Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

- E então ele te chamou para jantar? – Any assentiu. – E por que diabos você disse <i>não</i>? – Dulce parecia exasperada. Maite mais uma vez se intrometeu.

- Porque ela é uma pessoa sadia mentalmente! Alfonso não é flor que se cheire. Já a machucou diversas vezes, só pensando no próprio ego, e quem garante que ele não quer simplesmente jogar na cara dela que conseguiu o que queria?

- E vocês estão se baseando em um Alfonso de 17 anos, imaturo e tudo o mais?

- Ele não parece ter mudado tanto assim, Dul. – Any respondeu para a cunhada, suspirando. – E eu não quero um fantasma do passado me rodeando. Já está bem difícil sem problemas com passado, obrigada.

Dulce balançou a cabeça. Não era justo com Anahí. Desde que Lucas morreu, ela havia se fechado para o mundo de tal maneira que não parecia mais aquela Anahí sorridente e alegre, cheia de vida. Agora vivia apenas para Laura e sempre se atolava em resolver problemas, como forma alternativa à realidade. Ao menos conseguia enxergar um brilho nos olhos maior quando ela falava deste tal de Alfonso. É como se uma fagulha que permaneceu acesa no coração dela por todos esses anos, voltasse a queimar. A remexê-la. A reavivá-la. Mesmo que fosse com uma raiva, que se justificava por um dia ter sido amor demais.

- Eu acho que você deve sim ir jantar com ele. – Dulce se manifestou. – Acho que vocês devem sim conversar e colocar alguns pingos nos i’s. Any, se quer se livrar desta história de uma vez, então tem que zerar a conta. Não é bom deixar coisas inacabadas pelo caminho, você, que é toda metódica, devia saber disso. E já que vocês se dão tão bem, você podia pelo menos ter um revival, rir um pouquinho....

- Eu não tenho cabeça para isso, Dul. Acabei de perder meu marido, e realmente não quero... – ela foi interrompida pela cunhada mais uma vez.

- Anahí, quem morreu foi meu irmão, não você. – Any ficou um pouco ressentida, e Mai entreabriu os lábios. – Pare de agir como se você tivesse perdido a vida. Tem que <i>reagir</i>.

A jornalista não queria mais ouvir nada. Talvez não tivesse sido mesmo uma boa ideia ter levantado da cama. Comeram em silêncio, enquanto Mai conversava com um paciente no celular. Any e Dul terminaram o almoço, e a primeira se despediu das amigas às pressas. Ela não podia aguentar mais interrogatório sem acabar sendo grossa, por isso saiu em disparada pela porta. Quando só restou uma morena e uma ruiva na cozinha, Mai disse:

- Você não devia ter falado aquilo para ela. Ela ficou magoada.

- Ultimamente, ela <i>sempre</i> está magoada, Mai. Isso não podemos permitir.

- Mas eu te garanto que Alfonso Herrera não é a solução para os problemas dela, Maria! Ele provavelmente vai se aproximar dela para decepcioná-la mais uma vez, agora pior, porque está rico e pode tudo.

- Pelo amor de Deus, Maite! Você está baseando suas conclusões em um Alfonso que tinha <i>17 anos!</i> Acho que ele cresceu ao menos um pouco, não? E você mesma disse que eles estavam muito à vontade... E sabe o que mais, Tita? Você tem que parar de fazer isso, de proteger a Anahí como se ela fosse um bebê. Ela precisa se lembrar da força que tem, do quanto é engraçada e mais cheia de vida do que isso. E, se ela quer renascer, tem que deixar mágoas para trás, resolvê-las, estar pronta para outra.

- A tristeza dela é porque perdeu o Lucas...

- Não, a tristeza dela é porque o amor sempre escapa de suas mãos e ela sempre paga o pato. Se este Alfonso se preocupou em defender a Laura dos tabloides e fez isso antes que ela tivesse que colocar a cara a tapa, é porque de alguma forma se importa.

- Por que você está defendendo este cara, Dulce? Você nem o conhece!

- Porque eu vi as fotos, Mai. – Dulce sorriu, dando um beijo na bochecha da amiga. – E ele olhava para a Anahí do mesmo jeito que o Lucas olhava. E ela olhava pra ele de um jeito que nunca conseguiu olhar pro meu irmão, por mais que o amasse.