Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

CAPITULO 15

Perla Gálvez não era do tipo de mulher que desistia fácil daquilo que queria. Por mais que as coisas se contrapusessem à sua vontade, ela tinha certeza de que, cedo ou tarde, sua insistência seria recompensada. Alfonso Herrera, no momento, era a sua cobiça mais arduamente perseguida e desejada. Como não seria? Aquele homem maravilhoso, quase um Deus-grego, munido de todo aquele charme sobrenatural, com os olhos verdes mais alucinantes que ela já tinha visto e a mente mais afiada que já conhecera. E além do mais, tinha um bônus considerável: dono de uma fortuna que a cada minuto ganhava mais dígitos. Era simplesmente perfeito. Como se tivesse sido feito para ela.

No entanto, Perla sabia que Poncho era escorregadio demais, até por hierarquia e toda a pose profissional que ele gostava de assumir pomposamente. Antigamente, quase sempre conseguia o que queria e ele parecia gostar tanto quanto ela, mas às vezes Alfonso era simplesmente um mala e a rejeitava. Não que durasse muito, por favor... Ou pelo menos assim costumava ser antes de eles irem para aquele maldito país! Teve que trabalhar como um camelo durante aquela transição, depois para a tão falada festa – pelo menos, ela pensava, posaria com Alfonso durante todo o tempo -, mas eis que tinha sido deixada ao léu simplesmente! Alfonso nem sequer a notou na festa, e olha que ela tinha investido muito no vestido e em todo o resto. Mas nem ao menos um olhar!

Perla notou que Alfonso estava conversado muito proximamente com uma jornalistazinha qualquer, naquela noite. Ficou irritada, é claro, especialmente porque Christian olhava para os dois com um sorriso presunçoso no rosto... com uma satisfação que, a princípio, ela não conseguiu entender! Mas agora... rá, estava claro como água! A assistente mal conseguiu controlar a própria raiva ao se deparar com aquela estupidez na primeira página dos tabloides, e, sem pensar em mais nada, agora rumava rapidamente para a sala de Alfonso Herrera com uma fúria que seria capaz de colocar aquela empresa inteira no chão!

Parou à mesa de Jade com brusquidão. A secretária de Alfonso levantou os olhos para Perla, como se ela estivesse louca ou algo pior.

- Abra a porta da sala de Alfonso, Jade. – Perla ordenou.

- Alfonso está ocupado, Perla. – a secretária do CEO sorriu cinicamente. Detestava Perla com todas as forças. – Você sabe que não tenho permissão para abrir a sala dele assim. Necessita de todo um código de segurança que eu realmente não tenho tempo para abrir agora... – voltou a digitar no computador. – Diga o que é e depois passo o recado.

- Preciso falar com Alfonso agora e pessoalmente, querida! Interfone para ele, então! Você não é tão incompetente ao ponto de não saber fazer isso! – ela vociferou, apoiando-se na mesa de Jade, que fechou a cara no mesmo instante. Mas o que aquele projeto de puta pensava que estava fazendo?

- Escute aqui, querida: - Jade disse, com a língua presa entre os dentes, contendo o impulso de xingar a oponente. – Meu chefe foi bem claro ao dizer que não queria ser incomodado por nada, nem por ninguém. A grande maioria das pessoas desta empresa trabalha, o que por acaso é o que você deveria estar fazendo, não? Nem todo mundo fica pelos corredores procurando um presidente rico para se escorar...

- Escute aqui você...!

Mas, antes ela pudesse terminar, Alfonso, que não estava vendo a confusão, abriu a porta para que a secretária pudesse passar, ao mesmo tempo que telefonava pedindo alguns documentos. Jade não teve nem sequer tempo de pedir para Alfonso trancar novamente a porta: Perla já havia saltado para dentro da sala, e ela parecia incontrolável.

**

- Eu posso saber o que significa isso, Alfonso?! – a mulher entrou na sala da presidência jogando um jornal na mesa dele, que a princípio estava concentrado na tela do computador. Poncho assustou-se com a gritaria, mas virou o rosto calmamente para Perla.

- O que você está fazendo aqui, Perla? – ele arqueou uma sobrancelha, e olhou de esguelha para o lado de fora, onde Jade tentava desesperadamente se explicar. Poncho apenas assentiu para ela.

- Não mude de assunto, Alfonso! – ela esbravejava. O presidente, por sua vez, fez uma careta. Não gostava do barulho daquela voz excessivamente aguda. – Veja! – ela chacoalhou mais uma vez o jornal.

 Fria e calmamente, Alfonso pegou o jornal das mãos de Perla. Então entendeu o porquê de todo aquele escândalo em sua sala – e ele próprio franziu o cenho diante do que viu. Lá estava: na primeira página, uma matéria relativamente grande a respeito dele e de sua empresa, mas não foi isso que o chocou. Havia também diversas fotos dele, Anahí e Laura no Ibirapuera! Diversas! Fotos dele sorrindo para Anahí, dos dois sérios, conversando e se entreolhando; além de mais fotografias dele agachado, conversando com Laura e sorrindo para a pequena. É claro que as imagens não tinham uma resolução muito boa – provavelmente foram tiradas de longe, já que nem ele nem Anahí notaram a presença de paparazzis – mas evidentemente eram eles. Especulações e mais especulações nas legendas.

