Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

- O que não é nenhuma novidade. – Any respondeu, concordando. O gesto bem humorado fez Poncho suspirar de certa gratidão: não queria mais repeli-la. E era um completo imbecil de acreditar que ela não tivera filhos legítimos por querer manter elos do passado. Era ridículo. Any continuou: - Você só me decepciona!

Aos mãos ainda estavam unidas, de forma que foi quase impossível para Poncho aguentar os próprios impulsos e entrelaçar seus dedos nos dela. Anahí não resistiu ao toque, o que surpreendeu a si mesma; os olhares se encontraram no mesmo momento, e então ele emudeceu os lábios com a língua, sem parar de analisar os lábios dela, agora entreabertos, o corpo um pouco rígido. A intensidade do conjunto voz/olhar/força do corpo dele com o que veio a seguir a impactou:

- Eu sei. Mas eu não quero mais te decepcionar. – o timbre macio de Alfonso dito naquele tom abafado, baixo e íntimo... – Eu não quero mais te decepcionar, Anahí. – então ele se levantou da cadeira, trazendo-a consigo. – Vamos dançar.

Any franziu o cenho, mas como ele era desproporcionalmente mais forte que ela, acabou se levantando.

- Acabamos de comer! E você está com o braço engessado! – ela fez a objeção.

- Não vamos dançar tango, eu prometo.

Em nenhum momento Poncho desentrelaçou seus dedos, e caminhou com ela para o aparelho de som, colocando uma canção lenta para tocar. Era uma música que ambos gostavam muito e que, quando eram jovens, saíam rodopiando pela casa ao som dela. Dois desastrados, pois Alfonso não era um exímio dançarino naquela época, um pouco bruto demais pela força, o que sempre levava ele e a Anahí a esbarrar nas coisas e rendia pés doloridos depois, mas eles se divertiam como nunca.

-  Você não sabe dançar. Vai machucar meus pés. – ela declarou quando ele a puxou pela cintura e fez com que os narizes estivessem a ponto de se tocar, mas o gesso no braço os impedia. De forma possessiva, ele colocou a mão livre ao redor da cintura dela. Os olhos de Anahí brilhavam, divertidos, e fundiam-se aos seus, o que aumentava a tensão. Poncho respondeu à provocação com um sorriso sedutor nos lábios:

- Eu aprendi algumas coisas enquanto estive fora. – piscou. – Não vou mais machucar você. De nenhuma maneira.

- Você não tem dívida nenhuma comigo, Alfonso. Sabe disso, não é? Não tem que me provar nada.

Ele ignorou e começou a conduzi-la pela sua espaçosa sala, mesmo com o braço engessado atrapalhando. Any ficou realmente surpresa ao perceber que ele tinha se tornado um dançarino muito bom e sedutor, ao menos naquele ritmo. Colocou as mãos sobre os ombros dele (ato que julgou ser inerente à própria vontade, e comandado pelo corpo), sustentando o olhar cheio de significados que ele lhe lançava.