Fanfic: Saudade De Um Amor Que Não Acabou [Finalizada] | Tema: Anahí e Alfonso/ AyA/ Ponny

Capítulo 5 - O Beijo Da Saudade

    O dia amanheceu, a chuva havia parado mas o frio numa manhã nublada permanecia. Vento frio soprando do lado de fora, porém dentro da enorme casa tudo era silencioso e aconchegante. Poncho lentamente abriu os olhos com a sensação de que havia tido o melhor dos sonhos, mas ao olhar Anahí dormindo tranquilamente em seus braços se deu conta de que era tudo real. Sorriu ao ver a expressão dela tão calma, diferentemente da noite anterior em que os olhos azuis clarearam mais do que o normal e a havia tristeza ameaçando a beleza contida neles.

    Poncho se desvencilhou dos abraço dela, levantou indo em direção ao banheiro, escovando os dentes e tomando um bom banho quente. Saiu, a olhou novamente resolvendo em seguida descer para preparar um café da manhã especial pra ela. Colocou tudo que se lembrava que Anahí tanto gostava, pôs um pequeno vasinho com uma rosa dentro e subiu em direção ao quarto novamente. Deixou a bandeja numa mesinha ao lado da cama e se pôs a acordar Anny.

_Acorda princesinha. - falava baixinho em seu ouvido lhe dando um beijinho na orelha. sabia que não deveria fazer isso mas era completamente irresistível.

    Anahí pouco se mexeu e Poncho continuou com mais alguns carinhos. Tocou o rosto delicado dela com uma das mãos fazendo um leve carinho. No instante seguinte ela abriu um pouco os olhos, tornando a fechá-los e reabrir novamente. Parecia não acreditar no que tinha acontecido.

_Bom dia. Dormimos juntos ? - perguntou sonolenta

_Sim anjo meu. - sorriu pra ela

   Imediatamente Annie olhou para o próprio corpo vendo que permaneceu vestida e de certa forma sentiu alívio. Pelo menos não havia feito nada mais além de dormir na cama de outro homem que não fosse seu marido. No instante seguinte um certo pavor a pecorreu por dentro e olhou pra Alfonso com os olhos arregalados.

_Calma Annie. - vendo a expressão de pavor dela. - Apenas dormi aqui com você pois me pediu para não ficar sozinha e claro que prometi não te deixar só um minuto lembra ? - disse tranquilo

_Me lembro sim. Brigada por se preocupar. - baixando o olhar se sentindo envergonhada

_Não fique assim. - pegou em seu queixo a fazendo olhar para ele - Tá tudo bem. Trouxe café da manhã pra você. - pegando a bandeija na mesinha do lado e colocando em cima da cama do lado de Anahí

_Pra mim ? - sorriu pra ele que respondeu com um gesto afirmativo. - Não precisava. Só te dou trabalho né ? - disse sorrindo

   Poncho pegou a flor no vasinho.

_Pra você. - entregando a Anahí

_Que lindo ! Nunca havia ganhado uma flor tão bonita. Obrigada. - num impulso deu um beijo rápido na bochecha de Poncho que fechou os olhos com o carinho dela

_Hora de comer pra ficar fortinha. Espero que tenha tudo que você goste. - falou animado sem parar de admirá-la um segundo

   Anahí deu uma risadinha, recolocou a flor no vasinho e começou a comer uma das torradas que havia na bandeja, seguida de maçã verde já cortada e várias outras coisas. Poncho ficou admirando a felicidade dela com um gesto tão simples.

_Que foi ? - perguntou a ele enquanto tomava um gole de suco de laranja. seu preferido.

_Posso te olhar mais não ? Estou feliz que esteja bem, ontem estava tão tristinha e indefesa. - disse Poncho

_Nem sou interessante assim para você me olhar tanto. Agora já estou bem melhor e não me sinto mais tão triste. - respondeu Anahí achando uma certa graça no fascínio que causou nele.

    Ao terminar de comer tudo, com uma ajudinha do Poncho que "roubou" a última torrada dela, permaneceu sentada na cama com a cabeça baixa. A preocupação e o medo de voltar para casa voltaram a assombrar seus pensamentos e sentiu uma dor no peito. Tentou controlar as lágrimas porém foi inevitável.

_O que aconteceu ? Tá tudo bem com você ? - Poncho tocava o rosto dela enxugando as lágrimas que rolavam ali.