“Seria ele um garanhão, sem qualquer pudor de flertar com uma mãe solteira? A intimidade com que Alfonso Herrera conversava com a mulher nos faz pensar que eles se conhecem de outros carnavais!”. Alfonso revirou os olhos: aquilo era jornalismo da pior espécie, e ficou até mesmo decepcionado de saber que aquele tipo de conteúdo rodava na sua empresa, mas isso estava em segundo plano: aquilo era um absurdo! Se Anahí visse aquela matéria, iria muito provavelmente matá-lo! Laura fora exposta, por Deus! Até mesmo Maite estava em uma das fotos!

Perla ainda o encarava.

- Quem é essazinha?

Poncho finalmente despertou de seus pensamentos, encarando Perla. Essazinha? Desde quando a assistente de Christian tinha ganhado o poder de falar com ele naquele tom? Não gostava nada da maneira como ela falou com ele – eles não tinham envolvimento algum há meses, e para ser sincero, sua vontade havia morrido completamente. 

- Acho que isso não é da sua conta, Perla. – a voz de Alfonso saiu cortante. – Não entendi o que foi todo este escândalo. Você está numa empresa séria.

- Aaah, você não entendeu?! – estava indignada! O que, a bem da verdade, Alfonso não conseguia compreender... – Eu me planejei meses para essa festa de inauguração, Alfonso! Estava lá, como uma tonta, te esperando... Crente que você ia me dar atenção! Mas sumiu completamente, como um cachorrinho atrás de uma jornalista qualquer... E agora me aparece com ela e uma criança no jornal! Eu  exijo explicações!

Alfonso ergueu a sobrancelha, com uma leve vergonha de Perla e seu papel um tanto quanto... incoerente.

- Perla, você tem o direito de exigir o seu salário no final do mês, se fizer o seu trabalho direito. – Alfonso respondeu, olhando-a friamente nos olhos. – Fora isso, não tem porque exigir nada. Nunca prometi que iria com você a festa, e já não te procurava a um bom tempo. Me desculpe se você teve qualquer expectativa com relação a isso...

Perla, que já estava enfurecida, simplesmente endoidou.

- Você não pode estar falando sério, Poncho! – ela recompôs-se. – Escute, sei que tem sido muito estressante para você... Essa mudança toda e o trabalho excesso. Eu te entendo. – Perla esforçou-se para parecer convincente, mas Alfonso apenas manteve a sobrancelha arqueada. – Mas essa mulher, Poncho, isso foi...

- O que quer que tenha sido, Perla. – Alfonso a cortou, irritado. – Não é da sua conta. Agora, por favor, se eu não fui claro o suficiente antes, eu peço para que você descarte qualquer possibilidade de um relacionamento íntimo entre nós. – ela arregalou os olhos. Subitamente mais impaciente do que gostaria de estar, Poncho completou: - E, por favor, saia da minha sala.

A assistente de Christian estava, no mínimo, chocada. O ego agora eram apenas migalhas que foram trituradas centenas de vezes. Sem ter mais o que falar e fazer, ela virou-se e saiu da sala da presidência. De brinde, ainda recebeu um olhar de deboche de Jade que a fez fervilhar. A secretária de Alfonso sorriu secamente e lhe deu um “tchauzinho”.

 É claro, ainda não havia aceitado aquilo! Se Alfonso achava que tinha dado a última palavra, ele estava muito enganado... Só precisava de tempo para pensar com mais clareza sobre qual seria o próximo passo. Não era hora de se passional. Mas, definitivamente, sua primeira tarefa seria descobrir quem diabos era aquela vagabunda da foto, a menina que a acompanhava e se -batam na madeira! – ela era filha de Alfonso ou coisa parecida. Porque de uma coisa Perla estava certa: ele não tinha conhecido aquela mulher recentemente...

Quando ela finalmente desapareceu de seu campo de visão, escutou a voz de Jade pedindo mil desculpas no telefone. Alfonso minimizou o caso (nunca havia notado que ambição de Perla beirava o ridículo, isso era fato), mas a cabeça dele estava a mil. Se aquelas fotos haviam sido publicadas em tantos meios quanto ele previu, é claro que cedo ou tarde Anahi teria acesso as tais malditas. A questão agora era: esperar pelo furacão prevenido ou encará-lo de frente?

O mal de Poncho era que ele sempre optava pelo caminho mais perigoso. E qual é a graça de saber a força que a natureza tem se não presenciá-la?

Vamos lá, até que ele sentia falta das explosões dela. Da voz dela. Se tivesse sorte, ela não veria nada até o horário do almoço. Porque, contatar Anahí de perto aberto, era o mesmo que se prostrar em frente a um furação destrutivo e imensurável. 

-----

Post especial para as leitoras da Jade hahaha! Meninas, obrigada pelos comentários! :) Eu estou impressionada sobre como tá indo rápido aqui! Espero que estejam gostando e desculpem a ausência para responder vocês: ano de vestibular é uma loucura. Aguardo saber o que vocês estão achando. Beijos! <3