Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

Na noite anterior, Poncho praticamente desmaiou de cansaço, unindo isso as consideráveis quantidades de álcool que ele ingeriu. Acordou naquela manhã com uma dor de cabeça extremamente incômoda, mas que aos poucos foi passando (tinha se precavido e tomado alguns Engovs antes de a festa começar). Então, a primeira coisa que fez foi tomar um banho e tirar toda aquela nhaca de seu corpo. No celular, havia pelo menos 20 ligações de perdidas, todas de amigos (e mulheres) perguntando onde ele estava. Ótimo, que noite triunfal!

A senhora que tinha contrato para limpar seu apartamento chegou cedo naquele dia (por quê diabos ela tinha ido ali no domingo, afinal??) e o encontrou na situação mais desoladora de todos os tempos. Ele nem podia contabilizar quanta vezes pediras desculpas à senhora, que o encarou durante todo o tempo com um olhar divertido no rosto e se prontificou a fazer o café bem forte para ele (e aquilo sim, o fez lembrar de sua mãe, de quem ele descobriu sentir muita falta, agora que estava no Brasil).

Ele podia imaginar o que estava rodando nos tablóides de todo o mundo, naquele momento. “Alfonso Herrera, o enigmático fundador da H Company, comemorou a noite de estréia de sua empresa de pijamas no sofá de seu apartamento (avaliado em mais de 1,5 milhão de reais). Será que ele é gay?”. Graças a Deus, nenhum deles tinha acesso a sua vida privada, então o que encontrou na Internet a respeito dele mesmo eram basicamente elogios e previsões. Algumas fofocas, para as quais ele já havia se preparado, e nem mesmo a ligação entusiasmada de Christian deu-lhe gás.

Mais tarde, a senhora (que ele acreditava se chamar Dona Adelaide) praticamente o expulsou de seu apartamento a vassouradas, alegando que nenhum moleque iria atrapalhar o seu serviço. Poncho se viu obrigado a obedecer a senhora, perdendo toda a dignidade e o controle sobre a própria vida, vestido num moletom surrado. Ele imaginava que a imprensa não estaria tão ensandecia atrás dele neste momento (qual é, era domingo de manhã, quem usa terno e gravata para ir ao parque, curar a ressaca? E por quem ele seria perseguido, um papazarri especializado em empresários?).

Foi então que, enquanto caminhava despreocupado pelo Ibirapuera, notando olhares nada sutis em sua direção, os olhos de Alfonso captaram aquilo que ele achou ser uma miragem, ou um milagre. Não podia ser verdade, ele estava delirando e vendo demais... Mas era! Incontestavelmente! Anahí estava sentada em um dos bancos, com um livro no colo (a que dava pouca atenção) e ria em direção a alguma das crianças que se esbaldava nos brinquedos. Um sorriso de satisfação imediatamente tomou seus lábios, os olhos brilharam ao analisar a silhueta perfeita dela em contraste com a luz do sol...

Quase sem querer, seus olhares se encontraram e o sorriso de Poncho se alargou ainda mais. Anahí não podia fugir dele agora.