Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

CAPITULO 13 

Tanto Anahí quanto Alfonso ficaram paralisados por alguns segundos, apenas piscando boquiabertos com a chegada de Maite, que não tinha como ter sido mais clara quanto a irritação que a morena sentia. Alfonso demorou a reconhecer quem era aquela que primeiro o ignorou categoricamente e depois cuspiu indiretas em sua cara, mas depois de algum tempo de consternação... É claro! Maite Perroni! A melhor amiga de Anahí, aquela que ficava ao lado da amiga em qualquer situação; que no passado o ajudou diversas vezes a ficar com Anahí, que os apoiou em momentos difíceis... Mas também muito provavelmente aquela que agora o odiava quase tanto quanto Anahí. O que é pior do que a fúria de uma namorada, se não a fúria de sua melhor amiga?

- Oi! Mai! Obrigada. Eu... hm... por que você não entrega o lanche para a Laura? – Any disse, subitamente desesperada. Achou que Maite fosse perfurar Alfonso com os olhos. Meu Deus, será que ninguém ali havia superado coisas de 10 anos atrás?!

- Um minuto, Any. – ela respondeu sem se virar para a amiga, ainda mantendo o mesmo sorriso gélido na boca. – Uau! Eu não posso acreditar! Alfonso Herrera? É mesmo você?

Poncho tirou uma das mãos do bolso da calça, estendendo para Maite. Não demonstrou nenhum tipo de afetação pela ironia com que ela havia se dirigido a ele. Primeiro, a morena olhou para a mão estendida, como se avaliasse se deveria ou não tocar naquelas mãos (provavelmente impuras), e por fim o cumprimentou. Ameaças não verbais foram disparadas apenas com aquele aperto excessivamente forte de mãos. Maite não fazia idéia do que Poncho estava fazendo ali, mas era bom que estivesse de saída ou ela não ia conseguir evitar comentários maldosos.

Anahí, por sua vez, observava a cena quieta, prevendo um possível apocalipse se Maite e Alfonso não fossem tirados do mesmo lugar nos próximos minutos...

- Olá, Maite. – ele sorriu. – É bom ver você novamente.

- Eu vou confessar que não esperava reencontrá-lo mais, Alfonso. – ela alfinetou. Anahí abriu a boca para cortar Maite, mas o olhar foi desviado em direção a Laura, para verificar se a filha estava bem. A pequena acenou para a mãe, que lhe mandou um beijo no ar. Mai ignorou a apreensão de Any. – Fiquei sabendo que estava fazendo dinheiro nos EUA. Achei que o país dos pobres não era mais sua intenção!

Alfonso estreitou os olhos. Tinha tudo para se sentir ofendido, mas muito pelo contrário: ele sorriu, o que pareceu deixar a outra ainda mais irritada. Anahí apenas balançou a cabeça negativamente. Pelo amor de Deus... 

- Minha intenção sempre foi voltar, Maite. – notava-se que ele era um empresário bem sucedido. A postura, o jeito de falar: seguro e despreocupado ao mesmo tempo. – A H Company foi feita para voltar pra casa.

- Espere... H Company? – Perroni tinha uma expressão confusa e desconfiada. - Anahí, você não foi na festa dessa empresa ontem?

- Pois é, Mai. Era sobre isso que falávamos. – Any disse rapidamente. – Nos encontramos aqui por acaso. Poncho é o dono da H.C.

A médica ficou boquiaberta e, ao mesmo tempo, sentindo-se traída. Ora essa! Ela estava ali, tentando (de alguma forma um pouco vaga) defendê-la daquele fantasma do passado (que por sinal estava bem vivo. Agora entendia a aparência mudada do ex encosto da melhor amiga: o que o dinheiro não faz, o cartão de crédito compra...) – e por fim, era a última a saber das novidades. Anahí não passaria imune por essa.

- É sério? – Mai fez uma cara de surpresa que não convenceu a ninguém. Anahí revirou os olhos. – E você teve que convidar Anahí para ver de perto o seu imensurável sucesso? Eu diria que isso que é consideração!

