Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

                                                                 CAPITULO 11           

O dia amanheceu com um clima agradável, apesar do friozinho: feixes de luz solar já transpassavam pelas árvores, resplandecendo seu brilho pelo parque. Crianças corriam desvairadamente, gritando, brincando e gargalhando. Laura era uma dessas criaturinhas; seus cabelos castanhos estavam moldados em duas tranças, uma de cada lado do rosto, e vestia uma touca rosa de crochê. Ela corria de um lado para o outro, escorregando nos brinquedos e conversando com as outras crianças do parque, simpática e sorridente. Anahí não conseguiu evitar o sorriso: ela estava uma mocinha, toda cheia de si. De lembrar que, quando a conheceu, era apenas um bebê de um aninho, que mal podia falar... Lucas ficaria tão orgulhoso da filha agora.

Any suspirou. Estava cansada.  Não consegui pregar os olhos à noite, com a cabeça cheia de coisas para pensar – e quanto mais pensava, mais as coisas se confundiam. Primeiro, o ataque de asma de Laura, que havia deixado-a em pânico. Segundo, o encontro com Alfonso Herrera e tudo o que se sucedeu. A maneira como eles se encontraram, como seus olhos se encontraram com os dele, como ela percebeu quem era aquele homem no palco, depois de tantos e tantos anos... O modo como ele tinha mudado, como ela não teve chance de entender o que estava acontecendo, porque de repente lá estava ele, em sua frente. Tentou ao máximo agir como profissional, demonstrar qualquer indiferença, mas quando deu-se conta já estavam falando de passado. De dor. De amor. Dos dois.

Por Deus, o que foi aquilo?! Ela não costumava fazer aquilo. Não importa o quão descontrolada fosse na vida pessoal, sempre se mantinha com postura no trabalho. Mas de repente Alfonso estava lá! O homem que amara durante toda a adolescência, com quem sonhou ter uma vida e uma família, o homem que por vezes estraçalhou seu coração para consertá-lo em seguida, a história que nunca foi totalmente superada. Wow. Foi, no mínimo, um choque. E terrivelmente amedrontador sentir o coração sacolejar daquela maneira.

Anahí fitou Laura brincando com outra criança. Maite tinha dito que ia levar Vinicius para a casa de  Koko e depois passaria ali. Tanto ela quanto Dulce ficaram alarmadas quando ela não quis dar detalhes sobre como tinha sido a sua noite na festa, e se bem conhecia as amigas, nenhuma das duas descansaria enquanto não lhe arrancassem tudo. Bom, pelos menos estava livre de trombar com Alfonso. A cidade era gigantesca, ele era um homem de negócios, e afinal, ela ter saído da festa de inauguração provavelmente tinha dito muita coisa a ele.

De preferência, que ela não queria vê-lo nunca mais!

- Laura! Devagar! – ela gritou e a menina olhou em sua direção, ofegando e assentindo. Sorriram uma para a outra, com a diferença de que na boca da pequena se ausentavam alguns dentinhos.

Ao virar a cabeça para o lado, a fim de desviar os olhos da luz do Sol, Anahí entendeu que o universo, às vezes, poderia não ser tão amigável assim. Na outra extremidade do parque, fitando-a com um olhar intenso e um sorriso vitorioso no rosto, Alfonso Herrera mantinha as mãos no bolso do moletom, lindo e impotente, os cabelos despenteados, uma cara de sono que perigosamente beirava o sensual.

- Ai, meu Deus... – Anahí arregalou os olhos e gemeu de desalento.