Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

- Laura, você já comeu alguma coisa? – Anahí gritou no corredor, com o uniforme da filha em mãos. Entrou no banheiro e a pequena já estava enchendo a banheira.

- Não, mamãe! Bainho primeiro, comer depois. – a pequena colocou o pé na agua, e depois pulou na banheira. – Precisa lavar o cabelo?

Anahí riu.

- Não, vamos rapidinho pra dar tempo de fazer seu lanche.

- x –

Alfonso

A tipoia no braço era realmente incômoda, e o fazia desejar uma morte rápida e indolor a cada vez que precisava escolher uma roupa para sair de casa. No segundo dia, quando ficou irritado demais tentando colocar uma camisa Giorgio Armani para ir ao escritório, decidiu que trabalharia de casa.  Sob os protestos e sátiras de Christian, que não parara de falar sobre como ele era o gay, mas Alfonso que estava agindo como um com aquela decisão. Poncho se limitou a mandar Christian ir à merda e continuar fazendo os dois ricos da empresa, enquanto ele fazia o mesmo de casa. Mas hoje, não havia como fugir da torturante tarefa que se vestir decentemente havia se tornado graças a fratura no braço.

Tinha um evento importante naquele dia, e sua presença já estava confirmada há meses. Por mais que o irritasse aparecer em público naquelas condições, Alfonso Herrera era um homem que cumpria seus compromissos. Além do mais, o patrocínio ao novo museu de Ciência e Tecnologia de São Paulo era algo de que ele gostava e sentia-se feliz por fazer. Não era algo como um braço quebrado que o tiraria do prazer de trabalhar.

Olhou-se no espelho mais uma vez, e por fim aprovou o que viu. Era melhor do que nada. Mas algo ainda o incomodava – as olhadas de esguelha para o celular a cada segundo não negavam. Estava apreensivo como um menino. Logo cedo, Christopher havia enviado uma mensagem a ele confirmando que Anahi Portilla finalmente tinha-o localizado e marcado uma reunião para aquela manhã. Decidiriam o que fazer com a situação de Laura... e Poncho se encontrava em uma pilha de nervos. A mente metódica e calculista não podia evitar pensar nos próximos passos daquela decisão: se Anahi prosseguisse, a avalanche de coisas que cairia nela e na própria Laura seria sufocante. Tribunais as esperavam, a mãe biológica de Laura entraria em cena... Torceu para que, se Christopher fosse o responsável, que ele conseguisse guiar aquilo com o mínimo de dor possível as duas.

Poncho ouviu batidas na porta. Era dona Adelaide.

- Bom dia, Sr. Alfonso. – a senhora colocou a cabeça para dentro da suíte. – Seu café está pronto.

- Certo, dona Adelaide. Eu já estou indo.

Virando-se para o espelho, Poncho ajeitou os últimos detalhes de si mesmo.  Alcançou o celular e digitou.

Christopher, mantenha-me avisado.

Meio minuto depois, a resposta.

Fique tranquilo.

*