Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

- Ora, ora, ora... Mal posso acreditar no que estou vendo!

- Posso entender que sou bom demais pra ser verdade. – mesmo dolorido, Poncho disse. Ajeitou-se na cama, olhando Maite com tanta má vontade quanto ela lhe olhava.

Maite riu sarcasticamente. Caminhou para mais próximo de Poncho, que a encarava como se ela fosse sufocá-lo com o travesseiro ou algo do tipo.

- O que você está fazendo aqui, Maite?

- Sou médica.

- Não sei se você reparou, mas eu não preciso mais de uma pediatra. Já sou bem grandinho.

- Idade mental, sabe como é...

Poncho decidiu que ia, simplesmente, ignorar. Não estava muito disposto a aguentar Maite ali, o encarando, o julgando. Não precisava passar por esse tipo de coisa e, além do mais, tinha problemas maiores para resolver no momento. Mas, ao que parecia, a morena não concordava tanto assim com ele.

- Alfonso, qual é o seu problema? Seja sincero. - apesar de todo o clima de “somos inimigos” que se instalara no quarto, Mai, profissional como sempre, checou os aparelhos que monitoravam o empresário. Acenou para si mesma ao notar que estava tudo bem. Apenas uma patinha quebrada. Por fim, ele respondeu a pergunta:

- No momento? Sendo sincero? Meu maior problema é você. Pode chamar o médico, por favor? Definitivamente não preciso de uma pediatra.

- Enche a cara de álcool e dirige como um louco por aí, e isso é bem maduro, não? - Maite o olhava ainda com certo deboche, mas aquele joguinho já estava ficando cansativo para ambos.

- Eu tenho certeza de que o que eu faço, ou deixo de fazer, é um problema exclusivamente meu, doutora. - Poncho disse, os olhos fumegantes. - E creio que para você ter sido contratada por um hospital tão renomado quanto esse, é porque sabe se colocar no seu lugar. Posso saber por que me odeia tanto? Se a própria Anahí não é uma jacaroa comigo, por que você tem que se dar ao direito?

Maite ficou estática, observando Alfonso com uma expressão séria, os braços cruzados sobre o busto. Respirou fundo. Talvez o momento de jogar na cara de Poncho as verdades que ela merecia ter ouvido, finalmente havia chegado.

- Durante toda a minha adolescência, eu apoiei você com a minha melhor amiga. - ela disparou. A cabeça de Poncho doía, mas ele estava disposto a escutar. Também queria dizer algumas coisinhas. - Eu apoiei cada loucura que você fez. Eu a convenci de que você podia ter mudado, depois daquela traição. Para, no final, você ser um estúpido com ela e deixar Anahí no estado em que a deixou. Quis matar você com as minhas próprias mãos, Alfonso. Não sabe como me doeu ver a maneira como ela ficou quando você foi embora, e quando você a enganou. - eles se encaravam. - Você pode achar que isso é uma mesquinharia, porque na época você era um adolescente imaturo, mas isso não justifica ter feito o que fez com a Anahí. Você sempre soube que ela era apaixonada por você desde que te viu pela primeira vez, e isso significa que ela ainda era uma criança, que teve que te ver desfilar com várias outras garotinhas antes de “a vez dela chegar”. - ela praticamente cuspiu. - Desde aquela época você já era desprezível. Mas, tudo bem, eu não vou dizer que não fomos amigos. Anahí te amava como louca, e não, Alfonso, eu não duvido que você chegou a gostar dela. - ela se interpôs, quando ele fez menção de interrompê-la. - Mas você a desprezou. Desprezou os sonhos dela. Desprezou a dignidade dela. Não uma, mas várias vezes. As suas pequenas atitudes de moleque, mesmo quando vocês já eram grandinhos, a deixavam louca, e ela insistia, e eu dizia para ela que era assim mesmo, e que vocês ainda seriam muito felizes juntos, porque era linda a forma como vocês se amavam, apesar de tudo...