_Tenho que voltar para casa. - sua voz era triste e distante

_Eu vou levar você em casa. Não fique com medo. Ou por um acaso está com medo de voltar ? - a olhava fixamente

Anahí apenas assentiu fazendo Poncho entender muita coisa. Algo acontecia e ela não queria dizer. Mas tentaria fazê-la falar pois vê-la daquele jeito o fazia se sentir impotente.

_Tem algo lá que te dá medo ? Mas é sua casa Anahí. Por que teria medo da sua casa ? Alguém faz algo com você de errado ? - quis saber Alfonso

_Uma pessoa que tem lá, Alfonso. Me controla o tempo todo. - não soube dizer a si mesma como conseguiu falar aquilo mas sentia uma confiança em Alfonso que Augusto jamais transmitiu a ela. - Estarei muito encrencada quando voltar mas fui eu que procurei e preciso encarar as consequências. - se pôs a chorar

_Consequências de que ? Não te entendo. Seu marido não cuida de você ? Ele é o responsável por sua segurança. - Poncho queria acreditar que o que havia entendido estava errado. não podia ser que alguém machucasse um anjo como Anahí

_Augusto cuidou muito de mim, mas de um tempo pra cá não sei o que houve. - tentava falar mesmo chorando. - Ficou um homem muito estranho. Tô com medo Poncho. - o abraçou num ato de fragilidade mas na hora parecia ser o certo. Poncho a confortou se segurando para não chorar também que nem notou que ela havia chamado ele pelo apelido novamente.

_Fique calma. Não vou deixar nada te acontecer. Podemos ficar aqui mais um dia se você quiser. Liah não sabe sobre essa casa e quando eu sumo assim pra ela estou trabalhando ou fui para algum outro lugar. - disse querendo tranquilizá-la

_Você devia estar com ela. Não sou nada na sua vida. Agradeço o carinho mas não é certo. - falava ainda abraçada a ele. por algum motivo não conseguia e nem desejava sair daquele abraço. "o que está acontecendo comigo ?" pensou Anahí no mesmo instante.

_Quero que você não se preocupe com isso. Pois eu e Liah estamos meio separados essas 2 semanas, acho que logo devemos terminar. Mas não quero falar dela agora não, só me importa ver você bem agora.

   Anahí sentia que as palavras dele eram verdadeiras mas temia estar ouvindo aquilo pelo fato dela estar frágil mas percebeu muita mudança do Alfonso que conhecera anos atrás. Não era o mesmo homem, havia mudado. Se sentiu acurralada sem saber o que fazer. Queria respostas urgente. O destino estava brincando com ela outra vez ? Precisava mudar de vida porém não sabia por onde começar e isso a causava aflição.

Olhou Alfonso nos olhos sentindo algo inexplicável e ao mesmo não conseguia desviar daqueles olhos verdes que estavam morando em seus sonhos.

_Alfonso, eu... - mas desistiu de falar

_O que foi ? Algum problema ? - a olhava tentando entender por que ela não terminara a própria frase. - Eu fiz algo errado ? Não deveria estar te abraçando tanto né ? Me perdoe. - foi se soltar mas Anahí o abraçou novamente encostando a cabeça no peito dele.

_Você não está fazendo nada de errado não. Pelo contrário. - levantou os olhos para olhá-lo novamente - Sua preocupação só me ajuda nesse momento. Eu que estou abusando da sua confiança. Quem tem que pedir desculpas sou eu, não você. - completou

_Só estou fazendo meu papel de amigo. Afinal é isso que sou pra você não é ? Apenas um bom amigo. - disse querendo poder dizer o contrário

_Sim... um bom amigo. - baixou os olhos triste

_Perdoe minhas palavras.

_Pare de pedir desculpas. Tá tudo bem. - tentou animá-lo - Melhor a gente sair, fazer algo. Ficar aqui não está nos fazendo bem, até maluquises já estamos falando. - riu do próprio comentário

    Poncho teve que concordar a contra gosto e sugeriu que ela fosse tomar um banho, vestir as roupas que já estavam secas para sairem. Se pudesse ficaria o dia todo no abraço dela, sua vontade de soltá-la era zero. Ao mesmo tempo não queria assustá-la e nem abusar, pois Anahí estava num momento muito frágil e estragar isso só a faria se afastar dele novamente.

