Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

CAPITULO 12 

Any se calou. Os olhares estavam fixados um no outro. A principio não entendeu bem porque se sentiu tão acuada em falar-lhe isso, mas uma hora ou outra ele saberia. Lembrou-se de quando eles planejaram terem os próprios filhos, casados, com uma vida relativamente estruturada. Ainda eram dois adolescentes quando escolheram os nomes dos filhos e quase que definiram as suas personalidades. Aquele tipo de “promessa” era importante para os dois.  Muitas das noites em que viraram acordados eram dedicadas a planejar esse tipo de coisa. Any sentiu um embolo na garganta. Mas, por fim, falou:

- Sim. O nome dela é Laura. – sorriu tímida. – Linda, né?

- Você é casada, Anahí? – quase imperceptivelmente, ele deu um passo para o lado. Os músculos enrijeceram, da mesma forma que a face. Conhecia Any bem o suficiente para saber que ela não teria um filho de maneira irresponsável...

- Viúva, na verdade, Poncho...

Aquilo foi outro choque. Ele mal havia digerido o fato de que ela tinha uma filha, que fora casada e agora... Isso! Ficou momentaneamente boquiaberto; passou as mãos pelos cabelos, atordoado com as informações.

- Há... há quanto tempo?

- Que eu estou viúva? Há 1 ano... – ela se moveu desconfortável. Em seguida, suspirou. – Laurinha! – chamou a filha, que a olhou, de longe: - Venha aqui, por favor! – diante da cara de tristeza de Laura, Any deu um risinho. – É rapidinho! – e piscou.

Toda bonitinha, Laura veio correndo. Poncho observava a pequena, embasbacado. Ela não tinha muitas semelhanças com Anahí, apesar de os olhos serem de tonalidade parecida. Sorridente, a menina finalmente parou ao lado da mãe, mas pareceu envergonhada com a presença de um desconhecido ali. Any a pegou no colo (apesar de seus 4 anos e meio, ela era levinha, mas saudável).

- Laurinha, quero que você conheça um amigo da mamãe. Diga olá. – Laura olhou para Poncho, assentindo.

- Como é o nome dele, mamãe? – ela forçou um sussurro, o que fez Poncho sorrir.

- Alfo... Poncho.

Laura balançou a cabeça, assentindo. Desceu do colo da mãe e deu mais dois passinhos na direção de Poncho. Anahí tinha razão, ele pensou, Laura era linda. E encantadora.

- Oi, Poncho. – ela disse, as mãozinhas para trás enquanto movia os pés, ansiosa. Os enormes olhos azuis encaravam Poncho com curiosidade.

Poncho agachou, para ficar na altura de Laura.

- Oi. Você é a Laura, certo? – a menina assentiu, sorrindo.

- Você pode me chamar de “Laurinha”, se quiser, Poncho...

- Ok, Laurinha. – ele sorriu para a menina. – Você é muito corajosa de descer daquele escorregador! Ele é enorme!

Any sorriu com a forma como ele se mostrou atencioso com Laura. Poncho sempre amou crianças e teve facilidade em lidar com elas (especialmente meninas, ela se lembrou). Quando eram mais jovens, costumava achar aquilo lindo e suspirava ao pensar no bom pai que ele seria. Olhar ele e Laura ali, numa situação tão adversa daquela que imaginaram um dia, era estranho. E o pior: ela não fazia idéias das coisas que passavam pela cabeça dele. E, se bem conhecia Alfonso, a maneira com ele evitava olhá-la agora significava que tinha se fechado. Pensativo.

- Não a encoraje, Poncho. – Any escondeu um sorriso, tentando parecer reprovadora. – Essa garota não precisa de muito incentivo para sair por ai fazendo macaquices!

Poncho desviou o olhar de Laura para Anahí. Ela não conseguiu decifrar o que é que se passava por aquelas esmeraldas, mas sentiu um ímpeto de abraçar o próprio corpo, mediante a frieza e impassividade com que ele a encarou. Ele estava... magoado com ela? Mas com que direito? Por acaso ele achou que ela ia esperá-lo para sempre, ia cumprir as promessas que havia feito quando tinha 16 anos? Any pôde ouvir uma vozinha no fundo de seu coração que imediatamente respondia “sim, ela iria”. Odiou a si mesma. É claro que aquela voz era da Any que um dia fora apaixonada por aquele homem que, como se fosse uma espécie de Deus, a fitava, julgando-a por ter seguido em frente.

Isso fez Anahí pensar: será que ele era comprometido? Que tinha seguido em frente? Seus devaneios a respeito não duraram muito, pois a voz de Poncho ecoou novamente:

- Se ela puxou a você, tenho certeza de que deve ser difícil prendê-la ao que quer que seja.