Fanfic: Still Into You. | Tema: AyA

Mas Lucas não só era um ótimo pai, mas também um marido espetacular. Ela sempre conseguia se encantar mais e mais por ele, pela maneira como ele parecia, de fato, ideal. Mesmo que insistisse para fazer as coisas de casa ou qualquer outra tarefa, ele sempre tentava poupá-la (quando podia, pois não era possível ser um arquiteto renomado em todo o país sem certa transpiração e tempo escasso). Quando eles iniciaram sua relação, Anahí percebeu que ele não queria encontrar alguém que cuidasse de Laura, e sim alguém que quisesse estar com ele, embora o principal requisito era de que respeitasse também a sua filha. Mas quando finalmente assumiram uma relação, tudo se encaixou como uma luva. Perfeito como nada havia sido na vida de ambos, até então. Era fácil, reconfortante, aconchegante.

Anahí encontrara uma espécie de alma gêmea em sua vida. Lucas gostava realmente dela, a entendia, a incentivava, era divertido, bonito, sensual, inteligente, pai da garotinha que ela aprendeu a amar com a própria vida. Podiam conversar sobre absolutamente tudo: ele poderia ser um idiota babão ou um intelectual de ponta, e ela se sentia leve e feliz com aquilo. Com certeza o amava... Talvez não na mesma intensidade com que ele o fazia, mas Anahí não suportava a idéia de um dia, simplesmente não estar mais ali. Gostava de ser abraçada por ele. Não era hipócrita: gostava de ser beijada e tocada por ele, e faziam aquilo muito bem, mas não era como se fosse uma mulher louca e cegamente apaixonada. Ela havia se casado com o seu melhor amigo, e não poderia desejar que fosse de outra maneira. Agora ela tinha tudo. 

Afinal, o que havia ganhado por ser louca, surtada, e cegamente apaixonada um dia? Nada. Um coração partido e um castelo de migalhas, restos, escombros. O calor de uma verdadeira paixão, a intensidade de um grande amor, de nada serviam se em seu âmago um precipício afundava-se em mágoa e desolação! Não, por Deus, não gostava de se lembrar nem da sensação! Era bom amar um amor tranqüilo, de verdade. E, além do mais, um amor pelo qual faria tudo. Laura era sua vida agora, porque havia aprendido a cuidar dela como se de fato fossem mãe e filha. Acompanhara todos os passos de sua preciosa vidinha, velou todos eles, encantou-se e apaixonou-se por ela. Era sua mãe, sentia-se assim, com todas as dores e os prazeres que isso traz. Lucas era seu porto seguro. O ponto de equilíbrio para as próprias neuroses, que ela nunca havia encontrado antes, por mais que tentasse.

Já a mesa do café, Laura não parava quieta um minuto. Tagarelava, remexia-se, falava de boca cheia. Anahí esforçava-se para que a menina não derrubasse achocolatado em seu impecável uniforme branquíssimo, mas Lucas apenas ria das tentativas da esposa. Pareciam realmente uma família típica de comercial de margarina, e aquilo, sem sobra de dúvidas, enchia o coração dele de felicidade. Quando poderia imaginar que teria uma família assim? Depois de tudo?

- Hm, amor. – Anahí chamou, terminando de bebericar o café fumegante. – Não se esqueça de  que hoje à noite temos uma social na casa da Mai.

- Ah, sim, vou tentar não me atrasar! – ele respondeu. – Mas não poderemos ficar muito, amor. Eu viajo amanhã cedo, lembra?

- É verdade... – Any ficou pensativa. – Você precisa mesmo ir, querido? Poderíamos ir a algum lugar com a Laurinha este final de semana, eu não sei...

- Any, é uma oportunidade de ouro... Pelo o que fiquei sabendo de antemão, o projeto é milionário. – ele estava empolgado com o projeto que possivelmente assinaria, para a construção de uma mansão no interior do estado. O dono do imóvel (um magnata) pretendia contratar o melhor arquiteto e pagar muito bem por isso, e Lucas tinha sido o escolhido. Não podia deixar escapar. Com isso, garantiria por muito tempo o futuro de Anahí e Laura. – Eu devo voltar amanhã mesmo. É só uma reunião com o dono do empreendimento.

- Eu sei, mas não queria que você fosse... – Any torceu o nariz. – Sentimos sua falta. – ela olhou a filha com o rabo de olho, que agora parecia prestar atenção na conversa. – Conversamos sobre isso mais tarde. – e Lucas assentiu, entendendo.