Fanfics Brasil - Anexo 1 - Parte 2 - A gravidez O início de tudo...

Fanfic: O início de tudo... | Tema: William Bonner Fátima Bernardes


Capítulo: Anexo 1 - Parte 2 - A gravidez

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              A madrugada já adentrava as quatro horas da manhã. A comemoração da descoberta da gravidez positiva ainda não havia terminado. Peças de roupas se encontravam jogadas no chão do terraço. Um sutiã pendurado no galho de uma planta decorativa e um jeans embolado ao lado do sofá. Uma taça de vinho quase pela metade avinagrava, solitária em cima do balcão. O som estava desligado e as velas todas apagadas com o vento. Era uma noite quente no Rio de Janeiro e a lua estava cheia.


                Na borda da piscina, Fátima estava estirada, completamente nua e molhada. A luz  da lua batia na piscina e refletia no corpo dela, alvo e esguio. A coxa esquerda estava flexionada, com o joelho levantado, uma mão repousava sobre um seio e a outra mergulhada na água. De olhos abertos, ela olhava para o céu estrelado, feliz. Ela moveu o pescoço para o lado, olhando para dentro da piscina, onde William mergulhava. Ela conseguia ver suas costas e seu bumbum despidos no fundo da água. Batendo os braços, ele sobe até a superfície, cruzando-os ao lado de Fátima e apoiando o queixo nas mãos, mas permanecendo na água das costas para baixo. Sorriu para ela abertamente. Fátima, mesmo depois de anos de casada, sentia taquicardias com os sorrisos maliciosos que o marido lançava. Com o dedo indicador, passeou pelos lábios dele, sensualmente. Ele lambeu a ponta do dedo dela, fazendo Fátima se arrepiar. William correu os olhos por todo o corpo nu dela. Haviam feito amor várias vezes ao longo da madrugada, mas ele estava insaciável.


                - Papai do céu, muito obrigado mesmo! A mulher mais gostosa do mundo é minha! – falou alto olhando para o céu.


Fátima gargalhou e, num sussurro, disse:


                - Psiiiiu, fala baixo! Os vizinhos conhecem sua voz, palhaço! – e sorriu, franzindo as sobrancelhas para ele.


William riu, se divertindo.


                - Sempre sonhei com o dia que eu iria fazer amor com a mãe do meu filho... – e mordeu nos lábios.


                - Ah, pois agora você vai até enjoar de tanto fazer com ela... – e riu, olhando para ele.


                - Nunca! Eu nunca vou enjoar de fazer amor com você, meu bem. Você é, disparada, o melhor sexo que já fiz na vida.


                - Você também. Aliás, eu nem sei mais o que é sexo se não for com você... – ela sorri e levanta os braços, apoiando a cabeça. Esse movimento faz com que ela estique o corpo e fique ainda mais sensual, na altura dos olhos de William.


                - Nem eu, minha memória seletiva só gravou desde aquela noite no sofá do flat... E jamais, nem quando tivermos netos eu vou me esquecer.


William agarrou as pernas dela e a puxou pra dentro da piscina. No susto, Fátima deu um gritinho e tapou a boca arrependida quando se deu conta de que já era madrugada. Caiu na água e imediatamente, ele a envolveu, se enroscando todo nela. Aquela água fria da piscina somada ao calor do corpo de William resultou em uma mistura deliciosa e excitante. Era comum os dois transarem dentro da piscina, mas naquela noite, tudo tinha um sabor diferente.


                - Socorro! Hoje eu não estou podendo nem te olhar que já fico louco... Se eu te encosto então sai faísca! – olhando fixamente nos olhos dela, ele fala baixinho.


                - Então não olha! Fecha os olhos e me beija... – ela sussurra no ouvido dele, lambendo-lhe o lóbulo da orelha. William sorriu ofegante, apertando as costas dela com força e lhe mordendo o queixo. Beijou a boca quente de Fátima e deslizou a mão por todo o corpo dela, pensando ininterruptamente: “Sou o homem mais sortudo desse mundo!”


 


***


 


                No domingo de Páscoa, Fátima trabalharia até por volta de meia noite. Acordou as dez da manhã, tomou banho e almoçou correndo. Ligou rapidamente para os pais pra desejá-los feliz páscoa, mas infelizmente não almoçariam juntos devido aos compromissos profissionais dela. William dormia profundamente, cansado da noite em claro que passaram. Ao subir pra pegar a bolsa, Fátima deu um beijo demorado no rosto dele, que se remexeu e abriu os olhos, sonolento.


