Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

CAPITULO 2

Presente, horas mais tarde

Fazia um frio incomum naquela noite, principalmente na rua. O vento soprava gelado contra o rosto de Anahí, como se fossem lâminas afiadas. Ela tentava caminhar o mais depressa possível em direção ao mercado, abraçada ao próprio corpo, ansiosa por espantar um pouco do frio. Realmente, Maite era muy amiga! Ela tinha ficado incumbida de fazer as compras para o jantar, já que Mai estava ocupada na monitoria, mas não imaginava que para isso teria que enfrentar tamanha friagem. Any deu-se a liberdade de xingar Maite baixinho, e suspirou aliviada quando, a passos apressados, conseguiu chegar ao mercado.

Havia poucas pessoas ali. Todos os que preferiram ficar em casa eram mais sensatos do que ela, obviamente. Imaginou que poderia estar protegida e quentinha, mas é verdade que também andava em falta com Maite. Sentia falta da melhor amiga, e se estava colocando os pés para fora de casa naquele tempo, é porque era sincera quanto a isso. Any caminhou pelos corredores, agradecendo o ar quente. Não fazia idéia do que poderia levar: nugets? Batata frita? Ah, sim, Maite tinha dito algo sobre algo light e saudável... Any sorriu com o pensamento e caminhou alheia em direção ao corredor de sopas. Não era exatamente light, mas achou que servia.

- Por favor, filha, fique quietinha, sim? – uma voz masculina soou um pouco alto atrás de si.

Any parou, curiosa. Até então, não havia notado que um choro de criança começara. Pelo tom de voz do pai, ele parecia realmente desesperado. Sentiu-se desgostosa: que espécie de pai saia com um bebê na rua, naquele frio? E que espécie de mãe permitia algo assim? Balançou a cabeça, decidindo que aquilo não era de sua conta. Anahí caminhou mais um pouco, mas deteu-se quando o pai da criança pareceu realmente desesperado. Voltou alguns passos para verificar o que estava acontecendo, timidamente.

- Laura, meu amor – o pai disse. – por que você ainda não pode falar, hein? – agachado com a bebê no colo, o homem inspecionava algumas marcas de leite em pó na prateleira. – Eu realmente não sei o que dou pra você. – resmungou.

Anahí não conseguiu conter o sorriso. Aproximou-se dos dois e de pronto ficou encantada com o que viu. A menininha não devia ter mais de um ano, e estava agarrada aos braços do pai com veemência, enquanto chorava. Tinha as bochechas vermelhas, os cabelos castanhos-escuros e enroladinhos. Pela boca aberta, Any podia enxergar os dois dentinhos de baixo da pequena. Sentiu-se imediatamente compadecida daquele rostinho banhado a lágrimas. E igualmente do pai da criança... E que pai!, Anahí notou. O homem tinha um porte físico louvável, ela reparou, mesmo que ele estivesse com um casaco pesado; usava óculos, mas isso lhe dava um aspecto charmoso, de inteligência. Ele tinha uma expressão amigável, era realmente bonito.

- Hm... Boa noite. – Any disse e automaticamente corou. Era simpática, é claro, mas não costumava abordar estranhos assim.

- Olá. – ele respondeu, confuso. Até mesmo a menininha, que aparentemente chamava-se Laura, interrompeu o choro e mirou-a. Any podia jurar que viu a menina ensaiar um sorriso. – Posso ajudá-la?

Any riu com a situação.

- Eu acho que você precisa de ajuda, não? – ela arqueou a sobrancelha.

- Ah – o homem pareceu envergonhado. – Bom, hm, na verdade eu preciso. – confessou. Levantou-se, com Laura ainda no colo. Quase sem querer, Anahí notou que ele não usava aliança. – O leite em pó da minha filha terminou e, hm, ela precisa começar a tomar um outro tipo... é de transição, você entende? A minha irmã me disse que era dessa marca aqui – ele apontou. – mas parecem existir milhões de tipos diferentes. Eu confesso que não devo ter ouvido a instrução completa.