Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

- Eu não a machucaria nunca. Não novamente. Se eu o fiz em algum momento, nunca foi proposital. Eu a amava, mas agora ela nem sequer deixa eu me aproximar.  Eu... sinto falta dela, Mai. Da risada dela e do sarcasmo dela. - a honestidade da própria voz de certa forma assustou até mesmo ele. Sim, meu Deus, ele sentia mesmo a falta dela. - Eu só quero ter a chance de me desculpar. Quero conversar com Anahí, quero sim mostrar o que consegui, porque ela é parte disso também. Ela me ajudou em muita coisa na construção da H.C Company, apesar de ela não lembrar. - Poncho sorriu. - Anahí costumava dizer que a minha empresa teria que ser algo sobre desenvolvimento de tecnológico, sim, mas essencialmente humanitário. É o que eu tento fazer.

Maite e Alfonso se encararam por alguns instantes. Na cabeça de Alfonso, mil pensamentos voavam. Ele não tinha medo da oponente: não tinha porque ter, nem sequer devia explicações a ela, mas sabia que, se quisesse se reaproximar de Anahí, a contraposição de Maite só pioraria tudo. E, verdade seja dita, Poncho estava esgotado de todos os olharem com recriminação e raiva! A morena, por sua vez, analisava-o, prestando atenção a cada letra que dizia. Por fim, ela quebrou o silêncio:

- Você nunca a superou, não é? - Poncho não respondeu. Manteve o maxilar travado, de repente ignorando as dores que sentia. - Posso ver nos seus olhos, Alfonso. Anahí mexe com você. - mais uma vez, ele não a interrompeu. - Será que ninguém pode simplesmente deixar para lá? - Mai bufou.

- Não estou pedindo sua permissão para me aproximar da Anahí, Maite. - Alfonso disse, por fim. - Mas eu gostaria que você me desse um crédito. Vou me aproximar dela caso você queira ou não. Se eu fizer algo para prejudicá-la, ai sim você pode me expulsar de vez. O que você acha?

Alfonso estava pedindo uma trégua, e Tita o entendeu. É claro que ver Poncho se aproximando de Anahí mais uma vez era desesperador: cenas dela consolando uma Anahí que passara dias sem comer vinham-lhe à mente, e isso a amedrontava. Mas também conseguia enxergar uma espécie de súplica nos olhos dele – algo que ele nunca admitiria, mas ela via. Talvez Dulce estivesse certa: talvez Anahí precisasse dar um basta em uma história mal resolvida para seguir em frente. E só a própria Anahí faria isso por ela mesma. Mai não poderia interceder, por mais que se colocasse no posto de “mãe” da melhor amiga. Suspirando, Mai disse:

 - Certo, Alfonso. - ele quase sorriu. - Eu não vou me intrometer por enquanto. Mas se eu notar qualquer coisa, você estará perdido. Não importa quanto dinheiro você tenha – para dar, vender, comer. Se machucar Anahí novamente, se não consertar seus antigos erros...

- Feito. - ele prontamente concordou. - Isso é um tipo de teste? Sabe que Anahí vai surtar, caso saiba que está fazendo um acordo com o nome dela, não é?

Maite, que já havia se virado e caminhava em direção a porta, virou para Poncho. Os olhos brilhando de sarcasmo.

- Só estou fazendo isso para vê-la voltar a surtar, a brigar e a viver, Alfonso. E além do mais, se no fim das contas eu não acabar te matando, Anahí em algum momento desse processo vai. - e fechou a porta atrás de si. Poncho sorriu abertamente. Ele tinha certeza que sim... 

Já do lado de fora do quarto, com o dia amanhecendo, Maite esperava ao telefone, até que alguém finalmente atendeu:

- Any? - Maite disse, torcendo para que não se arrependesse amargamente daquilo. - Você não vai acreditar em quem acabei de encontrar no hospital, trêbado e com uma patinha quebrada. - silêncio. - É, é quase um cachorro, com a diferença de que cachorros têm mais valor. Encontrei seu amiguinho. Alfonso está aqui.

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