                - Já vai, amor? Que horas são? – gaguejou.


                - São 11:30 da manhã, bichinho preguiça. – sorriu com ternura.


                - Nossa! Dormi isso tudo? – ele esfrega os olhos.


                - Sim! E se eu fosse você dormia mais ainda, ai que inveja! Preciso ir! Te amo papai, até mais tarde.


                - Até! Também te amo, mamãe! Bom trabalho. – eles sorriram um para o outro.


William virou para o canto da cama, se aninhou no edredom e voltou a dormir. Fátima, apressada, dirigiu rapidamente até o trabalho. Teve um dia cheio na redação, muito tumultuado. Quando sentia picos de cansaço, corria para tomar um belo café e lavar o rosto. Não deixou que ninguém percebesse que praticamente não dormiu a noite, muito menos comentou sobre a gravidez.


                Saindo da redação já quase de madrugada, ela discou o número de William de dentro do carro no estacionamento, como sempre fazia.


                - Saindo daqui, tá?


                - Tá bom... Vem com cuidado! Tô aqui deitado já, mas tô acordado esperando você.


Ao chegar em casa, jantaram juntos e devoraram ovos de páscoa e foram para a cama. Namoraram um pouco, mas Fátima estava exausta. Descansaram, desejando que o domingo terminasse logo e a nova semana chegasse, trazendo novidades emocionantes.


                Dias depois,  o telefone toca. O casal de papais tomavam café da manhã. Não quiseram contar para a família enquanto não fizessem a primeira ultra e ouvissem o coraçãozinho do bebê. Não que sentissem que algo negativo poderia acontecer, pelo contrário. Mas depois de escutarem os batimentos cardíacos, achavam que só assim “cairia a ficha”. Assimilariam tudo só quando vissem o embriãozinho se desenvolvendo perfeitamente na barriga de Fátima. A secretária do médico agendou o exame para algumas semanas seguintes, deixando Fátima e William insuportavelmente ansiosos.


                No dia marcado pela manhã, acordaram com duas horas de antecedência, se arrumaram e correram para a clínica. Já era um local bem familiar para eles, conheciam as recepcionistas e alguns dos outros médicos que atendiam no local. A contar do dia da implantação dos embriões, Fátima já contabilizava cinco semanas de gestação. Sem atrasos, foram chamados na sala de espera para o consultório. Entraram afoitos, de mãos dadas. No íntimo, Fátima guardava uma pequena angústia. Rezava muda para que estivesse tudo bem com o bebê. Na mesa do doutor, ouviram longas explicações a respeito do desenvolvimento do feto e tiraram pequenas dúvidas. Por conta da fertilização, havia possibilidade de uma gravidez de múltiplos. Mas era um risco calculado, já que tomaram conhecimento disso desde as primeiras consultas que precederam o processo no qual foram submetidos. Mas eles jamais cogitaram essa hipótese, nem em seus sonhos mais absurdos. O médico pediu que a mamãe retirasse seus acessórios, como brincos, colar e relógio, para que não causassem nenhuma interferência no equipamento. William esperou que Fátima se encaminhasse para a sala ao lado e questionou discretamente ao obstetra:


                - Doutor... o senhor falou sobre possibilidades de múltiplos, mas não nos disse dados. Em números,como trabalharíamos com essa probabilidade?


                - William, em números significa uma média de 20% das gestações concebidas por reprodução assistida gerarem gêmeos e 5% gerarem trigêmeos. Quadrigêmeos ou mais já seria uma possibilidade mais remota, inferior a 2%, mas ela existe.  –  o médico faz uma pausa e coça a cabeça. Ele hesita um pouco, mas decide falar. -  Olha, William... Eu não costumo me antecipar para não criar expectativas nos meus pacientes porque quando se trata de questão hormonal, as taxas são muito variáveis. Mas olhando melhor o resultado do HCG da Fátima, eu desconfio que ela esteja esperando mais de um bebê. A taxa hormonal dela está altíssima, muito além das taxas de uma gestante comum. Mas como eu te disse, existem muitos fatores que influenciam nessa taxa, então eu não posso afirmar para você só pelo exame. Agora na ultra é que eu consigo ter certeza, entendeu?


William  estava em choque. Não era possível. Gêmeos? Será? Era mais, muito mais do que sempre sonharam. Era bom demais pra ser verdade, apesar de um pouco assustador.