Poncho retraiu o queixo, e pela primeira vez ficou verdadeiramente ofendido. Constantemente as pessoas colocavam em cheque o seu caráter, e ele não gostava disso. A fama que levava nas costas não o ajudava muito neste sentido: com certeza, o passado era o que tinha mais voz naquela “conversa” entre os três, e a memória de Maite parecia estar a mais aviventada, mas nem por isso tinha o direito de fazer aquelas acusações. Não sabia que Anahí era uma das jornalistas convidadas para cobrir o seu evento, e se não fossa aquela uma grande ironia da vida, não sabia como definir... Mais uma vez, cobriu-se com a capa de homem de aço irrefutável e respondeu:

- Infelizmente, eu não pude convidar Anahí pessoalmente. Mas, se ela foi convidada, é porque sua amiga faz parte de uma nata importante da imprensa, Maite. – as formalidades estavam desde a primeira até a última palavra do discurso de Poncho. De adolescentes bocudos, já lhe bastava ele e Anahí! – Tem todos os créditos por isso, assim como eu tenho.

Já chega! Anahí decidiu. O papel que estavam interpretando no meio do parque era ridículo. Três adultos sendo levados por ressentimentos antigos... Até mesmo Laura era mais madura do que aquilo! Propositalmente mal educada, gritou para que Laura voltasse, e como a menina reconhecia que a mãe não costumava ter que chamar duas vezes, rapidamente veio correndo, lambuzando as botinhas na areia úmida. Quando Laura chegou, com as bochechas coradinhas graças a corrida e tranças parcialmente desfeitas, olhares feios ainda eram trocados, mas a presença dela forçou todos a desviarem a atenção. Poncho reparou nisso: Laurinha tinha uma espécie de luz sob si, uma luz reconfortante; sua mãe diria que se tratava de uma “boa aura”, fazia as pessoas quererem notá-la.

Não podia esperar menos da filha de Anahí. Ali, ao lado da pequena, entregando-lhe um lanche da maneira mais carinhosa cuja tarefa poderia ser feita, Alfonso notava (mais uma vez; o feitiço daquela mulher era permanente?) o quanto os anos fizeram bem a ex. Na roupa que usava, uma legging preta, botas e um casaco insuficientemente longo, ele conseguia notar as curvas perfeitas e acentuadas do corpo dela. Estava fazendo um acompanhamento minucioso com os olhos, e já sentia partes de seu corpo se manifestarem ante a simples visão de Anahí agachada e vestida com calça legging, mas os pensamentos impróprios foram chutados para longe, quando ela falou:

- Poncho, você infelizmente não nos encontrou em boa hora. – voltou o olhar para ele, enquanto segurava Laura. Era sua válvula de escape. – Estamos indo. A mocinha tem lição de casa e já brincou demais para quem teve crise de asma ontem. – Any fingiu um puxão de orelha em Laurinha, que riu. - Mai, você pode ir levando Laura para o carro, por favor? Eu deixei no estacionamento de sempre.

- Mas, Anahí...

- Por favor, Mai!

A verdade é que estava fugindo, e Alfonso provavelmente sabia disso, mas ela não se importava. A situação estava ficando fora de controle, e por mais que quisesse conversar com Poncho, não podia controlar Maite, ele e Laura. Talvez fosse o destino: não deveriam ter nenhuma conversa! Quem sabe, não deveriam se ver nunca mais! Por favor, quais eram as probabilidades de se cruzarem novamente no meio daquela enorme selva de pedra? A idéia de tudo isso se repetir, de ser pega de surpresa mais uma vez... tudo constrangedor demais Eram suas estruturas desabando sem aviso prévio. Ao mesmo tempo, tentava sufocar uma vozinha em seu íntimo que dizia que esperava vê-lo mais vezes... Tinha medo de que essa voz enxerida tomasse uma força desproporcional.

Alfonso não protestou, pois intimamente sabia que aonde quer que ela estivesse, conseguiria encontrá-la. E agora estava instigado a fazer isso: era como se ela tivesse se impregnado nele.