Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

- Ah, sim. – Poncho indicou a tipoia que imobilizava o braço engessado. – Gostou?

- Você é ridículo, Alfonso. – ela colocou a mão na cintura, contrariada. – Por que fez uma idiotice dessas? Você não acha que está bem grandinho pra esse tipo de coisa?

- Por que está tão brava?

- Você poderia ter morrido!

- Bom, se eu soubesse que isso faria você aceitar meu convite, teria me acidentado antes.

Anahí o olhou boquiaberta, depois semicerrou os olhos. Um pequeno impulso de sair dali a tomou, mas Anahí respirou fundo: aquilo seria fugir, e ela estava cansada de fugir. Ele sustentou o olhar, um sorriso desafiador figurando o canto dos lábios. A expressão dele era tão divertida e leve – como se ele de fato estivesse muito feliz por ela estar ali – que os minutos em que eles ficaram se encarando se transformaram numa batalha de quem ri primeiro perde. Anahí, por fim, balançou a cabeça, abaixando-a, sem esconder uma risada derrotada.

- O que te garante que eu aceitei seu convite para verificar se você está bem? – ela perguntou, desafiadora.

- Eu nunca insinuei isso, Any. – Poncho caminhou em direção a mesa, confiante (ou o máximo que ele podia estar, com aquela tipoia horrorosa) e pegou a garrafa de vinho. Anahí olhou-o, entendendo que ele abriria a garrafa, então segurou-a para que ele utilizasse o saca-rolhas. Estavam mais uma vez extremamente perto um do outro. Pele sobre pele, se tocando ocasionalmente (embora não fosse tão ocasional assim, por parte do empresário). – Mas este é exatamente o tipo de coisa que você faria. – então ele sorriu, ali, perto dela. Um sorriso capaz de descongelar geleiras inteiras. Poncho abriu a garrafa, e com destreza, colocou o conteúdo nas taças. Anahí olhava-o executar a tarefa com certo receio. – Não confia em mim?

É claro que ele estava se referindo a abrir a colocar vinho na taça na situação em que encontrava seu braço. Mas ela não conseguiu deixar de dizer:

- Não. – o olhar dele se voltou pra ela, mas Poncho continuou sorrindo ao responder:

- Eu sei.

A verdade é que o sorriso de Poncho estava inabalável. E Anahí não podia ignorar que aquilo estava contagiando-a, a forma como ele sorria fácil na presença dela. Lembrava-se muito bem de como ele era quando estava compenetrado em uma tarefa, e imaginava que no trabalho ele não devia ser menos do que obsessivo, com uma concentração irritante. E, no entanto, ali sorria com facilidade.

- Do que você tanto ri, Alfonso? – ela perguntou. – Tem alface nos meus dentes? Estou parecendo o Coringa?

Já com as taças em mãos, Poncho continuou encarando Anahí. Analisando. Quase o mesmo rosto da adolescência, com a mesma perfeição nos traços, mas ela estava definitivamente mais madura – e com isso, definitivamente mais sexy. Imaginava que os óculos tinham sido substituídos pelas lentes de contato e ela tinha abandonado a franjinha de vez, bem como os cabelos loiros. Poncho aprovou intimamente, satisfeito: a nova cor só emoldurava melhor o rosto e destacava os olhos gigantes e azuis. Entregou o vinho a ela, que bebericou, e ele a acompanhou:

 - Não, você está ótima. – ele ergueu a taça. – Espero que ainda goste de comida italiana.

- Bom, agora sim você me convenceu. Vou ficar.

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