Os dois caminharam até a porta que acessava diretamente a sala de ultrassom. Fátima estava deitada na maca, olhando um quadro na parede que mostrava as etapas de uma gestação e os efeitos que isso causava no corpo de uma mulher. Sorriu para William quando o viu caminhando em direção a ela. Ele se sentou numa cadeira ao lado e segurou firme na mão da esposa. Fátima observou o médico ligar o aparelho e obedeceu quando ele pediu que ela levantasse sua blusa até a abaixo do sutiã. Olhou aquele gel sendo esparramado por toda a sua barriga e ficou empolgada para viver seu primeiro momento de grávida. Lentamente, o médico desliza o aparelho ao redor de seu umbigo. Notou que William estava um pouco tenso, mas imaginou que fosse alguma preocupação natural com relação a saúde do bebê. No monitor ao lado deles, apareceu uma imagem azulada borrada com  pequenas manchas brancas, que se moviam de acordo com a posição do aparelho na barriga de Fátima. Algumas frases subiam no rodapé do monitor, como espécies de relatórios, mas ela não conseguia ler e nem identificar nenhuma palavra. O médico ficou silencioso. William balançava a perna desenfreadamente no pé da cadeira que estava sentado. Fátima sentiu um aperto no coração quando olhou para o rosto do médico e viu que ele estava com um semblante sério. “Ai meu Deus, não deixa ser nada de ruim com o meu bebê, por favor...”, rezou muda.


                O doutor girou um pequeno botão de volume no aparelho. Em um compasso lento, eles ouviram os batimentos cardíacos.


                - Estão ouvindo? Esse é o coraçãozinho do bebê! Ele nem tem o corpinho formado ainda, mas o coração está em perfeito funcionamento.


                Fátima respirou fundo, sorriu e sentiu as lágrimas escorrerem em seus olhos, levando consigo toda a tensão que ela havia sentido anteriormente. Olhou para William que, emocionado, beijou a mão da esposa que segurava. O médico sorriu para os dois e descreveu longamente o que era o bebê em meio a tantos borrões brancos.


                - Doutor, quando eu vou começar a sentir sintomas de gravidez? Até agora eu não senti nada. – ela pergunta, curiosa, e recebe em troca um sorriso divertido do médico.


                - Olha Fátima... Por volta de oito semanas os enjoos, a sonolência e os famosos “desejos” começam a aparecer. Mas não são todas as grávidas que sentem isso, algumas pacientes atravessam a gravidez toda sem dar nenhum vômito. Isso varia muito de mulher para mulher. Mas muito provavelmente, você vai sentir um certo inchaço nos seios e uma coceira nos mamilos, mas isso não tem data específica para aparecer, vai surgir quando seu leite estiver prestes a descer, algumas mamães só sentem depois que o bebê já nasceu e outras sentem antes mesmo de saberem que estão grávidas. Outro sintoma típico é o aumento da libido sexual, que muito em breve você vai notar também. – o médico sorri para Fátima, que retribui o sorriso, discretamente constrangida. – Ah, outro detalhe que eu gostaria de reforçar para vocês, a maioria dos casais têm essa dúvida, mas poucos têm coragem de perguntar... Vocês podem continuar mantendo relações sexuais normalmente. Não precisam ter medo de que isso prejudique a mamãe ou bebê, podem ficar tranquilos. Sexo na gravidez é até bom para manter os feromônios ativos e combater as oscilações de humor, que são muito recorrentes. Em algum momento Fátima, para ser mais exato no finzinho da gestação, você pode começar a sentir um desconforto durante a relação sexual por conta da dilatação do útero, mas até lá, façam sexo. É terapêutico. – o casal ri da definição de sexo do médico. – Mas bom, voltando ao ultrassom... Tenho uma novidade para vocês, estão preparados? – o médico olha sorrindo para William, que fecha os olhos e coloca a mão na testa, já imaginando o que viria adiante. Fátima, sem entender nada, franze o cenho e aguarda curiosa pela novidade.


                - Tá vendo aqui essa outra manchinha do lado direito? – ele aponta com  o dedo.


                - Sim... – ela estica o pescoço para enxergar melhor, não acreditando no que estava para ouvir.


                - É um outro bebê. São gêmeos!


Fátima fica boquiaberta. COMO ASSIM? Gêmeos? Dois bebês? Era impossível acreditar. Ela olha para William que estava sorrindo, em um misto de alegria e estupefação. Ela arregalou os olhos para ele e tampou a própria boca, abismada. O médico explicou como se deu esse fato. Dissertou a respeito de irmãos gêmeos. Contou aos pais que eles são bivitelinos, ou seja, foram formados a partir de óvulos distintos, o que significa que poderão ser diferentes fisicamente, como irmãos gerados em duas gestações. Expõe para Fátima a mesma estatística que contou para William. Tranquilizou o casal, dizendo que foram muito privilegiados por estarem esperando gêmeos, muitos casais sonham com isso e infelizmente, a probabilidade era muito pequena. Conversaram muito e quando ele percebeu que Fátima e William já estavam digerindo melhor a idéia, soltou mais uma bomba.