     Deram um breve passeio que não durou muito pois ficaram com fome e estava muito frio pra almoçar na rua. Poncho resolveu fazer um macarrão simples em casa mesmo e Anahí comeu até disser chega, arracando gargalhadas dele, o fazendo tentar se lembrar quando algo assim simples aconteceu nesses últimos 3 anos de sua vida que o tenha feito se sentir tão bem. O efeito Anahí estava sendo despertado nele novamente.

     Ficaram boa parte da tarde sentados no chão do quarto conversando, jogando assunto fora e relembrando sonhos e planos do passado e fazendo muitos para o futuro. Numa determinada hora Anahí o olhou séria e Poncho congelou. Não tinha defesas para não ser hipnotizado pelo olhar dela. A sentiu se aproximar e dizer baixinho :

_Tem uma coisa que estou querendo fazer desde a hora que acordamos. - sua voz era suave com um tom de provocação

_O que você quer fazer ? - Poncho tentava se controlar com a promixidade de Anahí que agora colava suas testas.

_Isso.

      Anahí de repente colou os lábios nos dele, iniciando um beijo que logo ficou tão intenso quanto as batidas do coração dos dois. Logo suas bocas se abriram convindando as línguas a se encontrarem num ritmo totalmente alucinante, sem perceberem o quanto sentiam saudades um do outro. Sentiram como se o tempo jamais tivesse passado e o gosto das bocas nunca houvessem sido perdidos. Poncho segurou a nuca de Anahí fazendo colar o rosto dela ao seu como se fosse possível mais do que já estavam. O ar faltou algumas vezes porém não se deixavam vencer e entre selinhos demorados continuavam a se explorar através do beijo. Ofegantes, permaneceram unidos somente sentindo suas respirações.

_Como eu senti saudade do seu beijo. - Poncho conseguiu dizer ainda com os olhos fechados

_Eu também senti. - Anny confessou mais para si do que para Poncho

_Queria isso desde de que te reecontrei mas sabia o quanto você não queria mais. - disse Poncho abrindo os olhos para olhar nos olhos de Anahí

_Havia me esquecido do quanto era bom seu beijo. Sinto te dizer que não poderemos mais repetir. - falou num tom sério e se pudesse retiraria as palavras no mesmo instante. - Não posso me apaixonar de novo por você. - lágrimas queriam descer de seus olhos porém Poncho as enxugou

_Isso que você disse não é verdade. Quis esse beijo tanto quanto eu. Não faça isso comigo novamente. Te peço. - dizia triste com medo dela lhe falar coisas horríveis de novo.

_É complicado. Você sabe disso. Sou uma mulher casada agora e não mais a menina que você conheceu. - tentou permanecer sem chorar. doía em sua alma dizer aquilo.

_Você nem é feliz, Anny. Pelo que me disse seu marido a maltrata. Quer continuar assim até quando ? - perguntou Poncho

_O problema que não tenho escolha. Minha vida é essa e não posso mudá-la por mais que eu queira. - disse Anahí

_Pare de dizer essas coisas. Você pode sim e deve. Ninguém tem o direito de fazê-la sofrer desse jeito. Se eu a tivesse novamente não a deixaria nunca mais. - acariciava o rosto dela

_Mas me deixou e pode fazer de novo. Aquilo me partiu em mil pedaços e não sei como recolhi os cacos. Acho melhor eu ir. - falou se levantando indo em direção a porta do quarto.

Poncho levantou atrás a segurando pelo braço.

_Me deixe pelo menos te levar e deixo você perto de casa. Ninguém nunca vai percerber. Mas me prometa uma coisa : Sempre que quiser voltar aqui basta me dizer e esse dia de hoje irá se repetir quantas vezes desejar. Mesmo que nada além de conversas aconteça entre a gente. Sinto sua falta Annie. Minha Annie.

_Prometo. Senti saudade de você me chamando assim. Pensei que tivesse se esquecido disso. - sorriu

_Nunca. Posso voltar a te chamar assim ? - estava sem acreditar

_Claro. Amo quando você me chamava desse jeito e irei continuar amando. - sorria pra ele

    Dizendo isso saíram de lá e Poncho a deixou perto da casa dela. Aquele dia ficara marcado tanto pra ela quanto pra ele. Tinham medo da onde aquilo poderia chegar. Anahí se sentiu livre como a muito tempo não sabia o que era isso mas ao entrar em casa não foi a calma que a minutos aqueceu seu coração que encontrou nos olhos de Augusto.

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