Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

Alfonso se olhava no espelho minuciosamente, avaliando-se. Pela primeira vez em muito tempo, ele não soubera muito bem o que vestir. É claro que era um jantar informal, mas ainda assim um jantar com Anahí. Sabia que a camisa preta (Calvin Klein) lhe cairia perfeitamente bem em outras condições, mas não com aquela tipoia exuberante no braço. Poncho fez uma careta. Odiava se sentir impotente! Tudo o que tentou fazer sozinho, quando voltou para a casa horas depois, dava terrivelmente errado! Acabou pedindo comida italiana do restaurante mais conceituado de São Paulo e Anahí lhe garantiu que levaria um bom vinho. Dona Adelaide, que havia arrumado sua casa, ficara possessa com ele por ter encomendado comida, e como forma de compensar, fez a sobremesa. No entanto, até mesmo a tarefa de arrumar os pratos na mesa haviam-no irritado, já que o fazia com apenas uma mão. E estava com uma boa dose de nervosismo correndo nas veias.

Mas o dono da H. Company estava impecável – e extremamente sedutor; até mesmo o perfume de Poncho esbanjava sensualidade e masculinidade. A casa dele estava impecável, organizada metodicamente, como ele próprio era. As taças de cristal brilhavam no seu compacto bar da sala, que também esbanjavam bebidas requintadas (as cervejas brasileiras ele gostava de deixar na geladeira, onde estivessem geladas o suficiente sempre). Todo o apartamento era mergulhado em requinte e modernidade, mas Poncho gostava de easter-eggs por todo o lado: miniaturas de seus personagens favoritos ficavam escondidos aqui e ali, entre os livros, nos espaços do home theater e nas mesinhas de centro. Ele chegou a cogitar a ideia de retirar os bonecos e outras coisas (parecia um moleque, daquele jeito, e não um empresário poderoso), mas Anahí o conhecia bem o suficiente. Sabia que ele era assim, e se surpreenderia se não houvesse nenhuma dessas nerdices em seu canto.

Poncho e Anahí haviam decidido que iriam jantar no apartamento dele, para não chamar ainda mais atenção dos paparazzi. A princípio ela não gostou muito da ideia, mas Poncho acabou convencendo-a de que não iria ataca-la – a não ser que ela quisesse.  Anahí o mandou ir a merda e acabou aceitando mesmo assim. E agora... Ela já devia estar a caminho. E Alfonso já alisara e conferira a gola da camisa dezenas de vezes, além de ter consultado as músicas-ambiente outras cem. Tudo perfeito – ele podia apostar que o gosto musical dela (extremamente duvidoso) continuava o mesmo. Então, antes que Poncho checasse qualquer outra coisa, a campainha tocou.

Sorrindo, ele abriu a porta com rapidez (como se Anahí fosse desistir e sair correndo na segunda tentativa de apertar a campainha). Mas é claro que tentava não parecer extremamente ansioso. O que foi impossível quando, embasbacado, ele finalmente a viu.