Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

ESPANHA

- Como assim eu não tenho mais dinheiro? – ela berrava, a voz fina sendo ouvida por todos os cômodos da casa.

- Desculpe, Mandy, não havia dinheiro nenhum para ser retirado da conta do Brasil. – o capacho tremia. Olhava com certo medo para ela, que andava de um lado para o outro do quarto, espumando de raiva.

- Isso é impossível! Você deve ter feito algo errado, seu incompetente! Estamos no dia certo.

- Sua conta foi fechada, Mandy.

- Você bloqueou a minha conta, seu imbecil? – com um velocidade surpreendente, a mulher pulou para cima do capacho, segurando-lhe a gola da camisa com força.

- Não! Foram os caras do banco. Ordem judicial ou algo assim. Eu não fiz nada, Mandy, eu juro. 

 Neste momento, um outro homem entrou na sala. Este vestia um sobretudo preto e tinha um rosto carrancudo, marcado por uma cicatriz gigantesca que ia desde o cílio esquerdo até a boca. Apesar disso, era possível reparar que o homem detinha certa beleza rústica, embora também emanasse pavor nas pessoas. Amanda, que ainda segurava o inferior, virou o rosto com brusquidão para o chefe. Este, por sua vez, lançou-lhe apenas um olhar autoritário que fez com que ela soltasse o outro.

 - Acalme-se, Mandy. – o homem da cicatriz disse. – Louis não tem nada a ver com a sua pobreza repentina.

- O que você sabe sobre isso, George? – de repente, a voz dela tornou-se mais mansa, tamanha era a imposição que George tinha ali. Era o chefe, o rei, o comandante das marionetes. E nas horas vagas, seu incansável companheiro de cama.

- Seu ex namorado morreu, querida. – George sentou-se na cadeira, esticando-se para pegar uma maça numa das cestas que ornavam a sala de estar da Mansão. – Lucas Veronelli está morto há mais de um ano.

- O que você está dizendo? – Amanda respondeu, pasma. – Não! Que merda!

- Está sentida, Mandy? – George gargalhou. – Vai sentir falta dele?

- Vou sentir falta do dinheiro dele, George, que inferno! Eu suponho que ele tenha mandado suspender a entrega do dinheiro se algo o acontecesse, certo? – George assentiu. – O desgraçado morreu de quê? – Amanda estava totalmente paralisada de choque e ódio. Nem pra se manter vivo Lucas servia!

- Acidente de carro. Uma coisa horrível, realmente. 

Amanda recebia dinheiro de Lucas desde que saíra do Brasil, há cinco anos. O combinado inicial havia sido de que ele apenas a manteria durante um curto tempo, mas é claro que chantagens não funcionavam assim, não naquele negócio. Então Lucas a pagava periodicamente uma quantia que a sustentava por alguns meses, até que fosse reposta. É claro que ela já havia reparado que os depósitos estavam cada vez mais espaçados, até que se findaram. Agora fazia sentido. O dinheiro parou de chegar porque Lucas não estava mais vivo, portanto, os depósitos automáticos foram cancelados e ela só recebera aqueles que já tinham sido programados, naquele ano. Amanda tinha perdido sua fonte de renda mais fácil e segura, e borbulhava por isso.

 - E agora? O que eu vou fazer?

- Não vai perguntar da sua filha, Amanda? Com quem a menina está?

- A família de Lucas jamais deixaria a menina na mão. Não me preocupo com ela, me preocupo comigo! Apesar de que... bem, ela é minha filha. Lucas provavelmente deixou um seguro de vida razoável para ela... – o rosto de Amanda se iluminou. – Nada está perdido.

- Não se esqueceu de nada, Mandy? Lucas foi casado. A menina tem uma madrasta.  Por sorte, eu descobri o nome dela para você também... Anahí Portilla.

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