                - Agora eu quero fazer uma outra pergunta a vocês.


                - Ai doutor, o que foi? – William já estremeceu.


                - Vocês estão preparados para mais uma surpresa?


                - O QUE? Tem mais? São quadrigêmeos? – William arregalou os olhos, estupefato. O médico gargalhou.


                - Não! São só três. São trigêmeos.


                - Certeza doutor? Procura, vai que tem mais um aí! – todos riram, menos William, que estava anestesiado.


Fátima enxugou uma lágrima com as mãos. Sentia seu coração disparado, em um misto de felicidade, surpresa e nervosismo. “Meu Deus, três?”, era só isso que se passava pela cabeça dela. Mas emocionada, ela não se permitia entrar em desespero e nem pensar em pontos negativos de ter três filhos de uma só vez. Olhou pro marido. Ele estava visivelmente extasiado, mas um sorriso tranquilo de Fátima fez com que ele ficasse mais calmo e mais seguro. Juntos, eles já haviam conseguido superar diversos obstáculos difíceis, esse seria um lindo e alegre desafio na vida deles.


                No caminho para casa, o susto deu lugar a uma alegria descabida. Fátima começou a olhar para o mundo todo multiplicado por três. Carrinhos de bebês, mamães passeando de mãos dadas com seus filhos, crianças brincando na pracinha, brinquedinhos e fraldas.


- Dá pra acreditar que tem três crianças dentro da minha barriga, William?


- Não mesmo! Nossa, amor... Não sei nem o que falar, eu tô zonzo. Três! – ela riu.


William precisava cantar berrando para extravasar, ligou o som o carro e aumentou no volume máximo Long Night, do The Corrs. Fátima gargalhava e ajudava-o cantar as partes que ela sabia a letra. Ela pensou em tudo o que ouvira do médico. Gravidez de trigêmeos era triplamente mais delicada do que as outras, literalmente. “Você dificilmente vai conseguir segurar a gravidez até o nono mês, Fátima.”, as palavras dele não saíam de sua mente. O risco não era para ela e sim para os bebês. Nasceriam em outubro, meados de novembro. Seriam prematuros, precisariam passar por um período de engorda e acompanhamento neonatal, muito desgastante para a família. Fátima só poderia trabalhar até os cinco meses e meio, que equivalia a 20 semanas de gestação. Após esse período, ela teria que guardar repouso. Mas nem todos esses fatores de risco conseguiam assustá-la. Nunca tinha sido mãe de jeito nenhum, aprenderia sendo mãe de três de uma só vez. Já teve que aprender tantas outras coisas desafiadoras em um intervalo muito mais curto de tempo, tiraria de letra. Olhou para William. Apesar de estar concentrado no trânsito, ele correspondeu o olhar, mandando um beijo e piscando um olho para ela. Ela se derreteu. Ganhou na loteria encontrando um marido como ele. Ele era tão dedicado, tão intenso em suas relações, seria um pai incrível e exemplar. Não tinha nenhum tipo de insegurança no que se tratava da parceria dele. Estavam juntos, agora mais do que nunca.



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Autor(a): bonemerlove

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • vfsv Postado em 18/08/2014 - 00:38:13

    Vai escrever mais ou agora foi o fim???? Já pensou em escrever uma fic dos tempos atuais, presente, com as idades e ocupações atuais de cada um? ;)

  • vfsv Postado em 09/08/2014 - 23:37:20

    Mais capitulos , please!

  • vfsv Postado em 05/08/2014 - 18:37:20

    Perfeitoooooo

  • vfsv Postado em 04/08/2014 - 00:26:37

    Muito perfeita essa fic! Que talento, menina! Devia escrever um livro. Continua por favor!!!!!!!!!!!!!!!

  • neucj Postado em 03/08/2014 - 22:54:06

    Quero o próximo cap logo,ta muito boa.

  • vanessatocha Postado em 20/07/2014 - 22:14:05

    Amando a fic. vc escreve tão bem... Aguardando os próximos capítulos!

  • mibonner Postado em 16/07/2014 - 16:19:35

    Parabéns sua fic é ótima.Anciosa para ler os próximos capítulos .


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