabe, é claro, que os negócios estão arrui­nados e que tudo que ele deixou foram dívidas?


— Sim, sei. — Não fazia sentido tentar esconder a realidade da situação financeira para ele ou tentar ex­plicar como se sentia em relação a Carlo. Ele não compreenderia, pois era incapaz disso. A experiência compartilhada de uma infância sofrida, em vez de ter criado laços de mútua compaixão, os tinha transfor­mado em inimigos. Ele nunca compreenderia por que ela o trocara por Carlo, e ela jamais lhe diria, pois simplesmente não fazia sentido.


— Suponho que deva me sentir honrada por você ter vindo se regozijar com minha dor pessoalmente. Afinal, não compareceu ao funeral.


— Para ver você chorar lágrimas de crocodilo? Nem meu estômago é forte o suficiente para tais ce­nas.


— Mas é forte o suficiente para vir aqui e me agre­dir verbalmente. Já se passaram mais de dez anos, Alfonso. Não é hora...


— Hora para quê? Para eu cobrar a dívida e os ju­ros que tem comigo? Sou um homem que gosta de pa­gamentos à vista, Anahí. Carlo sabia disso.


Algo — talvez o famoso sexto sentido feminino — causou-lhe um frio na espinha que queria, mas não podia ignorar.


— O que quer dizer? O que Carlo sabia?


— Ao me pedir um empréstimo, sabia que precisa­ria me pagar.


— Você emprestou dinheiro a Carlo? Alfonso inclinou a cabeça.


— Para cobrir as dívidas dos hotéis. Ele estava em maus lençóis. Eu avisei, mas ele achou que podia sair da encrenca, e já que somos parentes, não podia dei­xar de ajudá-lo. Infelizmente, não conseguiu colocar os negócios em dia. Felizmente para mim, o débito foi saldado pelos bens. Meus bens agora. Incluindo este lugar, é claro.


Anahí o encarou.


— Seu? Quer dizer que você é o dono deste hotel?


— Deste hotel — confirmou, — e dos outros. De sua casa, do dinheiro no banco, das roupas que usa. Tudo me pertence, Anahí. Tudo. A dívida de Carlo foi paga — disse baixinho, — mas a sua ainda está pendente. Você achou que tinha sido esquecida? Que eu não me daria ao trabalho de me vingar?



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Autor(a): jessica_ponny_steerey

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Ela queria desesperadamente olhar os filhos, tran­qüilizar-se que eles estavam ali, inteiros e seguros, e que nada iria atingi-los ou ferí-los. Mas temeu que olhá-los chamaria a atenção de Alfonso para a vulne­rabilidade deles. Em vez disso, respirou fundo e perguntou: — Você quer se vingar de mim? No nosso relacio­n ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 69



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  • franmarmentini Postado em 16/07/2014 - 16:27:42

    amei tanto essa fic* meu deus ela chegou ao fim ;( mas tudo bem kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk amei o final maravilhoso para os dois...fiquei super emocionada :)

  • edlacamila Postado em 16/07/2014 - 00:08:46

    Aaaaaaain q perfect amei *-*

  • vondy4everponny Postado em 16/07/2014 - 00:05:09

    AAAAAAAAAAAH , amiga to chorosa com este final lindo. To melancólica hoje e ai tu vem e me posta uma final de fic linda desse jeito? AWN, eu definitivamente AMO suas webs *----*

  • iza2500 Postado em 15/07/2014 - 23:26:17

    Que lindo o final<3, tem outra fic em mente? Posta o link se tiver criado alguma pra favoritar

  • iza2500 Postado em 15/07/2014 - 23:22:30

    Muito lindo los A, deviam contar pros gêmeos que vão ganhar uma irmãzinha. Postaaaaaa mais!!!!!!!!!!

  • camile_ponny Postado em 15/07/2014 - 22:58:42

    Onw que esse casal cara! Haha eu não quero que acabe não faz isso Jessica diz que vc vai postar outra diz pra mim! (Choramingando aqui) esses gêmeos, esse dois agora esse bebê a não é pra acabe comigo né não?! Kkk essa fic é perfeita! Posta amanhã em! Rum. ;D

  • franmarmentini Postado em 15/07/2014 - 08:02:49

    amei amei ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii mas não queria que terminasse poxa ;/

  • iza2500 Postado em 15/07/2014 - 00:36:00

    Como o Poncho mudou, tá muito fofo, que lindo estão grávidos.<3 muito linda essa fic.Postaaa mais!!!!!!!!

  • edlacamila Postado em 15/07/2014 - 00:09:25

    Cm assim ultimo cap.? Jaaaaa???? Nn quero :' ( outro baby?? *-* aaaaai postaaa <3

  • vondy4everponny Postado em 15/07/2014 - 00:04:02

    MANA, essa sua web é perfeita! Nossa, to chorosa kkkkkkk, sério! Foi o capitulo mais lindo até agora, mas sei que amanha tu vai destruir meus feelings porque tu é dessas amiga. Nem acredito que já está acabando :/ Aguardando ansiosa o final! Beijos <3


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